Imagem da matéria: No auge da crise, brasileiros negociam R$ 280 milhões em bitcoin e batem recorde do ano
Foto: Shutterstock

A forte queda do bitcoin (BTC), a turbulência da stablecoin UST e o recuo das demais altcoins do mercado no início desta semana, levou muitos brasileiros de volta às plataformas de negociação.

Quando o bitcoin desabou para US$ 30 mil na segunda-feira (9), sua pior cotação do ano, as corretoras brasileiras registraram o maior volume de negociação de bitcoin no ano de 2022.

Publicidade

Ontem, o volume de negociações de bitcoin nas principais exchanges que atuam no Brasil chegou a R$ 279,9 milhões. Esse número representa um aumento de 149% nas negociações de bitcoin em comparação ao dia anterior, quando o volume foi de R$ 112 milhões. No total, foram 1.690,945 BTC comprados e vendidos em cerca de 98,3 mil trades registrados na segunda-feira.

Os dados são monitorados pelo Índice do Portal do Bitcoin e correspondem ao volume de negociação de bitcoin nas principais corretoras em operação no país.

Foram poucas as vezes no ano que o volume de bitcoin negociado no Brasil superou a marca de R$ 200 milhões. A última vez que isso aconteceu foi no dia 4 de abril.

A maior parte dessas negociações, cerca de R$ 203 milhões, foi registrada na Binance. O  Mercado Bitcoin vem em segundo lugar com um volume de R$ 25,6 milhões, seguido por Foxbit (R$ 16,9 milhões) e BitPreço (R$ 11,2 milhões). 

Publicidade

Agitação do mercado cripto brasileiro

Esse agito nas corretoras costuma acontecer em momentos de forte queda de preços do bitcoin.

Quando o mercado de criptomoedas enfrenta drásticas quedas como visto nos últimos dias, muitas “sardinhas” — pequenos investidores de criptomoedas — se desesperam e correm para as corretoras para vender suas posições, temendo uma queda ainda maior dos preços.

Um sinal de mercado de baixa, portanto, é a volta de criptomoedas às exchanges para a sua liquidação no mercado. 

O aumento do volume de negociações, no entanto, não significa que há apenas vendas. Quando as sardinhas despejaram suas moedas, “baleias” – os grandes investidores – podem estar do outro lado dispostas a aproveitar o clima de medo para aumentar seus balanços de bitcoin, da mesma forma como aconteceu em maio de 2021.

Foi no dia 19 daquele mês que os investidores brasileiros bateram recorde diário de negociações de bitcoin, movimentando R$ 826 milhões naquele dia.

Publicidade

Na visão de André Franco, head de research do Mercado Bitcoin, foi a demanda vindo das duas pontas, compra e venda, que resultou no aumento do volume de negociações.

“Como o mercado estava relativamente parado, quando você tem um aumento de muita volatilidade, sempre tem oportunidade para arbitradores, que compram em um lugar e vendem no outro, como também para quem quer comprar mais barato ou até para quem realmente se desesperou e quer vender”, explica.

São essas três fontes de pressão que resultaram num maior movimento das corretoras. “O pico na verdade significa apenas muita volatilidade, que atrai muitas pessoas para as plataformas e isso consequentemente leva a aumentar o volume”, conclui Franco.

Ação das baleias

Dados sugerem que instituições e “baleias” aproveitaram as queda dos últimos dias para aumentar estoques em criptomoedas. Na última semana quando o bitcoin deu início a sua desvalorização, houve entradas líquidas de capital de US$ 40 milhões em produtos de investimento cripto, segundo a CoinShares.

O que ajuda a entender esse movimento mesmo com o bitcoin e o ethereum valendo metade do seus preços recordes, é um entendimento de que a a atual baixa do mercado cripto não é tão grave ao observar outros momentos da história do bitcoin.

Publicidade

“Embora represente uma queda significativa, continua modesta em comparação às quedas de outros mercados de baixa”, apontou o relatório da Glassnode. “Em julho de 2021, o mercado havia registrado uma queda de 54,2% e os mercados de 2015, 2018 e de março de 2020 haviam despencado entre 77,2% e 85,5% em comparação às respectivas altas recordes”.

VOCÊ PODE GOSTAR
bitcoin

Manhã Cripto: Bitcoin ameaça perder nível de US$ 100 mil com tensão no Oriente Médio

As quedas das criptomoedas se intensificaram após os Estados Unidos entrarem no conflito entre Israel e Irã
foguete de alta do bitcoin

Bitcoin caminha para o melhor 2º semestre da história, diz Standard Chartered

Segundo o banco britânico, o forte interesse institucional e compras para tesourarias podem levar o Bitcoin a superar recordes ainda este ano
Robert Kiyosak Pai Rico Pai Pobre no Instagram

“Não é sobre o preço, é sobre quanto você tem”: Pai Rico reforça visão de longo prazo sobre Bitcoin

Robert Kiyosaki diz que a verdadeira riqueza está na quantidade acumulada de ativos reais — e projeta preço do Bitcoin para 2030
gráfico de alta do Bitcoin

Bitcoin forma ‘bandeira de alta’ e pode chegar a US$ 140 mil, diz analista

Indicador representa uma pausa saudável na tendência de alta, permitindo que o mercado se consolide antes de uma possível nova arrancada