Imagem da matéria: “Muitas pessoas previram o colapso da LUNA", diz pioneiro do bitcoin
(Foto: Shutterstock)

Charlie Shrem, pioneiro do bitcoin, compareceu ao Festival de Cinema de Cannes esta semana para lançar o projeto cripto de financiamento cinematográfico “Defiine” — e ele tinha alguns comentários para fazer sobre o colapso da criptomoeda LUNA e da stablecoin UST, tokens do projeto Terra.

“Acredito que muitas pessoas previram o que aconteceria com Terra e LUNA”, contou ele ao Decrypt. “Mas, no fim das contas, já que estávamos em um mercado de alta, isso acaba servindo como um exemplo de nossa indústria.”

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Ele fez uma distinção entre stablecoins lastreadas em ativos, como usd coin (USDC) e tether (USDT) — apesar de a Tether continuar sendo pouco transparente em relação a suas reservas — e stablecoins algorítmicas, como a UST.

Stablecoins algorítmicas, segundo ele, “foram testadas muitas vezes nos últimos dez anos; até em 2014, as pessoas estavam tentando teorizar diferentes ideias”.

Ele acrescentou: “A Tether foi lançada por um motivo, mas perceberam que você não pode criar uma stablecoin [UST] lastreada pelo mesmo tipo de ativo especulativo [LUNA] pois, quando uma começar a cair, as pessoas vão começar a vender uma pela outra.”

Financiamento cinematográfico com criptomoedas

Defiine, o mais novo projeto de Shrem, é baseado em stablecoins. Apresentado como uma solução financeira e digital para filmes independentes, alavanca “ativos e propriedade intelectual com pools de liquidez cripto”.

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“Encontramos uma forma de possivelmente criar uma stablecoin que seja lastreada em uma cesta de NFTs [tokens não fungíveis]”, explicou Shrem.

“O NFT é uma garantia por um crédito fiscal ou uma garantia mínima do filme, um acordo [entre um produtor independente e um estúdio cinematográfico] ou a Netflix dizendo: ‘Te daremos US$ 3 milhões quando você terminar o filme e ao longo de três anos’. Atualmente, existem bancos que fazem isso, mas cobram 15% ou mais.” É um “enorme problema” para cineastas.

“Existe uma nova fase das stablecoins vindo por aí: Stablecoins 2.0”, afirmou Tom Malloy, cofundador da Defiine, e presidente da Glass House Distribution. “Você viu o que aconteceu com a UST. A moral da história é que stablecoins lastreadas em ativos… Eu ainda acho que sejam viáveis.”

Shrem argumentou que, nos últimos anos, todo o setor de Finanças Descentralizadas (ou DeFi, na abreviatura em inglês) gira em torno de rendimentos.

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“Você vai no Vesper ou no Curve, é possível criar ‘vaults’ e obter uma formação automatizada de mercado, mas todos os rendimentos que as pessoas estão conseguindo, entre 5% e 60% — Quais são as empresas por trás deles?”.

A garantia de segurança de ativos físicos, como em câmaras, atraem a possibilidade de regulamentações de valores mobiliários, junto com custos, como os de manutenção, segundo ele.  “Qual outro ativo é digital, tem valor e é a maior exportação dos Estados Unidos? A indústria cinematográfica.”

Malloy sugeriu que a plataforma pode oferecer um caminho alternativo ao financiamento de crédito fiscal para filmes. Por um crédito fiscal de 25%, um filme de US$ 1 milhão de dólares poderia recuperar US$ 250 mil.

“Existem lugares em que você precisa terminar o filme e esperar outros nove meses. Existem lugares que emprestam o dinheiro, mas é apenas um empréstimo com uma alta taxa de juros. Talvez te darão 85% desse dinheiro. Temos taxas de juros bem melhores e a diferença é que pessoas vão ter uma stablecoin, então qualquer pessoa pode fazer parte do pool de liquidez.”

Shrem argumentou que a plataforma soluciona os “enormes problemas de liquidez” para cineastas. “Não é como se fosse: ‘Me dá US$ 100 mil e eu vou fazer um filme’. É: ‘Eu tenho um roteiro. Tenho atores selecionados. Tenho um diretor…’. Por que não conseguir colocar isso em um protocolo? Você está criando um ativo digital de qualquer forma.”

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A plataforma Defiine está sendo desenvolvida usando Mintlayer, uma sidechain (blockchain paralela) do Bitcoin para tokenização e contratos autônomos.

Shrem e o bitcoin

Shren tem um longo histórico com o Bitcoin e é considerado por maximalistas como um dos pioneiros (e mártires) da comunidade. Em 2014, aos 24 anos de idade, ele foi sentenciado a dois anos de prisão por auxiliar e encobrir a operação de uma empresa não licenciada de transmissão de dinheiro envolvida com o mercado da dark web Silk Road.

Desde então, ele se reinventou como um defensor cripto por meio de palestras e seu podcast “Untold Stories”.

À medida que stablecoins enfrentam ainda mais críticas de instituições financeiras e legisladores após a implosão do Terra, vender às pessoas a ideia de uma stablecoin com paridade à propriedade intelectual cinematográfica pode ser um teste para comprovar suas habilidades.

andre franco

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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