Imagem da matéria: Mineração de criptomoedas provoca apagões em território que pertenceu à União Soviética
Mineradoras clandestinas da Abecásia (Foto: Reprodução/Youtube)

A Abecásia, uma república autônoma na região do Mar Negro que já fez parte da União Soviética, está na cola de mineradores de criptomoedas, segundo reportagem da Reuters publicada início do mês. O motivo é que o governo do pequeno país os culpa pelos recentes apagões que deixaram parte de seus 240 mil habitantes sem energia elétrica.

Em dezembro, autoridades invadiram casas, fábricas e até restaurantes para cortar cabos de energia de equipamentos de mineração. Agora o parlamento discute a criação de uma lei que daria à polícia o direito de apreender os dispositivos. Cabe ressaltar que o país é reconhecido como um estado independente apenas pela Rússia. O resto do mundo considera o território como parte da Geórgia.

Publicidade

“Eles realmente tiveram uma espécie de crise de eletricidade por causa da quantidade de mineração de criptomoedas que está acontecendo”, disse Maximilian Hess, pesquisador do think tank Foreign Policy Research Institute, à agência de notícias.

Energia barata

O interesse pela mineração de ativos digitais na Abecásia vem desde 2016. A atividade se mostrou rentável por lá por causa do custo do kilowatt-hora (kWh), que é de US$ 0,005 – 20 vezes menor que o dos Estados Unidos. Nos últimos anos, segundo a Reuters, a pequena nação ganhou 625 fazendas para ‘fabricação’ de criptomoedas.

Em 2018, o governo tentou barrar a atividade, mas não teve muito sucesso, pois a importação de hardwares de mineração ainda se manteve legal por lá. Em setembro de 2020, as autoridades suspenderam a proibição e pediram para os mineradores pagarem tarifas de eletricidade mais altas. Mas aí a coisa desandou.

Em meados de novembro, a empresa de eletricidade da Abecásia, chamada de Chernomorenergo, teve que promover apagões seguidos para evitar um ‘colapso de energia’. De acordo com dados do governo citados pela Reuters, o consumo de eletricidade em 2020 foi 20% maior que em 2019.

Publicidade

Perto do inverno, quando o consumo de energia é ainda maior, as linhas de eletricidade ficaram tão sobrecarregadas que algumas usinas pegaram fogo, segundo a agência de notícias. Uma barragem que fornece luz para maior parte da população chegou a ser fechada. Por causa dos blackouts, o governo baniu de novo a mineração no final do ano passado e começou a caçada aos mineradores.

“Estou olhando o preço do bitcoin agora e quero chorar”, disse à Reuters um minerador de Abecásia, de 30 anos, que teve que desligar suas máquinas por causa da repressão do governo. Ele estava desempregado há cerca de dois anos e tinha achado na mineração de criptomoedas uma forma de ter renda.

Veja o vídeo divulgado pela assessoria de imprensa do governo do país:

VOCÊ PODE GOSTAR
Imagem da matéria: Clientes da BitcoinToYou não conseguem sacar fundos e reclamações contra corretora disparam

Clientes da BitcoinToYou não conseguem sacar fundos e reclamações contra corretora disparam

Quando os clientes tentam sacar suas criptomoedas na BitcoinToYou, são direcionados para uma página de erro
criptomoedas bitcoin ethereum e solana

Fatores macroeconômicos terão papel de peso no mercado cripto após o halving, diz Coinbase

Para a maior corretora cripto dos EUA, a tendência é que os mercados procurem novos catalisadores para sustentar a recuperação do primeiro trimestre
Moedas douradas à frente de bandeira do Brasil

Fundos cripto do Brasil captam R$ 28 mi enquanto balanço global segue negativo pela 2º semana

Fundos de criptomoedas enfrentaram saídas de US$ 206 milhões com mercado tentando entender o que irá acontecer com os preços após o halving; Brasil seguiu sentido contrário e ficou no verde
mescla de dólares e moedas de bitcoin sobre a mesa

Investidores de Bitcoin podem ter que esperar meses para ver impacto do halving nos preços

Apesar do otimismo gerado pelo halving, a redução das compras de ETFs cripto e os impactos da guerra no Oriente Médio devem afetar rumo dos preços do Bitcoin