Ilustração de um touro e um urso se encarando sob uma mão humana
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O mercado financeiro é formado por um conjunto de entidades que negociam em vários mercados, como o de câmbio e de ações, regulados pelo Banco Central (BC) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entre outros órgãos. Mas existe uma exceção temporária: o mercado de criptomoedas, que em breve também será regulado pelo BC no Brasil.

Dentre as instituições participantes, tanto no mercado tradicional quanto no de criptomoedas, existem os chamados “formadores de mercado”, também conhecidos pelo termo em inglês “market makers”, que fomentam a liquidez no sistema e colaboram para o melhor ambiente para negociação.

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Mas quem são os market makers e como eles atuam?

Para responder a essa pergunta e explicar um pouco mais sobre o tema, o Portal do Bitcoin conversou com o especialista Fabricio Tota, Diretor de Novos Negócios do Mercado Bitcoin (MB), corretora de criptomoedas do Grupo 2TM.

“Hoje, a atuação dos market makers já é profissionalizada. Os grandes market makers — e existem os players locais e os internacionais — são bastante sofisticados. É uma operação que demanda tanto capital financeiro quanto capital intelectual e tecnologia”, disse Tota.

Esses formadores, portanto, são grandes empresas, em geral investidores institucionais, como bancos e gestoras, que realizam operações no mercado de forma a garantir uma boa liquidez, sem distorcer os preços. Com isso, investidores se sentem mais propensos a investir nesses ativos, já que sabem que vão conseguir comprar e vender com mais facilidade.

No mercado tradicional é comum ver empresas menores, conhecidas como small caps, contratando market makers para os ajudar no crescimento da negociação das ações na Bolsa.

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Já no mercado cripto, esse movimento pode ocorrer tanto do lado de um projeto específico, que quer evoluir e ser mais conhecido, como também de corretoras, que podem contar com formadores para ajudar a tornar sua plataforma mais líquida como um todo.

De acordo com Tota, a formação de liquidez desses market makers gera parte de suas receitas: “A maior parte deles fornece liquidez em diversas exchanges e fazem pequenas operações de arbitragem em decorrência dessa formação de mercado, e é de onde vem o ganho deles”. 

Esses formadores não ficam presos a uma só plataforma: eles atuam em diferentes corretoras, tanto no Brasil quanto no exterior e, no caso das criptomoedas, eventualmente até em exchanges descentralizadas (DEXs).

O MB, por exemplo, não é uma formadora de mercado, segundo Tota, já que ela não atual na negociação direta nos livros de ofertas. Por outro lado, o executivo diz que a plataforma abre oportunidades para seus clientes possam ser formadores de mercado, criando incentivos para que essas empresas operem na corretora e levem liquidez para os seus livros.

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Sobre os chamados P2P (peer-to-peer), o diretor do MB explica que eles não são necessariamente um formador de mercado, mas podem atuar como. “Se nós vermos o P2P que atende demandas menores, pontuais, de quem opta por esse tipo de modalidade, acaba sendo uma modalidade um tanto diferente. O market maker, de fato, é quem está fornecendo essa liquidez. Tem uma separação bem grande desses dois tipos de players, ainda que alguns P2Ps tentem fazer essa atuação”.

Market makers de criptomoedas

É natural que os market makers apareçam quando um novo mercado é criado e com as criptomoedas não foi diferente. Porém, em seu início, o que se viu foram players menores, que conseguiram antecipar o futuro cenário dos ativos digitais, atuando dessa forma.

“No começo, a maior parte era de nativos em cripto que entenderam como funciona essa categoria e começaram a ter essa atuação”, explica Tota sobre a origem dos market makers cripto.

Por outro lado, hoje já é possível ver a atuação de nomes conhecidos do mercado tradicional. “Quando o mercado cripto ficou suficientemente grande, isso atraiu a atenção de outros market makers que já faziam isso globalmente para qualquer tipo de ativo ou derivativo”, disse o executivo, citando como exemplos Jane Street, Citadel e Jump Trading.

“Para eles é só mais um ativo, e pouco importa se é um ativo digital, cripto, Bitcoin, ações, índices, é tudo ativo, porque eles entendem de trading, conectividade, alta frequência, é o que você precisa entender para ser um bom market maker”, acrescentou. 

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“Eles já fazem isso desde que o mundo é mundo, e começaram a fazer em cripto também”, concluiu.

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