Manhã Cripto: Token desaba 20% após prisão de criador; Binance volta a operar na Bélgica

A Binance voltou a operar no país europeu três meses após ser expulsa pelos reguladores locais; Coinbase ganha licença na Espanha
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Foto: Shutterstock

mercado de criptomoedas esboça uma recuperação nesta terça-feira (26), em direção contrária aos índices acionários, com traders ainda preocupados com o aperto monetário global. 

Em entrevista ao jornal Times of India, o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, disse que o mundo não está preparado para um cenário de juros a 7% nos EUA se a campanha de aumento das taxas do banco central americano continuar. 

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Em meio às incertezas no cenário macroeconômico, o número de bitcoins em mãos de investidores de longo prazo está prestes a bater recorde. Um exemplo disso é a nova aposta da MicroStrategy, que comprou mais R$ 730 milhões da maior criptomoeda. 

O Bitcoin (BTC) tem leve alta de 0,6% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 26.234,26, segundo dados do Coingecko.   

Em reais, o BTC sobe 1,1%, negociado a R$ 130.946,33, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).  

O Ethereum (ETH) ganha 0,9%, a US$ 1.587,57.  

As altcoins vão em direções opostas, com destaque para BNB (+1,6%), XRP (+1,3%), Dogecoin (+0,0%), Cardano (+0,5%), Solana (-0,6%), Polkadot (+0,0%), Polygon (+1,6%), Shiba Inu (-0,3%) e Avalanche (+1,7%). 

Prisão de ‘BitBoy’ 

O token BEN, lançado pelo influencer Ben Armstrong, mergulha 20% nas últimas 24 horas. 

Conhecido como “BitBoy” devido ao seu antigo programa no canal “BitBoy Crypto” do YouTube, do qual foi demitido, Armstrong foi preso na segunda-feira (25) enquanto tentava confrontar um ex-sócio. 

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Os registros online do Departamento do Xerife do Condado de Gwinnett mostram que Benjamin Charles Armstrong foi preso na noite de 25 de setembro, embora atualmente não haja acusações listadas. 

Na mesma noite, Armstrong conduziu uma live enquanto confrontava o ex-sócio. Segundo o The Block, muitos que assistiram à transmissão ao vivo sugeriram em postagens compartilhadas no X que o objetivo de Armstrong era recuperar seu Lamborghini. 

Mas a situação azedou rapidamente, como mostram trechos da live compartilhada pelos telespectadores no X, quando a polícia chegou ao local. Quando questionado, Armstrong disse à polícia que tinha uma arma no carro. Ele não respondeu a um pedido de comentário do The Block

Did Bitboy just live-stream himself showing up to a guys house who “stole” his lambo and immediately get arrested? Crypto is so back. pic.twitter.com/oEKUzUL036

— Coffeezilla (@coffeebreak_YT) September 26, 2023

Binance volta a operar na Bélgica 

A Binance, maior exchange cripto do mundo, reabriu registros e o acesso a usuários na Bélgica, três meses depois de o regulador financeiro do país ordenar a empresa a suspender os serviços.  

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“Novos registros de residentes belgas são bem-vindos em nossa plataforma mais uma vez”, postou a Binance no X (antigo Twitter) na segunda-feira (25). “Além disso, vários produtos e serviços da Binance estão novamente acessíveis aos usuários belgas que aceitaram nossos novos Termos de Uso.” 

A Autoridade de Serviços e Mercados Financeiros (FSMA) da Bélgica havia ordenado que a Binance cessasse imediatamente todas as ofertas de serviços de moedas virtuais no país em junho, acusando a exchange de oferecer certos serviços a partir de países que não são membros do Espaço Econômico Europeu, de acordo com o The Block

No Japão, a Binance planeja lançar stablecoins denominadas em dólar, euro e iene a partir do próximo ano em meio à sua nova incursão no mercado japonês. 

A corretora quer oferecer os três tokens e potencialmente outros em 2024 por meio de sua parceria com o braço bancário fiduciário do Mitsubishi UFJ Financial Group, disse Takeshi Chino, gerente-geral da unidade, em entrevista à Bloomberg. As duas empresas começaram a estudar conjuntamente a emissão, segundo comunicado. 

O mercado de stablecoins no Japão pode crescer para até 5 trilhões de ienes (US$ 34 bilhões), cerca de 25% do valor global atual, afirmou na mesma entrevista Tatsuya Saito, vice-presidente de produtos do MUFG. 

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Sinal verde para Coinbase na Espanha 

Em batalha com reguladores nos EUA, a Coinbase avança seus planos de expansão na Europa com um registro concedido pelo banco central da Espanha. 

A maior corretora cripto americana, que possui uma das maiores reservas de Bitcoin do mundo, informou em um blog que “foi registrada como uma exchange de criptomoedas e provedora de carteira de custódia”.  

Na Espanha, 29% dos adultos veem cripto como o futuro das finanças, enquanto as criptomoedas são o segundo método de pagamento mais popular do país, de acordo com a Coinbase. 

Nos EUA, os problemas da Coinbase continuam. A SEC apresentou objeções a um plano da plataforma de crédito cripto Celsius, que colapsou no ano passado, de usar os serviços da Coinbase como “agente distribuidora” de ativos para clientes internacionais, conforme o Decrypt. A Celsius está prestes a encerrar seu processo de recuperação judicial após credores aprovarem seu plano de reorganização

Em junho, a SEC processou a Coibase por supostamente atuar sem registro e violar as leis federais de valores mobiliários dos EUA. 

Regulação no Brasil 

No Brasil, investidores ainda aguardam o início das consultas públicas para a regulação do mercado de criptoativos, mas algumas empresas já estão se antecipando, segundo o Valor Econômico

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A advogada Nicole Dyskant, fundadora da empresa de compliance regulatório CompliAsset, tem como clientes o MB (Mercado Bitcoin) e a companhia de soluções em blockchain Transfero que, aliás, trocou recentemente de CEO. 

“O BC está olhando para as regras do FSB [Financial Stability Board], do FMI e de outros organismos. Não é precoce pensar nisso agora. Os controles vieram para ficar e o regulado dessa área tem vantagens como atração de mais investimento e mais confiança do cliente”, disse Dyskant ao Valor. 

Protesto de servidores do BC 

Servidores do Banco Central planejam intensificar a partir desta terça-feira (26) a operação-padrão que tem atrasado a prestação de serviços e projetos importantes da autoridade monetária, informou a Folha de S. Paulo 

Segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, a nova fase da mobilização pode atrasar o desenvolvimento do Drex (real digital) e a implementação do Pix parcelado, por exemplo. 

O plano do BC é lançar o Drex até o fim de 2024 ou início de 2025, mas, na zona do euro, uma moeda digital do banco central (CBDC, na sigla em inglês) ainda está a pelo menos dois anos de distância, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde. 

Quem fez críticas recentemente aos projetos de moedas virtuais dos bancos centrais foi Vitalik Buterin, cofundador do Ethereum. Em entrevista à CNBC, Buterin destacou a privacidade dessas moedas como um ponto de preocupação. 

“Elas acabam sendo ainda menos privadas e, basicamente, quebram todas as barreiras existentes contra empresas e o governo ao mesmo tempo”, disse. 

Outros destaques das criptomoedas  

Jatinder Singh, um residente da Austrália que recebeu por engano quase 10,5 milhões de dólares australianos (mais de R$ 33 milhões) da corretora Crypto.com, vai comparecer a um tribunal em 23 de outubro sob a acusação de roubo, informou o The Guardian

Singh recebeu o valor devido a um erro contábil da Crypto.com. Mas, em vez de comunicar a empresa, usou o dinheiro para comprar quatro casas, carros, obras de arte, mobiliário e entre outros bens, de acordo com o jornal. 

Hackers do grupo norte-coreano Lazarus Group possuem US$ 47 milhões (cerca de R$ 233 milhões) em criptomoedas, a maioria em Bitcoin, mostram novos dados compilados pela Dune Analytics e divulgados pelo Cointelegraph. As carteiras associadas ao grupo detêm US$ 42,5 milhões em BTC, US$ 1,9 milhão em Ethereum, US$ 1,1 milhão em BNB, e US$ 640 mil em stablecoins, principalmente o token Binance USD (BUSD). 

No entanto, segundo a análise, a quantia teria encolhido em relação aos US$ 86 milhões detidos pelos hackers em 6 de setembro, dias depois do hack do cassino online Stake.com, no qual o Lazarus teve participação, de acordo com o FBI. 

A Amazon planeja investir até US$ 4 bilhões na startup de inteligência artificial Anthropic, informou o Wall Street Journal. Como parte do acordo, a Anthropic vai usar seus chips personalizados para desenvolver e implantar seu software de IA. A Amazon também concordou em incorporar a tecnologia da Anthropic em produtos de todos os seus negócios.  

A Anthropic teve entre seus primeiros investidores o fundador da exchange FTX, Sam Bankman-Fried. Acusado de diversas irregularidades por supostamente desviar fundos de clientes, o ex-CEO voltou a pedir liberdade provisória antes de seu julgamento, que começa em 3 de outubro.