O mercado de criptomoedas reduz as perdas do fim de semana em meio à escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia e opera com estabilidade na manhã desta segunda-feira (14). O Bitcoin mostra pouca variação nas últimas 24 horas, cotado a US$ 39.085,69, segundo o CoinGecko. O Ethereum subia 0,6%, negociado a US$ 2.595,95.
No Brasil, o Bitcoin tem baixa de 0,3%, cotado a R$ 198.570,19, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
A Dogecoin (DOGE) chegou a subir 10% na sessão da Ásia depois que o CEO da Tesla, Elon Musk, disse em um tuíte durante a madrugada que não está vendendo suas posições em BTC, ETH e Dogecoin. O preço da moeda meme, porém, opera em leve alta de 0,4% no momento.
Mas o avanço das tropas russas em território ucraniano também intensificou as perdas das principais criptomoedas no fim de semana. No domingo, um ataque com mísseis russos a um centro de treinamento militar da Ucrânia a apenas 16 quilômetros da fronteira com a Polônia matou 35 pessoas, segundo vários relatos, e ameaçou levar conflito além das fronteiras ucranianas.
Desde que a Rússia iniciou o ataque à Ucrânia, o Bitcon subiu e caiu na faixa de US$ 37.000 a US$ 45.000 que havia entrado no final de janeiro. “Foi outra semana indecisa e limitada para o Bitcoin e os mercados de criptomoedas, onde o líder não conseguiu fazer nenhum progresso significativo no lado positivo”, escreveu Joe DiPasquale, CEO da gestora de fundos BitBull Capital, em mensagem de texto ao CoinDesk.
A maioria das criptomoedas opera com perdas nesta segunda-feira: Binance Coin (-0,8%), XRP (-4,1%), Cardano (+1,7%%), Avalanche (-2,7%), Polkadot (-2,1%) e Shiba Inu (-2,2%).
Outros destaques
Impressão digital: A Block (SQ), antes conhecida como Square, disse que a carteira de bitcoin em desenvolvimento pela empresa de pagamentos permitirá sensores de impressão digital para transações, de acordo com uma postagem no blog da companhia na sexta-feira, uma ferramenta que busca combinar segurança e facilidade, de acordo com a publicação.
Nova startup: Alex Kriete e Greg Girasole, codiretores de ativos digitais do Citigroup, anunciaram no LinkedIn que estão deixando o banco para o desenvolvimento de uma nova empresa de criptomoedas. Os executivos, que lideravam a unidade do Citi criada em junho de 2021, prometem mais detalhes nas próximas semanas.
Compra de fatia: A CoinShares International aumentou sua participação no banco suíço FlowBank para 29,3% em uma transação de 24,7 milhões de francos (US$ 26,5 milhões). Com o acordo, a empresa de investimentos em ativos digitais se torna acionista controladora juntamente com o CEO do FlowBank, Charles Henri Sabet, disse um porta-voz à Bloomberg.
Marketing cripto: O ator Cauã Reymond agora faz parte do trio de embaixadores da corretora mexicana de criptomoedas Bitso, ao lado de Fernanda Gentil, jornalista e apresentadora de TV, e Gabriela Prioli, advogada e comentarista política. Em 2018, o ator também foi garoto-propaganda de uma grande ação de marketing da Atlas Quantum, acusada de um dos maiores esquemas de pirâmide financeira com bitcoin do Brasil. Enquanto isso, o cantor sertanejo Bruno, que faz dupla com Marrone, gravou uma música lado a lado com o foragido da Justiça Danilo Santana, que vive em Dubai. O clipe foi lançado na sexta-feira (11) no Youtube.
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Regulação e CBDCs
Token bolsonarista: O site “Mito 22”, que se apresenta como apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), vende um token homônimo na internet a pretexto de colaborar com a produção de material de campanha, como camisetas e bandeiras. Consultado pelo Estadão, o Tribunal Superior Eleitoral afirmou desconhecer a iniciativa, destacando que a legislação proíbe o uso de criptomoedas para custeio de bens e serviços de campanha.. O “MITO22” utiliza o sistema da Binance e, segundo desenvolvedores, existem 22 milhões de unidades no total.
Votação na UE: A Comissão de Assuntos Econômicos e Monetários do Parlamento Europeu vota nesta segunda-feira (14) um marco regulatório que pode colocar em risco o uso de criptomoedas baseadas no consenso de proof-of-work (PoW), como Bitcoin e Ethereum, em países membros da União Europeia. Pessoas a par do assunto disseram ao CoinDesk que uma pequena maioria de parlamentares poderia derrotar a polêmica cláusula da MiCA (Markets in Crypto Assets), que busca forçar a migração para mecanismos de consenso com menos consumo de energia.
Títulos de Bitcoin: El Salvador busca o momento certo para lançar um título lastreado em Bitcoin, o que poderia acontecer entre 15 e 20 de março, disse o ministro das Finanças, Alejandro Zelaya, em entrevista à Reuters. Mas o ministro ressaltou que a emissão também está condicionada à guerra na Ucrânia.
Guerra e sanções
Bancos e cripto na mira dos EUA: O Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse que bancos, corretoras de criptomoedas e outras instituições financeiras que atendem aos oligarcas russos sancionados pelo governo americano estarão na “mira” ao detalhar a agenda da força-tarefa especial “KleptoCapture”, criada para aplicar sanções em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia, noticiou o Financial Times. O Departamento do Tesouro dos EUA também divulgou uma diretiva na sexta-feira detalhando como as criptomoedas não devem ser usadas para escapar das sanções impostas à Rússia.
Refúgio em Dubai: Empresas de criptomoedas nos Emirados Árabes Unidos estão sendo inundadas com pedidos de russos para liquidar bilhões de dólares em moedas virtuais, disseram executivos e fontes financeiras à Reuters. Dubai tem sido um ímã para ultrarricos. E a recusa dos Emirados Árabes em tomar partido entre aliados ocidentais e Moscou atrai russos em busca de um lugar seguro para seu dinheiro.
Metaverso, Games e NFTs
Compra dos CryptoPunks: A Yuga Labs, empresa por trás de uma das maiores e mais valiosas coleções de NFT do setor, o Bored Ape Yacht Club, anunciou no sábado a compra dos direitos de propriedade intelectual das coleções CryptoPunks e Meebits, da Larva Labs.
Esportes
Aposta em fan tokens: Em artigo no E-Investidor, Fabricio Tota, diretor do Mercado Bitcoin, destaca que a tokenização de artigos de futebol para fãs é prato cheio para clubes brasileiros, com muitos times grandes ainda sem um token, assim como equipes do interior ou de porte médio que poderiam aproveitar esse engajamento.
Futuro do esporte: Tokens não fungíveis e ativos digitais são uma das dez principais tendências da indústria esportiva, de acordo com o relatório Sports Outlook 2022, elaborado pela PricewaterhouseCoopers. Desde alterar a infraestrutura de tecnologia até impulsionar o engajamento dos fãs, o relatório lista três principais casos de uso de NFTs que têm potencial para moldar o futuro dos esportes, destaca o Cointelegraph.