O mercado de criptomoedas opera sem força nesta sexta-feira (27), mas acumula ganhos na semana, marcada pela euforia com a expectativa do lançamento de ETFs com exposição direta ao Bitcoin nos EUA. Os contratos futuros apontam para uma abertura em alta das bolsas em Nova York com a ajuda do balanço da Amazon.
O Bitcoin perde 0,5% em 24 horas, cotado a US$ 34.118,78, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC recua 1%, para R$ 171.443,00, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) tem queda de 2,5%, negociado a US$ 1.784,47.
As principais altcoins vão em direções opostas, entre elas BNB (+0,1%), XRP (-1,6%), Cardano (-2,2%), Solana (+2,3%), Dogecoin (-1,1%), TRON (+0,6%), Toncoin (-3%), Polygon (-3,5%), Polkadot (-4,1%), Chainlink (+1,6%) e Shiba Inu (-0,4%).
Fortuna de CEO da Binance
Apesar do recente rali dos preços das criptomoedas, este ano tem sido marcado pelos baixos volumes de negociação, o que afetou em cheio a Binance, maior exchange cripto do mundo, e a fortuna de seu CEO Changpeng “CZ” Zhao.
O índice de bilionários da Bloomberg reduziu sua estimativa de receitas para a Binance em 38% para refletir os menores volumes negociados na corretora em 2023. Com a revisão, o patrimônio de CZ encolheu em US$ 11,9 bilhões, para US$ 17,2 bilhões.
A pressão regulatória, que resultou na saída de vários executivos do alto escalão na exchange, também pesa sobre o desempenho.
Além disso, parlamentares dos EUA agora pressionam o Departamento de Justiça dos EUA para levar adiante uma investigação sobre o papel da Binance e da Tether em atividades de usuários ligadas ao suposto financiamento de terrorismo, apesar de dados contestados recentemente por empresas de análise como a Elliptic.
Regulação de criptoativos no Brasil
No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) começou a mapear o mercado de criptoativos. De acordo com reportagem do Valor Econômico, a partir da semana que vem a autarquia vai enviar 64 ofícios a participantes do mercado que atuam no ecossistema de criptoativos e potencialmente lidam com valores mobiliários.
Um novo censo destacado em estudo da Abcripto (Associação Brasileira da Criptoeconomia) divulgado pelo jornal revela que o setor é pulverizado em centenas de startups de pequeno e médio portes, “que empregam menos de 100 pessoas, faturaram até R$ 10 milhões no último ano e foram constituídas durante a pandemia”.
E em meio às mudanças propostas na tributação de criptoativos no exterior, a Receita Federal disse que tem usado inteligência artificial e outras ferramentas para fiscalizar o mercado de criptomoedas do Brasil.
Leia Também
Depoimento de Sam Bankman-Fried
Sam Bankman-Fried (SBF), fundador da exchange cripto FTX, prestou depoimento na quinta-feira (26), mas sem a presença dos jurados.
O juiz Lewis Kaplan, que preside o caso, mandou o grupo para casa por volta das 14h de Nova York. Seu objetivo era avaliar se certos tópicos deveriam ser excluídos do depoimento de Bankman-Fried nesta sexta, segundo o Decrypt.
As perguntas direcionadas a SBF pela procuradora-assistente dos EUA, Danielle Sassoon, cobriram o uso de mensagens criptografadas na FTX, empréstimos pessoais e se a Alameda Research tinha permissão para gastar fundos de clientes sob um contrato entre a exchange e sua empresa de trading.
“A resposta é: ‘Você não se lembra’”, disse Kaplan a Bankman-Fried após uma resposta particularmente prolixa. O juiz observou posteriormente que Bankman-Fried tinha uma “maneira interessante de responder às perguntas”.
O ex-CEO da FTX afirmou ainda que os ativos dos clientes da FTX foram armazenados em uma “carteira omnibus”, e não em “wallets” individuais de criptomoedas, de acordo com o Wall Street Journal.
SBF sugeriu que armazenar ativos de clientes em contas coletivas é uma prática do setor. Ele citou o exemplo do envio de fundos para sua carteira na exchange de criptomoedas Huobi, que então foram transferidos imediatamente para uma carteira omnibus.
Leia também: FTX: Tudo que você precisa saber sobre o julgamento de Sam Bankman-Fried
Outros destaques das criptomoedas
No Reino Unido, um projeto para ajudar agências a confiscar e congelar criptoativos usados em práticas ilícitas virou lei na quinta-feira (26) após receber a aprovação do rei, de acordo com o CoinDesk. A Lei sobre Crimes Econômicos e Transparência Empresarial abrange uma série de atividades criminosas, desde o tráfico de drogas até ao cibercrime.
Na Índia, bancos estão oferecendo incentivos para a realização de transações sob o piloto de moeda digital do banco central, ou “e-rupia”, com o objetivo de impulsionar os volumes, atualmente bem abaixo do esperado, disseram três fontes à Reuters. Os incentivos vão desde reembolsos a pontos de recompensa, semelhantes aos oferecidos pelos bancos em cartões de crédito e débito, afirmaram. O banco central da Índia não respondeu a um pedido de comentário.
Um juiz distrital dos EUA na Califórnia emitiu uma sentença nesta semana a favor da Yuga Labs, empresa por trás da famosa coleção de tokens não fungíveis (NFTs) Bored Ape Yacht Club, informou o Decrypt. O processo foi movido contra a Ryder Ripps e Jeremy Cahen e concedeu à Yuga Labs uma indenização de quase US$ 1,6 milhão.
Segundo o tribunal, a quantia é relativa aos lucros que a Ripps e Cahen obtiveram com as vendas da coleção Ryder Ripps Bored Ape Yacht Club, que infringiram os direitos de marca registrada da Yuga Labs. Os réus argumentavam que o uso das marcas BAYC da Yuga não constituíam uma violação, mas “sátira” e “paródia”.
- Quer desvendar os mistérios do Bitcoin? Adquira “O Livro de Satoshi”, um compilado de escritos e insights de Satoshi Nakamoto