As duas maiores criptomoedas vão em direções opostas nesta sexta-feira (8), com fortes ganhos para algumas altcoins e traders à espera de dados do mercado de trabalho nos EUA, que podem dar pistas sobre o rumo da política monetária na maior economia do mundo.
O Bitcoin mostra estabilidade em 24 horas, cotado a US$ 43.200,72 segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC recua 0,1%, negociado a R$ 213.158,55, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) avança 5,4%, para US$ 2.358,06.
As principais altcoins são negociadas no azul ou com pouca variação, entre elas BNB (+1,3%), XRP (+2,3%), Solana (+14,6%), Cardano (+13,3%), Dogecoin (+3%), TRON (+2,4%), Toncoin (+2%), Chainlink (-0,7%), Avalanche (-0,2%), Polkadot (+4,3%), Polygon (+5,1%) e Shiba Inu (+4,5%).
CZ é obrigado a permanecer nos EUA
O fundador da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, está proibido de retornar aos Emirados Árabes Unidos antes de receber sua sentença, agendada para fevereiro do ano que vem, segundo a ordem de um juiz federal em Seattle.
O juiz distrital dos EUA Richard Jones rejeitou na quinta-feira (7) o pedido de CZ para retornar à sua residência após sua confissão de culpa por violar regras de lavagem de dinheiro no país.
O executivo, que deixou o cargo de CEO da Binance, poderia pegar até 10 anos de prisão, mas a pena deve se limitar a 18 meses sob os termos do acordo fechado com o Departamento de Justiça dos EUA.
Em um sinal de que a Binance tende a reduzir sua gigante estrutura depois da multa de US$ 4,3 bilhões imposta pelo governo americano, a maior exchange cripto do mundo desistiu de buscar uma licença para operar em Abu Dhabi, informou a Reuters.
“Ao avaliar nossas necessidades globais de licenciamento, decidimos que este pedido não era necessário”, disse um porta-voz da Binance.
No acordo com o DoJ, a exchange admitiu ter permitido transações com o Hamas e outros grupos terroristas na plataforma e foi acusada de três crimes, incluindo falhas no combate à lavagem de dinheiro, operação de negócios de transmissão de dinheiro não licenciado e violação de sanções dos EUA.
Na quinta-feira, um grupo bipartidário de senadores americanos apresentou um projeto de lei que ampliaria os poderes de sanções do Departamento do Tesouro para incluir mais grupos terroristas e daria mais recursos para abordar o setor de criptoativos.
Bitcoin hoje
Depois de encostar em US$ 45 mil, o respiro do Bitcoin intriga players do mercado.
A empresa de análise cripto Santiment observou que a estabilidade do BTC coincidiu com investidores alertando para um possível rali de curta duração, que atrai investidores de volta ao mercado antes de uma tendência de baixa.
“Traders estão temerosos de que os mercados cripto possam estar em ‘bull trap’ no momento”, disse a Santiment no X na quinta-feira, citando métricas de mídia social.
De qualquer forma, ainda predomina a narrativa de maior demanda por ativos digitais com o lançamento de fundos com exposição direta ao Bitcoin no mercado americano.
Mas enquanto gigantes de Wall Street como a BlackRock aguardam um sinal verde da SEC para lançar um ETF de Bitcoin à vista, as rivais Vanguard e State Street decidiram não participar da corrida.
“Nossa posição é clara: a Vanguard não tem intenção de oferecer um ETF Bitcoin à vista ou qualquer outro produto relacionado a cripto”, disse a gestora em comunicado à Bloomberg por e-mail. A Vanguard acredita que a tese de investimentos em criptomoedas é “fraca”.
“Avaliamos continuamente nossa linha de ETFs, mas neste momento não oferecemos um ETF cripto”, informou a State Street, que parece não estar interessada no chamado ouro digital por enquanto. A gestora administra o ETF SPDR Gold Shares atrelado ao ouro, com ativos de US$ 57 bilhões, conforme a Bloomberg.
Já El Salvador redobrou sua aposta na maior criptomoeda. Com o objetivo de atrair milionários para morar no país, o governo lançou o programa “Freedom VISA”, que oferece vistos de residência para um máximo de 1.000 pessoas por ano que invistam pelo menos US$ 1 milhão em Bitcoin ou Tether (USDT), reportou o CoinDesk.
Consulta pública do Banco Central
No Brasil, o Banco Central planeja iniciar a consulta pública sobre a regulamentação dos prestadores de serviço de ativos digitais (VASPs, na sigla em inglês) no primeiro trimestre do ano que vem, informou o Valor Investe.
O decreto 11.563 estabeleceu que o BC irá regular a prestação de serviços com criptomoedas e terá o poder de autorizar quem pode atuar no mercado. O BC também tem o poder para supervisionar o funcionamento do setor.
Durante o Encontro Anual Drex 2023, o coordenador do projeto, Fábio Araújo, disse que a consulta será realizada com base em perguntas ao mercado e a expectativa é que seja concluída até meados de 2024.
Enquanto exchanges que já atuam no Brasil aguardam as regras do BC, outras decidem deixar o segmento. A Liqi anunciou na quinta-feira (7) que irá encerrar suas operações como corretora de criptomoedas. Os clientes terão até o dia 11 de janeiro de 2024 para sacar seus ativos. A Liqi pretende seguir no mercado “com especial ênfase em soluções em blockchain, tokenização e ‘digital assets’ para empresas”.
Outros destaques das criptomoedas
A Block colocou no mercado uma nova carteira física para Bitcoin em meio ao maior foco da empresa de pagamentos de Jack Dorsey em segurança e autogovernança para o setor de ativos digitais, segundo a Bloomberg. Chamada Bitkey, a “hard wallet” permite a autocustódia da criptomoeda em um dispositivo em forma de hexágono. Os usuários da carteira podem se conectar a exchanges e serviços de pagamento, incluindo o Cash App da Block, possibilitando a transferência de bitcoins entre plataformas.
A Uphold também lançou uma carteira de autocustódia. Em versão beta, a Vault oferece suporte para o token XRP, com planos de incluir o Bitcoin no início de 2024, de acordo com o The Block. Se usuários perderem suas chaves privadas, com a Vault “poderão iniciar uma substituição das chaves que lhes permitirá recuperar o acesso aos seus ativos”, diz a empresa.
A Meanwhile Group, uma startup cripto que tem Sam Altman, criador do ChatGPT, entre os investidores, lançou um fundo de crédito privado de Bitcoin por meio de sua unidade de gestão de investimentos Meanwhile Advisors, apurou o The Block. O novo fundo, que busca levantar US$ 100 milhões, planeja fornecer acesso ao Bitcoin a investidores institucionais com uma meta de retorno extra de 5% denominado em BTC. Esse rendimento será gerado com o empréstimo de bitcoins.
A Sotheby’s iniciou seu primeiro leilão de tokens não fungíveis (NFTs) inscritos no protocolo Ordinals da rede Bitcoin. Com três itens da coleção BitcoinShrooms, o leilão acontece até 13 de dezembro. A BitcoinShrooms, criada pelo artista com pseudônimo Shroomtoshi, mostra a história, a cultura e os principais aspectos técnicos da rede Bitcoin, disse a Sotheby’s.
Um avocado digital da coleção já atraiu lances de US$ 28 mil, segundo o CoinDesk, em meio a críticas de puristas do Bitcoin que querem preservar a blockchain para aplicações financeiras.
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