Moedas de bitcoin e ethereum entre dedos à frente de um gŕafico indicando alta
Foto: Shutterstock

O cenário macro volta a pesar sobre ativos de risco como criptomoedas e ações, em meio à persistência da inflação, juros altos e o acordo ainda emperrado para elevar o teto da dívida americana. 

O Bitcoin (BTC) registra queda de 2% nas últimas 24 horas, negociado a US$ 26.771,57, segundo dados do Coingecko.  

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Em reais, a maior criptomoeda opera em baixa de 1,8%, cotada a R$ 133.812,78, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

O Ethereum (ETH) recua 2%, para US$ 1.816,95.  

Dogecoin (DOGE), considerado o “token de estimação” do bilionário Elon Musk, cai 2,5% nas últimas 24 horas. 

Em entrevista online durante evento do Wall Street Journal, o dono da Tesla e do Twitter disse que ainda é fã da criptomoeda-meme, mas não recomenda que as pessoas invistam todas as suas economias na Dogecoin. 

“Não estou aconselhando ninguém a comprar cripto ou apostar ‘a fazenda’ em Dogecoin”, disse Musk. 

Ainda assim, o empresário afirmou que a Dogecoin ainda é sua favorita porque tem “o melhor humor” e “tem cachorros”. 

Solana (SOL) perde 1,5% nas últimas 24 horas. A Fundação Solana lançou uma ferramenta que integra o chatbot ChatGPT à blockchain e aumentou os fundos disponíveis para um programa acelerador para projetos com foco em inteligência artificial de US$ 1 milhão para US$ 10 milhões, informou o The Block. 

Outras altcoins também são negociadas em terreno negativo nesta manhã, entre elas BNB (-1,4%), XRP (-1,3%), Cardano (-0,5%), Polygon (-1,3%), Polkadot (-1,7%), Shiba Inu (-1,8%) e Avalanche (-2,5%).  

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Bitcoin hoje 

O Bitcoin abriu em queda nas negociações da Ásia, abaixo de US$ 27 mil, mas acelerou as perdas com os dados da inflação ao consumidor no Reino Unido.  

O núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, deu um salto de 6,8%, para o maior nível desde 1992, acima das expectativas de economistas. 

E na Nova Zelândia, o banco central subiu os juros como esperado, para 5,5%. 

Hoje sai a ata do Federal Reserve, o banco central americano, que deve justificar as razões que levaram ao aumento da taxa básica em 0,25 ponto percentual no início do mês. 

Apesar do cenário macro incerto, investidores de longo prazo continuam a apostar no Bitcoin. 

Dados da Glassnode mostram que a proporção de BTC mantida por pelo menos um ano subiu para um recorde de 68%, enquanto a parcela de bitcoins mantidos nas carteiras por pelo menos dois anos está em 55%, e em 40% por três anos. 

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Batalha Coinbase x SEC 

Em sua incansável disputa com a SEC, conhecida como o “xerife de Wall Street”, a Coinbase Global, maior corretora cripto dos EUA, registrou um pedido de ordem judicial para obrigar a agência a se posicionar sobre a regulação dos criptoativos no país. 

“[A SEC] demonstrou sua intenção de continuar sua campanha de fiscalização contra a indústria cripto nos mesmos tópicos levantados pela petição da Coinbase, ignorando essa petição como tem feito por anos com outras petições de regulamentação relacionadas a ativos digitais”, disse a Coinbase no documento registrado na terça-feira (23). 

Se a SEC decidir negar a petição da Coinbase, a exchange ainda pode ser obrigada por um “mandamus” — definido nos EUA como uma ordem judicial para garantir que um órgão do governo cumpra certas petições — para decidir sobre a regulamentação de ativos digitais, conforme o Blockworks

Em meio ao debate sobre o que a SEC considera ou não um valor mobiliário, uma startup conseguiu uma licença como corretora de propósito especial para custodiar criptoativos sob as regras da reguladora americana. 

De acordo com a Bloomberg, a Prometheum Ember Capital, uma empresa de Nova York fundada em 2021, disse que a aprovação permite custodiar títulos de ativos digitais em nome de pessoas físicas e clientes institucionais como um custodiante qualificado. No entanto, esses ativos excluem o Bitcoin. 

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Um porta-voz da SEC não quis comentar. A Prometheum vê a aprovação como um passo importante para a construção da estrutura corporativa e das licenças para permitir que sua controladora, a Prometheum Inc., possa oferecer negociação de criptomoedas aos clientes. 

Carteiras na Binance 

Carteiras hospedadas pela Binance, que voltou a ser alvo de reportagem da Reuters sobre o suposto uso indevido de fundos de clientes, foram sancionadas por autoridades dos EUA na terça-feira (23) por potenciais vínculos com o governo da Coreia do Norte, de acordo com comunicado do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC). 

As carteiras da lista sancionada – que continham Bitcoin, Ethereum, e as stablecoins Tether (USDT) e USDC, da Circle – pertenciam a um indivíduo chamado Sang Man Kim, um cidadão norte-coreano de 58 anos, alegou o OFAC.  

As carteiras foram hospedadas pela Binance, mas a corretora não as controlava ativamente, destacou o CoinDesk. As chamadas “wallets” parecem ser endereços de carteiras gerados automaticamente. Não houve transações entre esses endereços nos últimos 12 meses, de acordo com dados blockchain. 

“Podemos confirmar que a Binance tomou medidas contra contas conectadas a esses indivíduos há mais de um ano, em conformidade com mandados cumpridos legalmente”, disse um porta-voz da Binance em e-mail ao CoinDesk. 

Real digital 

Mais empresas formaram consórcios para participar do projeto-piloto do real digital, a moeda virtual do Banco Central do Brasil.   

Segundo reportagem do Valor Econômico, a plataforma de segurança digital e criptografia Dinamo Networks faz parte de três consórcios dentre os mais de 30 projetos de empresas do setor privado que buscam participar do desenvolvimento do real digital. O BC vai selecionar dez projetos. 

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A Dinamo se inscreveu no consórcio da tokenizadora de ativos Liqi, no da Tecban e Banco da Amazônia e num terceiro projeto com uma instituição financeira cujo nome não foi revelado, de acordo com o Valor. 

O MB (Mercado Bitcoin) também participa por meio de um consórcio com a bandeira de cartões Mastercard, com a registradora Cerc e com a fintech de software financeiro Sinqia. 

Três produtos serão testados no piloto: a moeda digital do banco central (CBDC, na sigla em inglês), o real tokenizado e o título público federal. De forma gradativa, cada uma adiciona uma maior camada de complexidade. 

Na zona do euro, o bloco ainda está em fase preliminar para lançar sua moeda digital, disse Fabio Panetta, membro do Conselho Executivo do Banco Central Europeu, em entrevista ao jornal Les Echos publicada no site da instituição.  

Panetta calcula que o BCE poderia lançar um euro digital no prazo de três a quatro anos, mas o dinheiro físico vai estar disponível enquanto houver demanda, ressaltou. 

Outros destaques das criptomoedas  

Num Finance, um protocolo de finanças descentralizadas (DeFi), captou US$ 1,5 milhão em uma rodada de financiamento com uma aposta no mercado de stablecoins da América Latina e do Oriente Médio, de acordo com comunicado à imprensa. 

A empresa quer ampliar as ofertas de stablecoins com tokens atrelados ao real, ao peso colombiano, ao peso mexicano e ao dinar do Bahrein já a partir de junho. O protocolo também tem como foco a oferta de ativos do mundo real, como a tokenização de instrumentos financeiros do mercado monetário, segundo a empresa, que contou com o braço de venture capital da plataforma cripto argentina Ripio entre os investidores na rodada pré-semente. 

Já a Comissão Europeia quer facilitar o acesso a stablecoins e ativos tokenizados por bancos comerciais, segundo documento vazado visto pelo CoinDesk, em movimento oposto à postura de parlamentares da União Europeia que pressionaram por limitar a exposição do setor bancário aos criptoativos em meio à uma reforma do setor.  

Em janeiro, o Parlamento Europeu disse que os bancos deveriam ser obrigados a emitir um euro de capital para cada euro em cripto nas carteiras, atribuindo uma ponderação de risco de 1.250% a instituições financeiras que quiserem manter ativos digitais. 

De acordo com o documento, a proposta da Comissão Europeia é reduzir esse requisito a uma ponderação de risco de 250% para qualquer stablecoin cujo valor esteja atrelado a ativos não fiduciários, como ouro. Um porta-voz da Comissão não quis comentar o documento.

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