Moeda de Bitcoin é atingida por raio e quebrada
Foto: Shutterstock

O rali que marcou os mercados financeiros globais após a decisão do banco central dos Estados Unidos teve vida curta. Depois do alívio, fatores como inflação, aperto monetário e Covid na China voltaram a pesar sobre ativos de risco e criptomoedas.  

Nas últimas 24 horas, o Bitcoin (BTC) tem queda de 7,9%, cotado a US$ 36.383, mostram dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) perde 6,7%, negociado a US$ 2.730. 

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No Brasil, o Bitcoin recua 5,5%, para R$ 183.995, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).  

Proibição na Argentina

Dois dias após um dos maiores bancos da Argentina ter anunciado que iria passar a permitir compra e venda de criptomoedas, o Banco Central do país anunciou que a medida é ilegal.

Na quinta-feira (5), o Banco Central da Argentina publicou um comunicado em seu site oficial informando que “as entidades financeiras não poderão fazer e nem facilitar operações com ativos digitais, incluindo criptoativos”.

Segundo o banco, as criptomoedas “não se encontram reguladas pela autoridade nacional e autorizadas pelo Banco Central”.

Dia de sangria 

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou que não pretende aumentar os juros em doses acima de 0,5 ponto percentual. Embora a mensagem tenha animado os investidores inicialmente, outros questionam a capacidade do FED de realmente segurar a inflação. 

A sangria nos mercados financeiros na quinta-feira atingiu em cheio o Bitcoin. A maior criptomoeda chegou a cair 11%, para US$ 35.611, a maior baixa intradiária desde 21 de janeiro, segundo dados rastreados pela Bloomberg.

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O Dow Jones deu um mergulho de 1.000 pontos e fechou em baixa de 3,12% na quinta-feira, enquanto o Nasdaq Composite, focado em ações de tecnologia, terminou em queda de 4,99%. Os dois índices registraram as maiores perdas diárias desde 2020. 

Correlação Bitcoin x bolsas dos EUA 

“O Bitcoin está cada vez mais correlacionado com o horário de negociação e com os índices de mercados tradicionais dos EUA, provavelmente devido a uma combinação da crescente presença institucional americana e ausência da China após as proibições abrangentes no ano passado”, disse Josh Olszewicz, chefe de pesquisa da gestora de ativos digitais Valkyrie Investments. 

André Franco, head de research do Mercado Bitcoin, lembra que não é a primeira vez que o Bitcoin “gruda” em outro ativo. “Ele andou de alguma forma de mãos dadas com o ouro, agora com ações de risco. Isso tem muito a ver até com a própria guerra de narrativas sobre se o Bitcoin é um ativo que é reserva de valor ou se é um ativo que é reserva de risco”, disse ao Portal do Bitcoin. 

Já o analista de criptomoedas e trader Marcel Pechman destaca que, embora a política do Fed afete os mercados de renda variável, o sistema que fundamenta o Bitcoin segue o seu curso.  

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“O Bitcoin foi criado para servir como um sistema financeiro independente, e assim está funcionando desde seu lançamento em 2009. Os investidores e usuários não participam desse processo de decisão de preços nas exchanges, que determina a cotação em dólar”, afirmou Pechman. 

Ainda assim, Edward Moya, analista de mercado sênior da Oanda Americas, disse ao CoinDesk que o nível de suporte do Bitcoin em US$ 33.000 será chave e espera o mesmo tipo de volatilidade nos próximos dias. 

As principais altcoins também operam no vermelho nesta-sexta-feira como Binance Coin (-4,9%), XRP (-4,9%), Terra (-4,9%) Solana (-11%), Cardano (-9,8%), Dogecoin (-4,8%), Polkadot (-8,8%), Avalanche (-12%) e Shiba Inu (-5,4%), segundo dados do CoinGecko.   

Já o token FITFI da plataforma “move-to-earn” Fitness Finance, inspirada no STEPN e ainda em fase beta, mostra valorização de 146% em sete dias. 

Outros destaques 

A Luna Foundation Guard (LFG) comprou 37.863 bitcoins, ou US$ 1,5 bilhão, rumo à meta de acumular US$ 10 bilhões em reservas de stablecoin antes do fim do terceiro trimestre. As posições totais em bitcoins da LFG agora somam 80.394, um pouco abaixo de US$ 3 bilhões, segundo cálculos do CoinDesk

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Amber Group, uma plataforma de negociação de criptomoedas com sede em Singapura, está em busca de financiamento com uma avaliação de US$ 10 bilhões, disseram fontes à Bloomberg. Na rodada mais recente, a startup foi avaliada em US$ 3 bilhões. A Amber não comenta. 

E a Uniswap, maior exchange de criptomoedas descentralizada, diz que pode oferecer mais liquidez do que as rivais centralizadas Coinbase e Binance, por causa dos incentivos a seus provedores de liquidez para conseguir preços melhores para traders. 

A Block, fintech liderada pelo cofundador do Twitter Jack Dorsey, disse que não observou queda do consumo até abril. A empresa de pagamentos registrou lucro operacional no primeiro trimestre acima da estimativa de analistas, conforme a Reuters

O Dotz, serviço de fidelidade brasileiro para compras na internet, agora permitir que os pontos  acumulados sejam trocados por Ethereum além de Bitcoin, segundo comunicado divulgado na quinta-feira (5). 

Descentralização das redes sociais 

A Binance prometeu um aporte de US$ 500 milhões para a recente oferta de US$ 44 bilhões feita pelo bilionário Elon Musk para adquirir o Twitter, segundo documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). O Wall Street Journal publicou uma lista com os 19 investidores que se comprometeram a financiar a compra. 

O CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, acredita em uma “nova visão” para a plataforma, que poderia incorporar web3 e tecnologia blockchain. 

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Para alguns players do mercado, a tecnologia blockchain poderia criar uma plataforma segura, “blindada” contra caprichos de bilionários e golpes de criptomoedas, diz Hannah Miller em newsletter da Bloomberg. 

Um exemplo é a plataforma de empréstimos com criptomoedas Aave, que desenvolve o Lens Protcol, uma rede social descentralizada baseada na blockchain Polygon. O grande desafio seria convencer usuários a trocarem plataformas tradicionais por um território desconhecido, ainda que construído em blockchain. 

Regulação, Cibersegurança e CBDCs 

A Câmara dos Deputados indicou na quarta-feira (4) que recebeu novamente o projeto de lei que regula o mercado de criptomoedas, aprovado no Senado Federal e que teve origem na Câmara. Agora, cabe aos deputados pautar e votar o projeto. Caso seja aprovado, segue para a sanção ou o veto presidencial. 

Julien Dutra, diretor de relações governamentais da 2TM, dona do Mercado Bitcoin, disse ao Portal do Bitcoin que os deputados agora só podem retirar o que o Senado colocou no PL 2303/2015 do deputado Áureo Ribeiro, aprovado em dezembro pelo plenário da Câmara, ou mantê-lo como veio do Senado.  

“A análise é feita apenas em cima do que o Senado agregou”, afirma. Entre os pontos que podem ser retirados está a proposta de mineração verde, que oferece incentivo fiscal para o uso de energias alternativas. 

Os três cofundadores da BitMEX terão que pagar US$ 30 milhões por operar uma plataforma ilegal de derivativos de criptomoedas e violar as regras de lavagem de dinheiro, segundo ordem de um juiz federal divulgada pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) em comunicado na quinta-feira. 

Na União Europeia, emissores de tokens não fungíveis (NFTs) podem ter que abrir empresa, sendo tributados como pessoas jurídicas, o que ampliaria a abrangência do marco regulatório das criptomoedas proposto pelo bloco, segundo informações de um documento ao qual o CoinDesk teve acesso. 

Aposta em e-Sports

O time brasileiro de e-Sports Mibr vai entrar no universo das criptomoedas e emitir coleções de NFTs para fãs de games, de acordo com a Folha. O Mibr fechou uma parceria com a corretora de criptomoedas Bybit, que irá patrocinar os sete times do Mibr pelos próximos três anos.  

Na semana passada, a empresa de Dubai anunciou um investimento de US$ 50 milhões no Brasil. Outras organizações de e-Sports e games têm ampliado os investimentos em web3, como LOUD, Los Grandes, Fluxo e Xis, destaca a Forbes

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