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O mercado digere nesta quinta-feira (14) mais um pedido de recuperação judicial de uma empresa de crédito cripto, desta vez da Celsius. No Brasil, a agenda do Congresso para tentar votar o projeto de lei que regula os criptoativos no país também deve ganhar destaque.

O Bitcoin (BTC) é negociado com pouca variação nas últimas 24 horas, cotado a US$ 19.771,78  mostram dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) ganha 1%, negociado a US$ 1.084,43.  

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No Brasil, o Bitcoin cai 1,3%, para R$ 107.198,56, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

As principais altcoins operam entre perdas e ganhos como Binance Coin (+0,8%), XRP (-0,7%), Cardano (-1,9%), Solana (+0,2%), Dogecoin (-2,3%), Polkadot (-1,8%), Shiba Inu (-0,8%) e Avalanche (+4,2%).  

Hedge contra a inflação 

Na quarta-feira (13), era a grande a expectativa pelo relatório de inflação ao consumidor dos EUA, que mostrou  alta de 9,1% em junho na comparação anual, o maior ganho desde o fim de 1981. O Bitcoin chegou a cair abaixo da casa dos US$ 19.000 após a divulgação dos números, que vieram acima das previsões de economistas, mas depois se recuperou. As bolsas americanas encerraram a sessão em leve baixa, por isso o desempenho das maiores criptomoedas intriga analistas, aponta análise do CoinDesk. 

“Normalmente, isso (inflação mais alta) é uma má notícia para a economia e para os mercados”, segundo newsletter de Alexandre Lores, diretor de pesquisa de mercados de blockchain da Quantum Economics, “Se é apenas mais um dado econômico ruim jogado na pilha, ou se já estava precificado”, por enquanto investidores se mostram de certa forma indiferentes, avalia. 

Autoridades do Federal Reserve podem avaliar um aumento recorde dos juros de 1 ponto percentual no final deste mês. “Tudo está em jogo”, disse o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, em conversa com repórteres na quarta-feira, após a divulgação do relatório do IPC. 

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Com a alta global dos preços, volta ao debate a tese do Bitcoin como hedge. Em entrevista ao portal Money Times, Humberto Andrade, analista sênior de trading do MB, diz que a falta de regulação faz com que as instituições não consigam utilizar todos os mecanismos do mercado de criptoativos para usar o BTC como proteção contra a inflação. 

Crise de liquidez 

Depois da Voyager, foi a vez da Celsius, plataforma de empréstimos cripto, entrar com pedido de recuperação judicial em Nova York. O processo, registrado sob o Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA, protege os ativos da empresa contra a ação de credores durante a reestruturação. 

A Celsius possui entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões em ativos e um volume estimado equivalente em passivos, de acordo com documentos apresentados. Em comunicado, a plataforma, que bloqueou saques de clientes em 12 de junho, informou que “tem US$ 167 milhões em caixa, o que fornecerá ampla liquidez para apoiar certas operações durante o processo de reestruturação.” 

Oito entidades relacionadas à Celsius pediram recuperação judicial, entre elas a unidade de mineração de Bitcoin da empresa, a Celsius Mining, que em março havia anunciado planos de abrir o capital. 

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Fundada em 2017 por Alex Mashinsky e Daniel Leon, a Celsius atraiu investidores com a oferta de altos retornos e chegou a contar com mais de 1,7 milhão de usuários, de acordo com o The Block. 

Outros destaques 

O Itaú Unibanco apresenta nesta quinta-feira (14) sua unidade de negócios para a tokenização de ativos financeiros e uso da tecnologia cripto na infraestrutura de serviços e no “back-office”, informou o Valor. Trazer mais investidores institucionais do mercado regulado para o segmento de ativos tokenizados está entre os desafios do maior banco do país. 

O mercado brasileiro movimentou R$ 15,4 bilhões em 2,025 milhões de operações com criptomoedas em maio, de acordo com o último relatório disponibilizado pela Receita Federal publicado pelo Valor Investe. O volume transacionado foi calculado a partir da declaração de 364.457 CPFs e 10.152 CNPJs. A quantidade de CPFs é 39,2% menor que a de maio do ano passado. 

A Binance destruiu na quarta-feira (13) o equivalente a cerca de R$ 2,3 bilhões de seu token nativo BNB durante queima periódica da criptomoeda da exchange. De acordo com publicação da corretora, um total de 1.959.595,29 tokens BNB foram destruídos na 20ª queima trimestral, cerca de US$ 444 milhões na cotação do momento da queima. 

A exchange de criptomoedas OKX recebeu uma licença provisória de ativos virtuais em Dubai, de acordo com comunicado divulgado nesta quinta-feira (14). 

O custo de produção do Bitcoin caiu de US$ 24.000 no início de junho para cerca de US$ 13.000 atualmente, o que pode ser visto como negativo para os preços, de acordo relatório do JPMorgan Chase publicado pela Bloomberg. 

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Charlie Munger está de volta. O bilionário de 98 anos novamente criticou as criptomoedas em entrevista ao Australian Financial Review. “Acho que todo mundo que vende essa coisa é lunático ou perverso. Eu não vou encostar em cripto”, disse Munger, acrescentando que “cripto é um investimento em nada”. 

Regulação, Cibersegurança e CBDCs 

No Brasil, o mercado acompanha as negociações no Congresso para saber se o projeto de lei dos criptoativos poderá ser votado antes das eleições em outubro. 

“A ABCripto entende ser necessário a aprovação do PL o mais rápido possível, inclusive os destaques que estão relacionados à manutenção dos artigos ligados à regra de transição e segregação patrimonial”, explica em artigo do InfoMoney Bernardo Sur, diretor da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), que reúne 11 empresas do setor, entre elas o MB, Foxbit e NovaDax. 

O Estadão divulgou mais detalhes sobre a notificação do Banco Central, no início de maio, para que a Acesso Soluções de Pagamento, então responsável pelas transações financeiras da Binance, comprovasse a adoção de medidas contra lavagem de dinheiro. A informação foi revelada na quarta-feira (13) pela Folha de S. Paulo.  

A Binance encerrou o acordo que tinha com o Capitual, instituição não regulada pelo BC, que fazia a ponte entre a exchange e a Acesso (esta sim, regulada). A corretora já trocou de parceiros e atualmente trabalha com a Latam Gateway, que substituiu o Capitual, e com o banco BS2, que agora faz o papel da Acesso. 

Em resposta à exigência do BC, segundo troca de e-mails obtida pelo Estadão/Broadcast, a Acesso disse que era preciso rever o modelo de conta “bolsão”, da qual o Capitual era o titular, para que “todos os titulares detenham contas individualizadas”. A conta do Capitual na Acesso movimentou R$ 40 bilhões em 2021, mas a instituição não tinha informações detalhadas sobre os clientes finais. Ao Estadão, a Binance disse que não é cliente da Acesso e que “nunca foi informada sobre qualquer solicitação do Banco Central para individualização de contas”. 

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No Reino Unido, parlamentares abriram uma consulta para avaliar o futuro dos criptoativos, com planos de considerar o impacto que os ativos digitais teriam nos consumidores, no governo e instituições financeiras. As opiniões podem ser enviadas ao comitê do Tesouro britânico até 12 de setembro, segundo comunicado

Em uma decisão inovadora, a Suprema Corte da Inglaterra e Gales permitiu que Fabrizio D’Aloia, fundador da empresa de jogos online Microgame, sediada na Itália, entre com uma ação contra pessoas anônimas usando como documentação o envio de tokens não fungíveis (NFTs), de acordo com o CoinDesk.  

Os acusados estão conectados a duas carteiras digitais de uma plataforma fraudulenta. Essas carteiras receberam depósitos em stablecoins totalizando 2,1 milhões USDT e 230 mil USDC. Binance, Poloniex, Gate.io, OKX e Bitkub foram identificados por D’Aloia como detentores de seus criptoativos. 

O Comitê de Pagamentos e Infraestruturas de Mercado (CPMI) do Banco de Compensações Internacionais (BIS) e a Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários (IOSCO) publicaram na quarta-feira (13) diretrizes finais sobre a regulamentação de stablecoins. As recomendações são um passo para a implementação de um marco legal de “mesmo risco, mesma regulamentação” para esses tokens, segundo comunicado

Em entrevista ao portal Inteligência Financeira, Fabricio Tota, diretor do MB, disse que as stablecoins algorítmicas “não estão mortas”, mas destacou que o ecossistema “precisa se reinventar”.  

Na África do Sul, o banco central planeja introduzir um marco regulatório para criptomoedas, disse Kuben Naidoo, vice-presidente da instituição, durante o webinar PSG Think Big. O processo pode durar entre 12 e 18 meses, e a autoridade monetária também estuda a emissão de uma moeda digital, conforme o CoinDesk

Estudo da consultoria Morning Consult publicado pelo Valor revelou que a Nigéria é o país com maior atividade em criptomoedas: 55% dos adultos afirmaram que compram ou vendem moedas digitais pelo menos uma vez por mês. 

Autoridades ucranianas desmantelaram uma suposta mesa de negociação que convertia fundos em criptomoedas de forma ilegal para russos. A Procuradoria-Geral da Ucrânia apreendeu mais de 50 milhões de hryvnia (cerca de US$ 1,6 milhão), 830 quilos de prata, seis terrenos e três apartamentos dos supostos criminosos, informou o The Block. 

Metaverso, Games e NFTs 

A Polygon, uma solução de escala para transações da rede Ethereum, segue com a expansão de sua infraestrutura para Web3 por meio de um novo projeto com a gigante de mídia Walt Disney Company. A Polygon é uma das seis empresas selecionadas para participar do programa “Accelerator 2022” da Disney, destinado a estimular o crescimento de empresas inovadoras globalmente, segundo comunicado da Disney. O token MATIC da Polygon dispara 12% na esteira do anúncio. 

Em meio ao inverno cripto, um NFT cobiçado ainda pode valer milhões de dólares. Na noite de terça-feira (12), o CryptoPunk nº 4.464 foi vendido por 2,5 mil ETH — equivalente a mais de US$ 2,6 milhões no momento da venda, ou cerca de R$ 14 milhões. 

Reuniões e estágio chegam pouco a pouco ao metaverso. Companhias no Brasil, entre elas a AmBev, começam a incluir experiências com ferramentas de realidade aumentada no trabalho, mostra reportagem do Valor. 

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