O mercado de criptomoedas amanhece com maior demanda por ativos vistos como mais arriscados. O Bitcoin (BTC) é negociado com alta de 5,6% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 30.703,86, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) sobe 6,3%, negociado a US$ 1.907,53.
No Brasil, o Bitcoin avança 5,4%, para R$ 145.652, mostra o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
Na sessão da Ásia, o BTC chegou perto de US$ 31.000, de acordo com a Bloomberg, embalado pelo otimismo dos investidores com o alívio das restrições impostas na China para frear a Covid, o que pode ser um bom sinal para economia global.
Com o desempenho nesta segunda-feira (30), a maior criptomoeda já mostra valorização de 1% em sete dias. “O Bitcoin acabou de passar oito semanas consecutivas em território negativo e ficou tecnicamente sobrevendido em níveis que tradicionalmente só vemos no piso de mercado baixistas”, disse Hayden Hughes, CEO da plataforma de negociação Alpha Impact.
Já o Ethereum, segunda maior cripto em capitalização de mercado, ainda acumula perdas de 6,9% no período. Mas investidores de finanças descentralizadas apostam na recuperação do ETH para ajudar a derreter o gelo do inverno cripto. Artigo do Decrypt também destaca que a fusão do Ethereum, esperada para agosto, terá consequências para todo o setor.
Feriado nos EUA
A alta das criptomoedas nesta segunda-feira coincide com o feriado do “Memorial Day” nos Estados Unidos, quando as bolsas ficarão fechadas. Na sexta-feira, os índices americanos tiveram uma sessão de ganhos, enquanto as criptomoedas eram negociadas em terreno negativo.
Sean Farrell, chefe de estratégia de ativos digitais da Fundstrat, alerta para uma sessão de volatilidade devido ao feriado. O volume do mercado de criptomoedas caiu 43% e 35% durante os períodos do Memorial Day em 2020 e 2021, respectivamente, e a atividade provavelmente será “extremamente baixa” novamente neste ano, destacou em nota citada pela Bloomberg.
“Se (o BTC) conseguir ultrapassar US$ 30 mil”, poderia iniciar um rali, disse Joe DiPasquale, CEO da gestora de fundos de criptomoedas BitBull Capital, em e-mail ao CoinDesk. “Mas, se continuar pressionado pelo clima baixista, pode cair para sua próxima linha de suporte em torno de US$ 25 mil.”
As altcoins, que também levaram uma surra nos últimos dias, operam com ganhos nas últimas 24 horas como Binance Coin (+4,5%), XRP (+3,6%), Cardano (+11,3%), Solana (+7,6%), Polkadot (+6,5%), Avalanche (+6,4%) e Shiba Inu (+10,6%), mostram dados do CoinGecko.
Dogecoin sobe 4,2%, ainda impulsionada pela notícia de que a SpaceX, empresa de exploração espacial de Elon Musk, vai passar a aceitar a moeda-meme como pagamento por seus produtos, assim como a montadora Tesla, também controlada pelo empresário.
O brasileiro Glauber Contessoto, que há um ano até saiu no The New York Times após mostrar ao mundo que havia conquistado seu primeiro milhão de dólares apostando na Dogecoin, perdeu cerca de dois terços de sua fortuna, segundo o Portal do Bitcoin.
Nova LUNA
A nova versão da criptomoeda Luna estreou oficialmente no mercado na madrugada do sábado (28). Nas primeiras horas de negociação, a moeda era cotada a US$ 5,8, em queda de 71%, de acordo com o CoinMarketCap. Já a versão antiga, com o token oficial LUNC, operava em baixa de 22%, negociada a quase zero.
Em entrevista ao CoinDesk, o fundador da Cardano, Charles Hoskinson, destacou a necessidade de “ir devagar” no mercado cripto. “Se você vai muito rápido, como vimos com a Luna (…), todo mundo perde dinheiro.”
De acordo com a empresa de pesquisa Nansen, o colapso da TerraUSD não pode ser atribuído a um único invasor. Dados do estudo publicados pela Bloomberg apontam que negociações de um pequeno número players, incluindo da empresa de empréstimos cripto Celsius Network, contribuíram para a queda.
Futuro das stablecoins
A MoneyGram International se prepara para lançar um serviço em parceria com a blockchain Stellar que permitiria a usuários enviar stablecoins e convertê-las facilmente em moeda fiduciária, disse à Bloomberg o CEO da empresa americana de remessas, Alex Holmes.
Já a Tether lançou seu token USDT lastreado em dólar na Polygon, uma plataforma de escala da Ethereum. Com isso, a maior stablecoin por capitalização de mercado agora está disponível em mais de 11 blockchains, disse a empresa.
Outros destaques
Quatro executivos do comando da Coinbase Global embolsaram, juntos, mais de US$ 1 bilhão vendendo ações desde a listagem da exchange de criptomoedas no segundo trimestre do ano passado, período em que as ações da empresa caíram cerca de 80%, mostram dados analisados pelo Wall Street Journal.
Investidores do Vale do Silício estão dando conselhos de “sobrevivência” a startups, em antecipação ao pior período para investimentos em mais de uma década, destaca o Wall Street Journal. Em apresentações online recentes, postagens em blogs e redes sociais, especialistas em capital de risco, como Lightspeed Venture Partners, Craft Ventures, Sequoia Capital e Y Combinator, recomendam cortes de custos e preservação de caixa.
Mas a FTX não parece preocupada e está de olho em aquisições para ampliar a oferta de produtos. Em entrevista à Bloomberg, o CEO da exchange de criptomoedas, Sam Bankman-Fried, disse que os recursos das recentes rodadas de captação da FTX e de sua unidade nos EUA – totalizando mais de US$ 2 bilhões – podem ser usados para financiar a expansão.
Regulação, Cibersegurança e CBDCs
O Banco Central prepara as regras que devem equiparar corretoras e bolsas de ativos digitais a bancos de investimento, segundo reportagem da Folha de S. Paulo. A nova regulamentação vai incluir companhias nacionais e estrangeiras. Empresas de criptoativos já negociam no país o equivalente à metade dos valores da B3: cerca de R$ 300 bilhões, segundo dados do BC de dezembro do ano passado. Entre as regras avaliadas pelo BC para as chamadas criptoempresas será a obrigação de reportar ao Coaf qualquer transação superior a R$ 10 mil.
Para Gustavo Loyola, sócio-diretor da Tendências Consultoria e ex-presidente do BC, a regulação do mercado de criptoativos tem de vir “o mais rapidamente possível”. Em artigo no Valor, Loyola diz que “as criptomoedas não têm desempenhado papel econômico algum, exceto como meio de especulação no próprio ativo ou veículo para garantir anonimato em operações questionáveis”.
Ao contrário do que a Comissão de Valores Mobiliários disse em esclarecimento solicitado pelo Senado Federal, a Binance não encerrou o acesso da plataforma Binance Futures para clientes brasileiros. A corretora retirou o serviço em português, mas os canais de atendimento orientam os usuários a mudarem o idioma para obter acesso aos investimentos, revela reportagem do Portal do Bitcoin.
E a Binance anunciou que sua entidade legal na Itália se registrou na agência reguladora do país. O registro da “Binance Italy”, estabelecida nos últimos meses, aumentaria as responsabilidades da exchange e reduziria os riscos de lavagem de dinheiro, segundo a Reuters.
A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA rejeitou uma proposta na sexta-feira para listar e negociar um fundo de índice (ETF) de bitcoin à vista neutro em carbono da gestora de ativos One River na bolsa NYSE Arca. A agência citou medidas insuficientes de proteção de investidores e prevenção de fraudes.
Na Rússia, o governo estuda permitir que criptomoedas sejam usadas para pagamentos internacionais, de acordo com a agência de notícias Interfax, que citou Ivan Chebeskov, chefe do departamento de política financeira do Ministério das Finanças.
Metaverso, Games e NFTs
A Crypto Space Agency busca democratizar o acesso às viagens espaciais. Depois de garantir um lugar para o brasileiro Victor Hespanha no próximo voo da Blue Origin, a startup quer levar mais fãs de tokens não fungíveis ao espaço, disseram os fundadores da CSA, Joshua Skurla e Sam Hutchison, em entrevista à Exame.
A Universidade de São Paulo se tornou a primeira da América Latina a fazer parte do metaverso, de acordo com o site BeIncrypto. A instituição adquiriu um terreno virtual no metaverso United States of Mars, desenvolvido pela Radio Caca (RACA).
Estudo da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais) publicado pelo Valor sinaliza que, até 2025, o setor de tecnologia vai demandar 797 mil pessoas, o que inclui especialistas em telecomunicações, engenheiros e cientistas de dados, e também em jogos para celular, conteúdo multimídia, metaverso e casas inteligentes.