Depois de atingir a maior cotação em três semanas, o Bitcoin opera com volatilidade nesta terça-feira (13) enquanto os investidores aguardam dados sobre a inflação dos EUA, que devem ser divulgados hoje. Nas últimas 24 horas, o BTC sobe 1%, negociado a US$ 22.405,85, segundo dados do CoinGecko.
No Brasil, o Bitcoin mostra uma leve baixa, em queda de 0,4%, cotado a R$ 114.212,46, mostra o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) recua 1,2%, para US$ 1.723,36, um sinal de cautela dos investidores à espera da chamada Fusão da blockchain.
Nos últimos 30 dias, a segunda maior criptomoeda mostra perdas de 13% em comparação com a queda de 9% do Bitcoin no mesmo período, segundo cálculos da Bloomberg. O Ethereum também pode estar sendo afetado pelo movimento “compre no boato, venda no fato”, após a valorização à espera da atualização da rede, dizem especialistas.
As altcoins mais negociadas mostram desempenho misto nesta terça, como Binance Coin (-1,3%), XRP (-0,7%), Cardano (-2,1%), Solana (+5,8%), Polkadot (-2,9%), Dogecoin (-1,2%), Shiba Inu (-2,4%), Polygon (_2,7%) e Alavanche (+2,3%).
O salto dos últimos dias de LUNA, token da blockchain Terra, não se sustentou. A nova versão do token despencou cerca de 33% ontem (12), de acordo com dados do CoinGecko. Ainda assim, o LUNA acumula alta de 111% em sete dias. O Luna Classic (LUNC), da rede original Terra, mostra baixa de 43% desde a máxima da semana passada e queda de 20% em sete dias.
Bitcoin hoje
O Bitcoin vem de seis sessões seguidas de ganhos, com valorização de 13,2% em sete dias, de acordo com o CoinGecko.
Em artigo no Valor, André Franco, chefe de pesquisa do MB, destaca dados on-chain, segundo os quais investidores de longo prazo seguem acumulando, com 13,6 milhões de BTC, 70% dos bitcoins já minerados.
No entanto, dados da CryptoQuant indicam que o Bitcoin ainda não teria encontrado um piso, podendo cair para uma faixa entre US$ 10.000 e US$ 14.500.
Investidores globais estarão atentos à divulgação nesta terça-feira (13) do relatório de preços ao consumidor nos EUA, cujo ritmo de alta deve ter desacelerado em agosto para 8% em relação aos 8,5% em julho, de acordo com economistas consultados pela Bloomberg.
Os dados devem determinar a continuidade dos ganhos das bolsas americanas – o S&P 500 registra o melhor rali de quatro dias desde o começo de julho. E também servirão de base para a próxima reunião do banco central americano, entre 20 e 21 de setembro.
O CEO da exchange FTX, Sam Bankman-Fried, destacou que o dólar forte, resultado da política monetária e inflação nos EUA, tem pressionado os preços das criptomoedas. “Este é o ano de mudança da política (monetária), disse o executivo na segunda-feira (12) durante a conferência SALT, em Nova York.
Enquanto o BTC acumula baixa em torno de 50% este ano, o índice “Bloomberg Dollar Spot” subiu 10% no período, na esteira dos aumentos da taxa de juros pelo Federal Reserve.
Fusão do Ethereum
A equipe que coordena a EthereumPoW (ETHW), uma bifurcação da rede Ethereum, finalmente anunciou planos após a esperada atualização da blockchain, programada para a próxima quinta-feira (15).
“A rede principal do ETHW acontecerá em um prazo de 24 horas após o ‘Merge’ (Fusão)”, segundo tuíte na conta @EthereumPow. O tempo exato será anunciado uma hora antes do lançamento.
Após a Fusão, a blockchain Ethereum irá migrar para o algoritmo de consenso que utiliza a prova de participação, ou “proof of stake” (PoS), considerada mais eficiente do ponto de vista energético.
A EthereumPoW vai abrigar mineradores que não querem perder suas receitas por meio do sistema de consenso “proof of work” (PoW), ou prova de trabalho, o mesmo usado para minerar Bitcoin.
Em entrevista ao CoinDesk, Anthony Di lorio, um dos fundadores da Ethereum, disse que a atualização da rede pode deixar a mineração de criptos no esquecimento, pois a prova de trabalho pode perder o apoio necessário para continuar sendo usada de forma ampla.
Aposta na queda do Ethereum
Mais traders têm apostado na queda do Ethereum no mercado de derivativos antes da chamada Fusão. Segundo análise da Bloomberg, essa seria uma forma de proteger as posições compradas no preço à vista.
As taxas de financiamento – “funding rate”, ou custo de negociação – dos contratos futuros perpétuos (sem vencimento) foram em direções opostas no último fim de semana, de acordo com a empresa de dados cripto Kaiko. A taxa de financiamento do Ethereum caiu para o nível mais negativo desde julho de 2021. Quando a taxa é positiva, quem detém posições compradas paga juros a investidores que estão vendidos, e vice-versa. Uma taxa de funding muito negativa significa que operadores vendidos estão pagando muito para manter suas posições abertas.
Ainda falando sobre derivativos, o CME Group anunciou planos para oferecer contratos de opções de Ethereum. Enquanto os contratos futuros obrigam o trader a vender ou comprar um ativo em uma data específica, as opções funcionam da mesma forma, mas sem essa regra (apenas com a opção de efetuar a transação).
Outros destaques das criptomoedas
A gigante de serviços financeiros Fidelity Invesments estuda oferecer negociação de Bitcoin a clientes de varejo, disseram pessoas com conhecimento do assunto ao Wall Street Journal. A empresa, com 34,4 milhões de contas de corretagem individuais, já havia anunciado planos de permitir que empresas incorporem BTC aos planos de previdência – 401 (k) – de funcionários.
Mike Novogratz, fundador e CEO da Galaxy Digital, está confiante no interesse da Fidelity em criptoativos. “Um passarinho me contou que a Fidelity vai direcionar seus clientes de varejo para cripto em breve”, afirmou durante a conferência SALT. Em comunicado à Bloomberg, a empresa apenas disse que expandir suas ofertas “para possibilitar um maior acesso aos ativos digitais ainda é nosso foco”.
A corretora Huobi comunicou o encerramento das negociações de sete criptomoedas ligadas à privacidade de investidores. São eles os tokens Dash (DSH), Decred (DCR), Firo (FIRO), Monero (XMR), Verge (XVG), Zcash (ZEC) e Horizen (ZEN). Segundo a companhia, não é mais possível negociar esses ativos desde o dia 6 de setembro.
Regulação e CBDCs
Nikhil Wahi, irmão do ex-gerente de produtos da corretora cripto americana Coinbase, Ishan Wahi, se declarou culpado em audiência na segunda-feira (12). Ele é acusado de fraude eletrônica em conexão com um suposto esquema de negociação com informações privilegiadas, de acordo com o Decrypt.
No Brasil, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Dias de Brito Gomes, conversou com executivos da Coinbase por videoconferência na tarde de ontem (12). Sobre a pauta, a autoridade monetária apenas informou que a reunião iria tratar de “assuntos de organização do sistema financeiro”.
Fontes disseram ao Cointelegraph que, entre os assuntos discutidos, esteve a regulamentação do mercado de criptoativos, que deve ter o BC como regulador. O projeto de lei sobre o setor ainda aguarda votação na Câmara de Deputados.
Metaverso, Games e NFTs
Ainda não existe um jogo Web3 — ou seja, que use o conceito de blockchain e comunidade — que seja divertido de jogar. A constatação foi feita na segunda-feira (12) em um painel da Non Fungible Conference (NFC), evento que acontece em São Paulo e reúne empreendedores e especialistas do universo dos tokens não fungíveis (NFTs).
Durante a conferência, que termina nesta terça (13), também foi debatida a real tese por trás dos NFTs. O empreendedor Renato Shirakashi, um dos fundadores da Fingerprints DAO, acredita que a macrotendência de uma vida cada vez mais digitalizada levará à necessidade de que o conceito de posse digital seja conhecido e dominado pela população.
James Fauntleroy e Hit-Boy (Chauncey Hollis Jr.), que já trabalharam com Beyoncé e Rihanna, entraram para o mundo dos NFTs. A dupla começou a produzir um novo álbum para a Kingship, banda do metaverso criada pela Universal Music de olho no potencial de receita gerada com a venda de bens e serviços virtuais ligados a artistas. A banda Kingship é formada por quatro personagens digitais da coleção Bored Ape Yacht Club.
A rede de café Starbucks anunciou na segunda-feira (12) que adotará NFTs para seu programa de fidelidade, segundo a Exame. Em parceria com a Polygon, blockchain de segunda camada da Ethereum, serão oferecidos NFTs para clientes e funcionários, além de itens de edição limitada para venda em uma plataforma exclusiva.