As principais criptomoedas dão continuidade ao rali nesta segunda-feira (23), ainda embaladas pela perspectiva de aprovação de um fundo com exposição direta ao Bitcoin nos EUA.
No mercado acionário, os índices revertem os ganhos da madrugada com a perspectiva de juros elevados por mais tempo nos EUA. O petróleo perde força diante dos esforços do governo americano e aliados para evitar um contágio do conflito entre Hamas e Israel.
O Bitcoin avança 2,2% em 24 horas, para US$ 30.555, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC sobe 1,7%, negociado a R$ 154.433, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) tem alta de 2,6%, cotado a US$ 1.674.
A Binance vai suspender saques e depósitos da rede Ethereum amanhã (24) para realizar uma manutenção na carteira ETH da corretora. Em outro destaque, a maior exchange cripto do mundo interrompeu a oferta de cartões Visa na Europa.
O BNB, token ligado à Binance, se valoriza 2,6% em 24 horas. Outras altcoins seguem a tendência positiva, entre elas XRP (+2,1%), Cardano (+2,8%), Dogecoin (+5,1%), Polygon (+9,1%), Polkadot (+3,6%), Chainlink (+9,5%) e Shiba Inu (+2,9%).
Solana mostra alta de 30% em sete dias. Analistas disseram ao CoinDesk que o temor de venda dos tokens pela FTX foi exagerado, o que explica em parte o bom desempenho.
Bitcoin hoje
O Bitcoin subiu 10% em sete dias, impulsionado por notícias no front regulatório que abrem caminho para o lançamento de um fundo de índice (ETF) de BTC à vista (spot) no mercado americano.
Análise da Bloomberg aponta que, nos últimos cinco anos, ganhos semanais dessa magnitude registrados pela maior criptomoeda pressagiaram um rali no mês seguinte.
Outros especialistas dizem que a política monetária é o principal motor por trás da valorização do Bitcoin recentemente.
“Juros são o maior fator macro no momento, mas, surpreendentemente, ativos sensíveis às taxas, como o ouro, também veem um ‘momentum’ altista… isso é um bom presságio para o BTC”, disse Greg Magdini, diretor de derivativos da Amberdata, em entrevista ao CoinDesk por e-mail.
A tensão geopolítica divide o mercado sobre o efeito sobre os preços das criptomoedas. Alguns acreditam que a guerra no Oriente Médio tende a reduzir o apetite por risco, enquanto outros veem uma vantagem para o Bitcoin como reserva de valor.
Na sexta-feira (20), a unidade de combate a crimes financeiros do Tesouro dos EUA divulgou um alerta sobre o financiamento do terrorismo por meio de criptomoedas.
Fundos no Brasil
Os fundos de investimento que deram o maior retorno aos brasileiros neste ano são aqueles com exposição direta às criptomoedas — mais especificamente ao Bitcoin, ativo líder do mercado.
De acordo com o levantamento publicado no domingo (22) pelo site Monitor do Mercado, o fundo de Bitcoin da gestora Hashdex (HASHDEX BITCOIN FIC FIM) lidera o ranking dos 30 fundos multimercado com a melhor rentabilidade, ao gerar um lucro de 51% de janeiro a setembro deste ano.
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Vulnerabilidade na Lightning Network
Uma grave vulnerabilidade foi identificada na Lightning Network, uma solução de segunda camada destinada a acelerar a velocidade das transações na blockchain Bitcoin, informou o The Block.
A falha foi relatada pelo desenvolvedor de Bitcoin Antoine Riard, que expôs os detalhes em relatório publicado na semana passada.
A vulnerabilidade, conhecida como “ataques cíclicos de substituição”, poderia potencialmente comprometer a segurança dos fundos canalizados por meio da Lightning Network, destaca o relatório.
Nos EUA, o FBI acusou seis pessoas pela suposta operação de uma empresa ilegal de transmissão de dinheiro por meio de criptomoedas, de acordo com documentos judiciais apresentados na semana passada no Distrito Sul de Nova York.
As seis pessoas – Shaileshkumar Goyani, Brijeshkumar Patel, Hirenkumar Patel, Naineshkumar Patel, Nileshkumar Patel e Raju Patel – operavam sem uma licença apropriada em Nova York, de acordo com o documento. Uma pessoa ligada à empresa disse a um agente do FBI que lucrou US$ 30 milhões ao longo de três anos por meio da conversão de cripto em moeda fiduciária na darknet.
Enquanto isso, golpistas tentaram enganar investidores prometendo lucros com o yuan digital.
Negociação de Dívidas da FTX
Em meio ao julgamento do fundador da FTX, Sam Bankman-Fried (SBF), algumas negociações no mercado de balcão (OTC) mostram que créditos a receber da FTX têm sido negociados acima de US$ 0,50, de acordo com o especialista Thomas Braziel.
A compra do crédito dá ao titular o direito a qualquer ativo que a massa falida da FTX for capaz de recuperar, e um preço superior a US$ 0,50 sinaliza que o mercado atualmente espera que cerca da metade dos ativos dos usuários seja recuperada.
O julgamento de SBF será retomado na próxima quinta-feira (26), segundo o The Block. Provas coletadas por promotores mostram que a FTX buscou captar recursos com o Google e com a BlackRock antes de colapsar.
Após o depoimento de testemunhas-chave que faziam parte do comando da FTX, advogados ouvidos pelo Wall Street Journal agora se perguntam se Bankman-Fried vai se arriscar a depor em sua própria defesa.
Outros destaques das criptomoedas
A Fundação Worldcoin vai passar a pagar os chamados operadores de orb com tokens WLD, em vez de stablecoins USDC. Esses operadores são responsáveis por escanear dados de íris para a criação de uma identidade digital na rede Worldcoin. A fundação espera concluir a transição até o próximo mês, segundo o anúncio.
De acordo com dados da empresa, a oferta circulante da criptomoeda WLD atingiu mais de 1% do total de 10 bilhões de tokens. Dos aproximadamente 134 milhões de WLD emitidos, 100 milhões foram concedidos como empréstimos a formadores de mercado, enquanto 34 milhões foram distribuídos a usuários e operadores de orb na forma de doações.
Reguladores da União Europeia iniciaram uma consulta pública na sexta-feira (20) sobre uma série de questões que serão regulamentadas pelo novo marco regulatório cripto do bloco, conhecido como MiCA, que entrará em vigor em dezembro de 2024. As propostas incluem controles sobre investimentos em ativos digitais, governança e bônus para empresas cripto e seus funcionários.
Licenças concedidas pelo bloco podem ser retiradas caso proprietários e executivos de plataformas cripto não tiverem boa reputação. A consulta está aberta para comentários até janeiro, segundo o CoinDesk.
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