Casio G-Shock
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As maiores criptomoedas acompanham a tendência negativa das bolsas globais nesta terça-feira (5), após a volta do feriado prolongado nos EUA, sob o peso de números da atividade de serviços da China, que em agosto mostrou o crescimento mais fraco do ano. 

O Bitcoin (BTC) recua 1,1% nas últimas 24 horas, para US$ 25.685,14, segundo dados do Coingecko.   

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Em reais, o BTC registra baixa de 1%, negociado a R$ 127.975,87, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

O Ethereum (ETH) opera em queda de 0,8%, cotado a US$ 1.624,80.  

Apesar de a segunda maior criptomoeda também ter sido afetada pelo sobe e desce do mercado nas últimas semanas, a demanda por staking líquido continua forte, puxada pelas atualizações da rede Ethereum, aponta análise da Bloomberg

Esse tipo de serviço, oferecido por protocolos como Lido e Rocket Pool, facilita o acesso a recompensas pelo bloqueio de tokens para a validação das blockchains. Dados da DefiLlama mostram que o valor dos ativos bloqueados em staking líquido deu um salto de 292%, para US$ 20 bilhões, em relação à mínima em junho de 2022. 

O número de validadores – usuários que travam tokens e ajudam a aprovar transações na Ethereum – aumentou quase 40% após a atualização da blockchain em abril, disse à Bloomberg Steve Berryman, diretor de negócios do provedor de serviços de staking Attestant. 

Mesmo em queda de 2% nesta terça, SOL, a criptomoeda nativa da rede Solana, também está entre as queridinhas dos investidores quando se trata de altcoins. No acumulado do ano, o token já recebeu entradas de US$ 26 milhões, segundo dados da CoinShares

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Outras altcoins operam entre perdas e ganhos nesta terça, entre elas BNB (+0,0%), XRP (+0,1%), Dogecoin (+1%), Cardano (-0,2%), Polkadot (-0,8%), Polygon (+2,2%), Shiba Inu (-2,3%) e Avalanche (-1,6%).  

Bitcoin hoje 

O feriado do “Labor Day” nos EUA contribuiu para a baixa liquidez das negociações com criptomoedas na segunda-feira (4), mas um relatório destaca que a recente calmaria do mercado esconde números significativos. 

Dados da CoinShares revelam que os volumes de trading subiram 90% na última semana em relação à média do acumulado do ano, para US$ 2,8 bilhões. 

O salto coincidiu com saídas de apenas US$ 11,2 milhões de fundos cripto no período, mostra o relatório

“Eu comparo isso a um pato”, disse James Butterfill, chefe de pesquisa da CoinShares, ao Decrypt. “Na superfície, não está acontecendo muita coisa, mas, por baixo, está nadando como um louco.” 

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O especialista diz que os números podem ser atribuídos à montanha-russa do mercado na semana passada, com a decisão favorável da Justiça à gestora Grayscale em sua batalha para transformar seu GBTC em um fundo de índice (ETF) de Bitcoin à vista e a decepção dos investidores após a SEC adiar uma resposta sobre os vários pedidos de ETFs de gigantes de Wall Street. 

Butterfill explicou que os fluxos institucionais bastante baixos desta semana “sugerem que as opiniões estão igualmente polarizadas entre os investidores”. E acrescentou: “Alguns acreditam que o atraso da SEC é uma má notícia e estão vendendo, enquanto outros veem a fraqueza dos preços como uma oportunidade de compra”. 

ETFs de Bitcoin à vista 

Para o JPMorgan, a derrota da SEC em sua disputa com a Grayscale deve facilitar a aprovação dos ETFs de Bitcoin spot, enquanto a corretora Bernstein vê a chance de um fundo com exposição direta ao Ethereum depois disso. 

Quem também está na fila para lançar um fundo de índice de Bitcoin à vista nos EUA é a gestora brasileira Hashdex, que em parceria com a Nyse inovou ao optar por trabalhar com uma bolsa regulada, a CME, para registrar seu pedido à SEC. 

Em entrevista ao Valor, o diretor de investimentos da Hashdex, Samir Kerbage, disse que a falta de regras claras dificulta a entrada de investidores institucionais em um mercado novo, mas, nesse quesito, o Brasil sai na frente: 

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“Tivemos o marco legal dos criptoativos e a nova regulamentação da CVM [Comissão de Valores Mobiliários], que colocou criptoativo como ativo financeiro. Agora estamos na fase do Banco Central fazer as suas normativas”, comentou ao Valor. 

No entanto, a falta de um padrão regulatório global ainda é vista como empecilho por investidores institucionais, como bolsas reguladas. 

Regulação cripto global 

Uma pesquisa da World Federation of Exchanges (WFE) publicada pela Reuters nesta terça-feira (5) revelou que bolsas financeiras reguladas estão discutindo como capitalizar o interesse em criptoativos, mas um terço dos entrevistados disse que ainda não tem planos de oferecer essa classe de ativos. 

Para abordar esse vácuo, o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) e o Fundo Monetário Internacional devem apresentar um documento conjunto sobre a política global cripto no encontro do G20 neste fim de semana, escreveu o presidente do FSB, Klaas Knot, em carta nesta terça. 

Já as exchanges de ativos digitais, como a Bitfinex, reforçam sua aposta. Uma fonte disse ao The Block que a corretora cripto tem bitcoins no balanço como uma estratégia de longo prazo. A pessoa não informou o volume de bitcoins na carteira da empresa, que faz parte do mesmo grupo da Tether, que é a 11ª maior investidora de BTC. 

‘O Livro de Satoshi’ 

Em primeira mão na versão digital, chega ao Brasil “O Livro de Satoshi”, um compilado de escritos e insights de Satoshi Nakamoto, conhecido pela criação da primeira e mais famosa criptomoeda do mundo: o Bitcoin. A novidade marca o lançamento da editora do Portal do Bitcoin que, até o fim deste ano, prevê mais dois títulos incorporados ao seu portfólio de obras. 

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“Estamos empolgados em anunciar o lançamento duplo que representa um marco importante para o Portal do Bitcoin. A estreia da editora do Portal do Bitcoin e a primeira edição digital em português de ‘O Livro de Satoshi’ chegam para reforçar nosso compromisso em oferecer insumos valiosos para a comunidade cripto no Brasil, tornando informações essenciais ainda mais acessíveis e, assim, auxiliar nossos leitores no desafiador caminho de investir em ativos digitais”, diz Inaiara Florêncio, diretora de Estratégia de Conteúdo e Influência do MB.  

Reforçando essa ideia, acadêmicos dos EUA acreditam que os criptoativos podem ser a porta de entrada para uma melhor educação financeira. 

Pesquisadores da Universidade de Connecticut publicaram um novo estudo intitulado “Measuring Crypto Literacy” (medindo o grau de instrução cripto, em tradução livre). Segundo o Decrypt, o objetivo é criar e validar uma escala que meça o conhecimento de um indivíduo sobre o que os pesquisadores chamam de criptoeconomia. 

“Queremos criar uma ferramenta rigorosa que forneça aos pesquisadores, aos legisladores e à indústria uma base de instrução em criptografia”, diz o coautor Michael Jones, professor de economia na Universidade de Cincinnati. 

Perdas com fraudes 

Jones contou ao Decrypt que eles conduziram uma pesquisa no campus com 300 estudantes que interagiram com cripto. Os resultados mostraram que entre 10% e 15% perderam criptos devido a fraudes ou mau gerenciamento de chaves privadas, entre outros motivos. 

Na segunda-feira (4), por exemplo, o vazamento de uma chave privada pode ter levado a um ataque hacker ao cassino online Stake, que aceita apostas com Bitcoin e outras criptos, com possível prejuízo de R$ 200 milhões. 

Enquanto isso, o bilionário mexicano Ricardo Salinas Pliego, um entusiasta das criptomoedas, abriu uma “universidade libertária” na Cidade do México com cursos focados em habilidades empresariais e iniciativas de liderança, de acordo com a Bloomberg

Outros destaques das criptomoedas  

A Cronos Labs, desenvolvedora de redes blockchain, está à procura de oito startups para participar do terceiro grupo de seu programa de aceleração de US$ 100 milhões, destinado a apoiar projetos cripto em estágio inicial, de acordo com comunicado divulgado pelo CoinDesk. As inscrições foram abertas na segunda-feira (4) para coincidir com o início da “Korea Blockchain Week”, que termina em 10 de setembro e nesta edição tem como foco a inteligência artificial. 

“O programa de aceleração é direcionado a equipes que estão construindo na interseção de IA e cripto”, disse a Cronos Labs, que convidou o Google Cloud, Amazon Web Services e empresas especialistas em segurança blockchain PeckShield e Certik como mentores do programa de 12 semanas. 

A Casio, gigante japonesa de eletrônicos, decidiu levar sua marca de relógios esportivos G-Shock para o metaverso com o lançamento do Virtual G-Shock, um programa de “cocriação comunitária” baseado em blockchain em parceria com Polygon Labs, informou o Decrypt. O primeiro passo é uma coleção de 15 mil tokens não fungíveis (NFTs) G-Shock Creator Pass, que permitem aos titulares acesso ao canal Discord do novo programa.  

Os NFTs começam a ser distribuídos a partir de 23 de setembro para clientes da Casio registrados, com a distribuição pública programada entre os dias 26 e 29. Na primeira iniciativa, usuários poderão participar de uma competição para criar um design alternativo para os passes NFT. O vencedor será decidido por votação da comunidade. 

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