Imagem da matéria: Manhã cripto: Bitcoin anda de lado e Gemini anuncia corte de 10% de quadro após golpes vindos da Genesis
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Investidores globais reduzem o apetite por risco nesta terça-feira (24), o que afeta a demanda por criptomoedas e ações. Mais cedo, a valorização era influenciada pelos  ganhos do setor de tecnologia em Wall Street, que voltou a apostar em juros mais baixos e balanços positivos. 

O Bitcoin (BTC) mostra pouca variação nas últimas 24 horas, cotado a US$ 22.894,03.  Em reais, o BTC sobe 0,6%, negociado a R$ 119.490,12, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).  

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O Ethereum (ETH) também anda de lado, cotado a US$ 1.636,15, segundo dados do Coingecko.  

As altcoins ainda operam em terreno positivo, entre elas BNB (+4,2%), XRP (+0,4%), Cardano (+1,2%); Dogecoin (+1%), Polygon (+3,1%), Solana (+2,1%), Polkadot (+5,2%), Shiba Inu (+0,5%) e Avalanche (+5,2%).  

Após disparar 40% na sessão anterior, o token do game Axie Infinity (AXS) recua 6,4% nas últimas 24 horas, mas ainda sobe 34% em sete dias. 

Bitcoin hoje 

Apesar da estabilidade do Bitcoin nesta terça-feira, a maior criptomoeda acumula alta de 30% em duas semanas, de acordo com dados do CoinDesk. 

Fluxos on-chain rastreados por analistas da corretora Bitfinex mostram que o volume de BTC transferido de endereços de mineradores para carteiras de exchanges caiu para o menor nível em três anos. “Os mineradores estão guardando bitcoins porque antecipam novos aumentos”, acrescentaram analistas. 

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O rali do Bitcoin intriga parte do mercado. Muitos comentaristas da indústria cripto acreditam que a recente alta nos preços é boa demais para ser verdade e classificam o movimento como um “bull trap”, ou uma armadilha que poderia “queimar” traders que entrarem nesta onda. 

De qualquer forma, tanto “holders” de curto quanto de longo prazo estão lucrando. De acordo com a empresa de análise Glassnode, a porcentagem de investidores de BTC com ganhos de curto prazo subiu para 97,5%, o patamar mais alto desde novembro. A questão é se pretendem manter seus bitcoins ou investir a longo prazo, o que seria um período superior a 155 dias. 

Preço do Ethereum 

Já o Ethereum voltou a ser deflacionário, impulsionado pelas vendas de tokens não fungíveis (NFTs) que sobem em linha com o recente otimismo do mercado. 

Mas a cotação da segunda maior moeda digital  tem caído em relação ao Bitcoin. Em sete dias, o Ethereum sobe 3% comparado com o ganho de quase 8% do BTC, segundo dados do CoinGecko. 

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Para o cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, a privacidade ainda é um dos principais problemas que esse ecossistema cripto ainda não foi capaz de resolver, mas ele já pensa em soluções. 

Em publicação no seu blog pessoal, o desenvolvedor falou sobre um novo sistema de endereços invisíveis (“stealth address”) que o Ethereum poderia incorporar no futuro e que, segundo ele, “seria um impulso significativo para a privacidade prática do usuário”. 

Moeda comum do Brasil e Argentina 

Os planos dos governos brasileiro e argentino de criar uma moeda comum – que não substituiria o real nem o peso – causou alvoroço no mercado. Alguns economistas se mostraram céticos e criticaram a ideia, mas representantes da indústria cripto veem o movimento como positivo. 

Quem ficou animado foi o CEO da exchange cripto americana Coinbase. Ao repercutir no Twitter uma reportagem do jornal Financial Times que tratava sobre o assunto, Brian Armstrong disse:  

“Gostaria de saber se eles considerariam migrar para o Bitcoin — essa provavelmente seria a aposta certa a longo prazo.” 

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A moeda comum, batizada de “sur”, seria usada como uma ponte para exportações e importações. Em entrevista à Exame, João Zecchin, sócio-fundador da Fuse Capital, disse que a tecnologia blockchain “com certeza conseguiria ajudar” nessa tarefa.  

Um dos obstáculos para a criação de tal moeda é a inflação anual na Argentina, que chega a 100%. Nesse contexto, a adoção de stablecoins atreladas ao dólar deve crescer na América Latina como meio de proteção contra a desvalorização dos ativos, disseram líderes regionais do setor cripto em evento do CoinDesk. 

Crise da Genesis 

Além do cenário macro, investidores de criptoativos seguem atentos à crise de liquidez entre empresas do setor. 

A Genesis Global Capital, plataforma de crédito cripto que pediu recuperação judicial, espera que um acordo com os principais credores seja fechado em questão de dias. Isso abriria caminho para uma possível venda do negócio de empréstimos cripto ou reinício das operações. 

Advogados da Genesis disseram em audiência no tribunal que a empresa está em negociações 24 horas por dia com seu controlador, o Digital Currency Group (DCG), bem como com credores e outras partes interessadas, informou o Wall Street Journal. 

A corretora cripto Gemini foi atingida em cheio pelas dificuldades financeiras da Genesis, já que as duas empresas eram parceiras sob o extinto programa de renda passiva Earn, o que levou à suspensão de saques de clientes e desconfiança de investidores.  

De acordo com o The Information, a Gemini vai demitir mais de 10% da equipe. Em mensagem aos empregados, Cameron Winklevoss, cofundador e presidente da exchange, citou as fracas condições macroeconômicas e “fraude sem precedentes” no setor. As demissões são a terceira rodada de cortes que a empresa realiza nos últimos oito meses. 

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Outros destaques das criptomoedas

A gestora de fundos quantitativos iVi Technologies informou ao Valor que lançará ainda no primeiro trimestre de 2023 um índice de criptomoedas em parceria com a MIAX, a bolsa de valores de Miami. Também vai listar um fundo de índice (ETF) atrelado a esse indicador na B3 no segundo trimestre, com expectativa de captar R$ 1 bilhão. Segundo Lendel Lucas, CEO da iVi Technologies, o iVi MIAX Quant deve ter como objetivo superar a rentabilidade do Bitcoin e usará algoritmos e inteligência artificial para se posicionar de acordo com o cenário de criptomoedas. 

Em um vídeo com as perspectivas para 2023, o diretor futurista da gestora Ark Invest, Brett Winton, disse que os criptoativos podem ser beneficiados pelos avanços da inteligência artificial, que tendem a promover a convergência tecnológica em vários setores da economia. 

E a Microsoft confirmou um “investimento multibilionário” na OpenAI, desenvolvedora do robô ChatGPT, que responde até perguntas sobre criptomoedas. É a maior aposta da Microsoft de que os sistemas de inteligência artificial têm poder de transformar o modelo de negócios e produtos da gigante da tecnologia, informou o Financial Times. Os valores não foram divulgados, embora a empresa tenha dito na segunda-feira (23) que está investindo bilhões de dólares em um acordo “plurianual”.  Mas o investimento da Microsoft na OpenAI seria do porte US$ 10 bilhões sob uma valoração de US$ 29 bilhões, disseram pessoas próximas às negociações.  

O Cité Gestion, um banco privado suíço independente fundado em 2009, está usando a tecnologia da Taurus para tokenizar suas próprias ações em meio à sua aposta na tecnologia blockchain. A iniciativa será a primeira de um banco privado a emitir ações como valores mobiliários baseados em livro-razão sob a lei suíça, disse a empresa em um comunicado à imprensa.  

Uma carteira de ativos digitais vinculada a um dos maiores hacks no setor de criptomoedas, contra a Wormhole, movimentou mais de US$ 150 milhões em fundos roubados pela primeira vez em vários meses. Na segunda-feira, a comunidade cripto observou que os fundos foram convertidos em “staked Ether” e depois em “wrapped staked Ether” – tokens com suporte na plataforma financeira descentralizada Lido. A Wormhole é uma ponte entre a Solana e outras redes de finanças descentralizadas. Hackers roubaram cerca de US$ 320 milhões da ponte no ano passado. 

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