Imagem da matéria: Vitalik Buterin propõe “endereços invisíveis” para aumentar privacidade do Ethereum
Foto: Shutterstock

Para Vitalik Buterin, a principal mente por trás do Ethereum, a privacidade ainda é um dos principais problemas que esse ecossistema cripto ainda não foi capaz de resolver — mas ele já está pensando em soluções para isso.

Em uma publicação de sexta-feira (20) no seu blog pessoal, o desenvolvedor falou sobre um novo sistema de endereços invisíveis (“stealth address”, no inglês) que o Ethereum pode incorporar no futuro e que, segundo ele, “pode ser um impulso significativo para a privacidade prática do usuário”.

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Nesse tipo de endereço, introduzido originalmente por Peter Todd em 2014 no contexto do Bitcoin, as movimentações de criptomoedas dos usuários seriam ofuscadas por uma habilidade das carteiras de gerar um novo endereço público para cada transação realizada.

Dessa forma, uma pessoa poderia usar um endereço invisível para receber fundos de maneira privada e acessá-los posteriormente através de um código especial chamado “chave de gastos”. Buterin explica essa ideia no artigo usando o seguinte exemplo: 

“Um endereço invisível é um endereço que pode ser gerado por Alice ou Bob, mas que só pode ser controlado por Bob. Bob gera e mantém em segredo uma chave de gastos e usa essa chave para gerar um meta-endereço invisível. Ele passa esse meta-endereço para Alice (ou o registra no ENS – Ethereum Name Service). Alice pode realizar uma computação neste meta-endereço para gerar um endereço invisível pertencente a Bob. Ela pode então enviar quaisquer ativos que desejar para esse endereço, e Bob terá controle total sobre eles. Junto com a transferência, ela publica alguns dados criptográficos extras (uma chave pública efêmera) na cadeia que ajudam Bob a descobrir que esse endereço pertence a ele.”

Endereço invisível no Ethereum

Desta forma, um endereço invisível fornece as mesmas propriedades de privacidade de Bob, gerando um novo endereço para cada transação, mas sem exigir nenhuma interação direta de Bob. 

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Assim, toda vez que uma pessoa faz uma transação, ela pode gerar um novo endereço invisível para que não seja possível rastrear a origem da transação e ou quem está enviando e recebendo as criptomoedas. O histórico de transações, portanto, permanece privado. Buterin tenta esquematizar essa ideia na seguinte imagem:

Workflow de como uma transação de stealth address funcionaria na prática (Fonte: Vitalik Buterin)
Workflow de como uma transação de stealth address funcionaria na prática (Fonte: Vitalik Buterin)

Os desafios da implementação

Embora tenha uma teoria sólida, a implementação desse novo sistema de endereços no Ethereum ainda é um desafio. Um dos problemas apontados por Buterin é a necessidade de sempre haver ether no novo endereço criado para custear as taxas de transação. 

Uma solução mais “fácil” para esse problema seria usar tecnologia de prova de conhecimento zero (ZK-SNARKs) para transferir fundos para pagar as taxas. Porém essa continuaria sendo uma solução custosa já que exige muito gas, na verdade, “centenas de milhares de gas extras apenas para uma única transferência”, como aponta Buterin. 

A recuperação de fundos nesse novo sistema de endereços também é uma preocupação do desenvolvedor: 

“Endereços invisíveis apresentam algumas preocupações de usabilidade de longo prazo, como dificuldade de recuperação social. Provavelmente não há problema em simplesmente aceitar essas preocupações por enquanto, por exemplo, aceitando que a recuperação social envolverá uma perda de privacidade ou um atraso de duas semanas para liberar lentamente as transações de recuperação para os vários ativos (que podem ser tratados por um serviço terceirizado).”

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Ele conclui que, a longo prazo, esses problemas podem ser resolvidos pelos desenvolvedores. Enquanto eles trabalham, Buterin diz ser preciso que carteiras já comecem a se mover em direção a um modelo mais nativo de vários endereços, criando, por exemplo, um novo endereço para cada aplicativo que o usuário interage.

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