Manhã Cripto: Binance dos EUA perde CEO e demite 30% da equipe

Preços do Bitcoin (BTC) e do Ethereum (ETH) andam de lado; FTX ajusta plano de venda de tokens e TON dispara 13% com aposta do Telegram
Imagem da matéria: Manhã Cripto: Binance dos EUA perde CEO e demite 30% da equipe

Foto: Shutterstock

As criptomoedas mais negociadas conseguem se manter em território positivo nesta quarta-feira (13), mas o clima é de cautela à espera de dados sobre a inflação ao consumidor nos EUA, um relatório que também será acompanhado de perto por traders de ações. 

O Bitcoin (BTC) desacelera os ganhos da madrugada e volta a operar com estabilidade nas últimas 24 horas, cotado a US$ 26.007,47, segundo dados do Coingecko.   

Publicidade

Em reais, o BTC registra valorização de 1%, negociado a R$ 128.960,20, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

O Ethereum (ETH) também estaciona, com leve alta de 0,9%, para US$ 1.595,09.  

XRP sobe 1,6% nas últimas 24 horas. Em entrevista à Bloomberg Television, Brad Garlinghouse, CEO da Ripple, emissora do token, disse que mais de 80% das contratações neste ano serão realizadas fora dos EUA, onde a empresa trava uma disputa com reguladores e a Binance, aliás, está enxugando a equipe

Toncoin (TON) decola 13% após subir mais de 16% na madrugada. O token nativo da rede TON se valoriza após a notícia de que o aplicativo de mensagens Telegram vai integrar a carteira “Ton Space” baseada na criptomoeda para seus 800 milhões de usuários. A “wallet” será disponibilizada globalmente em novembro, de acordo com o The Block. 

Outras altcoins reduzem as perdas das últimas sessões, entre elas BNB (+0,8%), Cardano (+0,1%), Dogecoin (+0,2%), Solana (+0,2%), Polkadot (0,0%), Polygon (+2,8%), Shiba Inu (+0,6%) e Avalanche (-1%). 

Publicidade

Bitcoin hoje 

Nesta quarta, investidores vão dividir as atenções entre o cenário macroeconômico, ainda sob a ameaça de juros mais altos, e o ambiente regulatório para o setor de criptoativos nos EUA. 

Depois de anunciar um plano de vender cerca de US$ 3,4 bilhões em criptomoedas, o novo comando da exchange cripto FTX fez um ajuste na proposta, de acordo com documentos apresentados na terça-feira (12). 

Segundo o CoinDesk, a corretora alterou o plano para amenizar as preocupações levantadas pelo U.S. Trustee, a unidade do Departamento de Justiça dos EUA que supervisiona processos de recuperação judicial. 

Na proposta, a FTX ainda não teria que emitir um aviso público antecipado das transações, dadas as suas implicações nos preços com a potencial venda de US$ 100 milhões em ativos por semana. Mas os novos administradores propuseram deixar as autoridades informadas sobre os planos, assim como os comitês de credores da exchange. 

Publicidade

Além disso, para alguns analistas, a potencial venda não teria um impacto tão negativo. “A pressão real de venda pode ser muito menor do que o inicialmente previsto”, disse David Lawant, chefe de pesquisa da FalconX. 

Um fator que com certeza terá grande peso nas cotações das criptomoedas é a aprovação ou não de fundos de índice (ETF) de Bitcoin e Ethereum à vista nos EUA. 

Em seu muito aguardado depoimento ao Comitê Bancário do Senado, o presidente da SEC, Gary Gensler, voltou a detonar a indústria cripto mencionando “fraudes, abusos e má conduta” e não deu pistas sobre os pedidos pendentes de ETFs enviados por várias gigantes de Wall Street. 

Quem também entrou na fila para lançar um ETF de Bitcoin à vista foi a Fidelity Templeton, enquanto a brasileira Hashdex e a Nasdaq registraram um pedido para um fundo com exposição direta ao Ethereum. A gestora brasileira também aguarda aprovação para colocar no mercado um ETF de Bitcoin spot. 

Renúncia de CEO da Binance.US 

Na mira de reguladores americanos, a Binance, maior exchange cripto do mundo, registrou mais uma baixa com a saída do diretor-presidente de sua unidade nos EUA, informou a Bloomberg

Publicidade

O CEO da Binance.US, Brian Shroder, deixou a plataforma e foi substituído interinamente pelo diretor jurídico Norman Reed, de acordo com um porta-voz da empresa. 

A saída coincide com a demissão de cerca de um terço da força de trabalho da Binance nos EUA, ou mais de 100 cargos. A exchange, formalmente chamada de BAM Trading Services, lançou as operações em 2019 para usuários dos EUA, que estão proibidos de usar a Binance Holdings, comandada por Changpeng “CZ” Zhao. 

“As ações que estamos tomando hoje proporcionam à Binance.US mais de sete anos de sucesso financeiro e nos permitem continuar a atender nossos clientes enquanto operamos como uma exchange focada em cripto”, disse a corretora em comunicado à Bloomberg. “As tentativas agressivas da SEC de paralisar a nossa indústria e os impactos resultantes nos nossos negócios têm consequências no mundo real para os empregos e a inovação nos EUA, e este é um exemplo infeliz disso”, completou.

No Brasil, a Binance também é alvo de uma investigação conduzida pela CPI das Pirâmides. 

O depoimento do diretor-geral da Binance no Brasil, Guilherme Nazar, inicialmente marcado para acontecer na terça-feira (12), foi reagendado para esta quinta-feira (14), às 10h da manhã.  

A mudança das datas foi um pedido de Nazar, que justificou sua ausência na sessão da CPI devido a uma viagem ao exterior. 

Em outros destaques, o STF suspendeu o interrogatório de testemunhas no processo contra o Faraó do Bitcoin e suspeitos de lavar dinheiro do PCC com criptomoedas foram presos em São Paulo

Publicidade

Primeira emissão de tokens do Drex 

O Banco Central do Brasil anunciou a emissão dos primeiros tokens do Drex, o real digital, conforme o Cointelegraph

De acordo com comunicado do BC, foram tokenizadas LTNs (Letra do Tesouro Nacional) e LFTs (Letra Financeira do Tesouro). Após a emissão, os tokens foram enviados para as carteiras digitais dos participantes dos testes, como o consórcio formado pela Genial Investimentos, MB (Mercado Bitcoin), Mastercard, Sinqia e Cerc, de acordo com o site. 

Outros destaques das criptomoedas 

A BitMEX, que já foi a maior plataforma de derivativos cripto do mundo, agora mira o chamado mercado de previsão. Segundo comunicado, a empresa disse que a nova ferramenta vai possibilitar que traders capitalizem resultados de eventos do mundo real, desde variações de preços de criptomoedas até cultura pop, em uma linha diferente do Polymarket, que permite apostas até na existência de alienígenas.  

A plataforma começa com três contratos de previsão. Traders poderão apostar na taxa percentual de recuperação dos ativos da FTX, se a SEC vai aprovar um ETF de Bitcoin à vista em 17 de outubro ou antes, e na probabilidade de Sam Bankman-Fried ser condenado e permanecer na cadeia. 

O cofundador da OneCoin, Karl Sebastian Greenwood, foi condenado a 20 anos de prisão, acusado por promotores dos EUA de enganar 3,5 milhões de pessoas que investiram na plataforma e de usar o dinheiro para comprar resorts cinco estrelas, um avião particular e um iate, informou o The Block

Greenwood, 46, cofundou a OneCoin em 2014 com Ruja Ignatova, conhecida como a “Rainha das Criptomoedas”, ainda foragida e na lista dos mais procurados pelo FBI. Greenwood, que já havia se declarado culpado de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro, também foi multado em US$ 300 milhões, segundo comunicado do Gabinete do Procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova York.  

A Sony Network Communications, uma subsidiária da gigante global Sony, anunciou o desenvolvimento de uma blockchain em parceria com a empresa de tecnologia cripto Startale Labs, de acordo com o Decrypt.  

A joint venture com sede em Singapura, batizada de Sony Network Communications Labs, pretende combinar a experiência da Sony em áreas como “IoT (internet das coisas), IA e serviços de soluções” com o foco da Startale em blockchain para “criar uma infraestrutura global que sustente a era web3, impulsionando a inovação nas indústrias existentes”.