As duas maiores criptomoedas andam de lado nesta quinta-feira (5), enquanto os índices acionários globais oscilam ainda sob o efeito do aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA
O Bitcoin (BTC) sobe 0,4% nas últimas 24 horas, para US$ 27.668,63, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC tem alta de 0,94%, negociado a R$ 143.230,54, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) tem leve queda de 0,7%, a US$ 1.636,90.
A correlação de preço entre o Ethereum e o Bitcoin (ETH-BTC) caiu para uma nova mínima de 15 meses esta semana, destaca análise do CoinDesk, contrariando expectativas de ganhos para a segunda maior criptomoeda na esteira do lançamento de fundos de índice (ETFs) de futuros de ETH.
De acordo com a K33 Research, os volumes de negociação no primeiro dia dos ETFs de ETH corresponderam a apenas 0,2% de produtos similares de ETFs de BTC baseados em futuros lançados no final de 2021.
Diante dessa perspectiva, a empresa espera a continuidade do desempenho negativo do Ethereum e por isso recomenda reforçar a aposta em Bitcoin.
Avalanche (AVAX) vai na contramão, com alta de 4,6% em 24 horas e de 12,5% em sete dias. O token é beneficiado pelo aplicativo Stars Arena, rival do FriendTech, que tem impulsionado o volume de transações na rede “C-chain” da Avalanche.
Polygon (MATIC) cai 4,3% em meio à saída de executivos-chave do projeto.
Outras altcoins operam sem rumo definido, entre elas BNB (+0,0%), XRP (-2,1%), Dogecoin (-0,1%), Cardano (-3%), Solana (-2,1%), Polkadot (+0,3%) e Shiba Inu (-0,5%).
Credores da FTX buscam recuperar fundos
Em meio ao julgamento do fundador da FTX, Sam Bankman-Fried (SBF), credores lesados seguem com esperança de recuperar o dinheiro perdido.
E agora estão de olho na startup de inteligência artificial Anthropic, que recebeu investimentos da FTX antes do colapso da corretora cripto. A Anthropic teria captado recentemente novos fundos com o Google e outros investidores, o que poderia avaliar a empresa em US$ 30 bilhões, de acordo com o The Information.
E isso seria “um bom sinal” para credores da FTX, disse ao The Block o advogado Kunchou Tsai, especialista em recuperações judiciais.
Além disso, dois jatos de luxo aparentemente de propriedade de Bankman-Fried, mas nunca utilizados por ele, poderiam ser confiscados para pagar credores, segundo documento do Departamento de Justiça dos EUA.
Julgamento de Sam Bankman-Fried
As 12 pessoas que decidirão o destino de Sam Bankman-Fried foram selecionadas na quarta-feira (4).
Um banqueiro de investimentos aposentado do Salomon Brothers, de 68 anos, uma enfermeira pediátrica, 33, e uma professora de educação especial, 55, agora fazem parte do júri que vai determinar se o ex-CEO da FTX é culpado ou não dos sete crimes dos quais é acusado.
Segundo informações da Bloomberg, nove mulheres e três homens foram nomeados jurados na quarta-feira no tribunal federal de Manhattan, um dia após o início do processo de seleção. Seis suplentes também foram designados.
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Durante as declarações de abertura do julgamento de SBF, promotores alegaram que a empresa do ex-magnata foi “construída sobre mentiras” e que seus sócios próximos sabiam o que ele estava fazendo.
Mas essa não era a percepção da equipe da Alameda Research, o braço de trading da FTX. Em entrevista ao CoinDesk, Aditya Baradwaj, um ex-engenheiro da Alameda, disse que os funcionários só descobriram que a empresa estava prestes a implodir após a confissão de Caroline Ellison, ex-CEO e ex-namorada de Bankman-Fried.
“Não tínhamos ideia de que algo estava acontecendo até o último dia, e foi quando Caroline nos puxou de lado e nos contou o que estava ocorrendo a portas fechadas”, afirmou Baradwaj.
Revelações do livro ‘Going Infinite’
A Virtu Financial negou uma informação publicada no novo livro “Going Infinite”, de Michael Lewis, de que a empresa teria perdido dinheiro com a ruína da FTX. “Não temos ideia de onde Lewis conseguiu sua cifra de US$ 10 milhões, mas isso levanta questões sobre seu nível de diligência”, disse um porta-voz da empresa ao The Block.
E em novos trechos divulgados do livro, o autor relata que SBF ficou ressentido quando Changpeng “CZ” Zhao, CEO da Binance, negou a proposta de criarem juntos uma exchange cripto focada no mercado de futuros.
CZ e a Binance, aliás, foram acusados em uma ação coletiva de manipular o mercado durante a quebra da FTX.
Expansão de empresas cripto na América Latina
Mesmo sob o longo inverno da indústria de criptoativos, o setor continua em expansão na América Latina, de acordo com novo relatório da Universidade de Cambridge e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Entre junho e agosto do ano passado, 80 empresas privadas e instituições do setor público foram consultadas para o relatório “Ecossistema de Criptoativos na América Latina e no Caribe”.
A análise compilou dados do Cambridge Fintech Ecosystem Atlas, uma visualização dinâmica da indústria cripto, de acordo com o Decrypt. O estudo contabilizou 175 empresas na região em 2022, das quais 100 estavam sediadas ou constituídas na América Latina e Caribe, em um total que representa mais do que o dobro desde 2016.
De acordo com a pesquisa, Brasil, Argentina e México registram o maior número de empresas cripto, com o mercado brasileiro na liderança dos três principais segmentos do setor. São exchanges (74%), empresas de pagamento digital (41%) e soluções de custódia cripto (27%).
A regulamentação da indústria cripto foi o foco da pesquisa e é considerada pela maioria dos entrevistados como crucial para a expansão e desenvolvimento do setor na região.
O tópico também ganha destaque na agenda dos bancos centrais globais.
Nesta semana, o presidente do Banco de Portugal, Mário Centeno, defendeu a necessidade de uma regulamentação mundial da indústria cripto: “Os reguladores terão de encontrar um equilíbrio cuidadoso entre trazer novos ‘players’ para o perímetro regulamentar e evitar travar a inovação.”
Outros destaques das criptomoedas
Em Hong Kong, a agência reguladora de valores mobiliários e o corpo de polícia criaram uma força-tarefa para auxiliar na identificação de atividades suspeitas em exchanges de criptomoedas, em um maior escrutínio do setor após a crise na plataforma JPEX, informou a Bloomberg, que cita comunicado das autoridades divulgado na quarta-feira (4).
E o sistema “Stock Connect” da Bolsa de Valores de Hong Kong, que faz a ponte entre os mercados acionários do território e a China continental, ganhou uma atualização graças à tecnologia blockchain. De acordo com comunicado, uma nova plataforma, chamada HKEX Synapse, vai incorporar contratos inteligentes para ajudar a executar fluxos pós-negociação e reduzir riscos associados a liquidações. A Synapse começa a operar em 9 de outubro.
Em meio à desaceleração do mercado de tokens não fungíveis (NFTs), o OpenSea lançou o chamado “no-code hub” que permite aos artistas criar e cunhar tokens sem qualquer assistência de terceiros ou experiência em blockchain. “Já se foram os dias em que os criadores tinham que navegar por diferentes superfícies, fornecedores e serviços para distribuir/gerenciar seus projetos, agora podem fazer tudo em um único hub”, disse a empresa em comunicado compartilhado pelo The Block.
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