Os tokens não fungíveis (NFT) estão chegando ao epicentro do mundo da arte parisiense.
O Centre Pompidou — sede do Museu Nacional de Arte Moderna da França — anunciou na sexta-feira (10) uma nova exposição que vai examinar a relação entre arte e blockchain e expor NFTs dos valiosos projetos CryptoPunks e Autoglyphs, entre obras de outros 12 artistas digitais.
O CryptoPunk #110 e Autoglyph #25 foram doados ao Centre Pompidou e aparecerão no museu nesta primavera, assim como 16 outras obras NFT de uma variedade global de artistas.
A exposição marcará a primeira vez que o Centro Pompidou inclui NFTs em sua coleção que abriga obras-primas de artistas de renome como Vassily Kandinsky, Marc Chagall, Henri Matisse, Frida Kahlo, entre outros. O Centre Pompidou é o maior museu de arte moderna da Europa.
Le Centre Pompidou fait l’acquisition d’un ensemble d’œuvres traitant des relations entre blockchain et création artistique, dont ses premiers NFT ! 👾
— Centre Pompidou (@CentrePompidou) February 10, 2023
Ce sont 18 projets de 13 artistes français et internationaux qui entrent en collection.
Plus d'infos 👉 https://t.co/PXL4O2E9vh pic.twitter.com/sNI7EYtK5E
“Ver o CryptoPunk #110 exibido no Centre Pompidou, indiscutivelmente o museu de arte contemporânea de maior prestígio do mundo, é um grande momento para o ecossistema Web3 e NFT, e estamos honrados em ajudar a conduzir essa conversa cultural”, disse em um comunicado o cofundador do Yuga Labs, Greg Solano.
Yuga Labs, que possui a propriedade intelectual do CryptoPunks, doou o NFT ao museu por meio de seu projeto Punks Legacy. Essa iniciativa, que visa colocar CryptoPunks em museus proeminentes em todo o mundo, começou com uma doação do CryptoPunk #305 para o Instituto de Arte Contemporânea de Miami em novembro passado.
CryptoPunks e Autoglyphs
Os CryptoPunks, criados na blockchain do Ethereum, são uma das coleções de NFT de imagens de perfil (PFP) mais populares do setor cripto. Existem 10 mil CryptoPunks em circulação, sendo que o mais barato pode ser comprado por 63 ETH, ou cerca de R$ 500 mil na atual cotação do ether.
Os CryptoPunks são vendidos rotineiramente por milhões de dólares cada, mesmo durante o atual mercado de baixa das criptomoedas.
Já as artes da coleção Autoglyphs são ainda mais raras. O projeto de arte generativa baseado em Ethereum criado pela Larva Labs — que também é a criadora original do CryptoPunks — conta com apenas 512 NFTs no total.
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O preço mínimo atual para esse projeto é de 249 ETH, ou pouco mais de R$ 1,9 milhão. A Larva Labs doou a peça ao Centre Pompidou.
We are honored to announce that Autoglyph #25 (donated by us), and Cryptopunk #110 (generously donated by our friends at @yugalabs) have been acquired by @CentrePompidou for their permanent collection. pic.twitter.com/q8URwLHbTR
— Larva Labs (@larvalabs) February 10, 2023
Buscando legitimidade artística
Apesar da quantidade gigantesca de capital consistentemente atraído por tais projetos NFT “blue chip”, alguns na comunidade artística ridicularizaram o meio como carente de legitimidade artística.
Talvez por esse motivo, a Yuga Labs — que também criou a popular coleção NFT Bored Ape Yacht Club — aproveitou o anúncio de sexta-feira como uma ocasião para afirmar os méritos artísticos de tais projetos.
“A parceria com o Centre Pompidou, um dos mais icônicos museus de arte contemporânea do mundo, significa que os CryptoPunks estão sendo reconhecidos como um importante movimento artístico pela indústria”, disse a equipe da Yuga em um comunicado.
Mas ainda não está claro qual função, exatamente, o CryptoPunk #110 desempenhará na exposição do Pompidou.
“Com esta nova aquisição, trata-se menos de interessar-se pelo fenómeno pop cultural dos ‘collectibles’ (essas coleções de imagens vendidas como NFT, como os Bored Apes ou os CryptoPunks), do que de explorar as utilizações mais ousadas desta tecnologia”, disse o museu em seu anúncio de sua próxima exposição focada em NFT.
Os curadores da exposição detalharam como o espaço NFT, apesar de se afirmar primeiro com projetos “homogêneos” e “muito divulgados” como CryptoPunks e Bored Apes, cedo deu lugar a experimentações mais complexas, que parecem ser o foco da exposição. A exposição também apresenta NFTs de artistas como Jonas Lund, Rafael Rozendaal e Jill Magid.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.co.
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