A Coinbase, maior exchange de criptomoedas dos EUA, tem buscado o caminho da regulação a fim de futuramente se tornar um banco. Foi com essa finalidade que a Exchange norte-americana resolveu se reunir no início desse ano com reguladores no Escritório do Controlador da Moeda dos EUA (OCC).
A notícia partiu de uma fonte anônima familiarizada com o assunto. Essa fonte relatou ao Wall Street Journal que a reunião ocorreu no início de 2018 e o teor da conversa era a solicitação de uma espécie de uma carta bancária nacional a qual impediria que os regulamentos financeiros estaduais se aplicassem à Coinbase.
A obtenção de uma licença bancária federal para a corretora significa muita coisa. Caso a Coinbase consiga isso, ela não terá mais a necessidade de ter um parceiro bancário, pois poderia até oferecer a abertura de contas bancárias a seus clientes com garantia federal e exercer outros serviços que um banco ofereceria.
Isso sem contar que responder a um regulador federal – como é o caso da OCC – é mais vantajoso do que ter de se submeter a diversos órgãos estatais, sendo que cada qual possui uma forma diferenciada de regulação.
Após essa reunião, na última semana, a exchange anunciou uma nova gama de produtos para atrair investidores institucionais, incluindo serviços de custódia de criptoativos.
O fato é que muitas instituições se sentem mais confortáveis trabalhando com parceiros de custódia que possuem licenças bancárias convencionais e é isso que a Coinbase parece buscar.
Apesar da Coinbase não comentar sobre a reunião com a OCC afirmou que “comprometida em trabalhar de perto com reguladores estaduais e federais para garantir que estamos devidamente licenciados para os produtos e serviços que oferecemos.”
Outra empresa do segmento de criptomoedas que buscou um órgão regulatório para conversar foi a ivyKoin. Essa fintech americana se reuniu nas últimas semanas com autoridades da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) – uma corporação federal norte-americana que concede garantia aos depósitos bancários.
Diferentemente dos representantes da Coinbase que preferiram não falar sobre o assunto com veículo algum de comunicação, o presidente a ivyKoin, Gary Fan, confirmou publicamente que buscou a FDIC para conversar sobre a possibilidade de conseguir uma licença bancária.
Choque de realidade
O controlador de moeda, Joseph Otting, afirmou que “a maioria das fintechs vem até nós porque já ouviram falar dessa coisa chamada carta bancária nacional que lhes dá preferência através das divisas estatais”.
Otting relata, em contrapartida, que existe o outro lado da moeda para se tornar um banco e que essas corretoras de moedas criptografadas não tem conhecimento e isso faz com que elas venham desistir. “Quando eles vêm e falam para nós, e eles entendem o que realmente é preciso para ser um banco, ficam meio esbugalhados e geralmente deixam marcas de derrapar deixando o prédio.”
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