A Polícia Civil de Sergipe indiciou, nesta quinta-feira (29), três pessoas pela formação de uma pirâmide financeira que deixou R$ 60 milhões de prejuízo aos investidores. As autoridades não revelaram o nomes dos homens acusados.
A dinâmica do esquema criminoso envolvia duas empresas: a JR Consultoria Financeira era quem recebia o dinheiro, dizendo que representava Select Investimentos no Sergipe.
As promessas de lucro eram de 2% ao mês, que viriam por meio de supostos investimentos em criptomoedas. Em entrevista à TV Globo, a delegada Lauana Guedes afirmou que um dos pontos que fez a polícia entender se tratar de uma pirâmide financeira foi o uso de poucos endereços da rede Bitcoin.
“Havia nos contratos apenas dois endereços de Bitcoin. Isso seria o compartilhamento daquelas carteiras. Isso seria uma característica da pirâmide financeira, pois os clientes não tinham de modo individualizado suas carteiras e seus rendimentos mensais”, disse a delegada.
Guedes explicou que o esquema era operado por meio de um ‘Clube de Investimentos’ e envolvia a captação de novos participantes com promessas de lucros mensais garantidos, mas sem a venda de produtos ou serviços reais.
Conforme a delegada Suirá Paim, o inquérito policial foi instaurado em outubro de 2023. “Quando algumas vítimas procuraram a DDCP para noticiar o fato, uma vez que o investigado parou de pagar os rendimentos mensais prometidos e tinha informado uma suposta transferência de valores aportados para outra empresa”, detalhou em comunicado para a imprensa.
A investigação apontou ainda que o esquema consistia na utilização de gerentes de investimentos para captação de clientes investidores com pagamento de rendimentos acima do valor de mercado em torno de criptomoedas. “Ao fim da investigação, constatamos que o fato do investimento não acontecia”, narrou Paim.
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Prejuízos e histórico do esquema
No período entre abril de 2019 e janeiro de 2023, os investigados obtiveram vantagem indevida por meio do esquema de pirâmide financeira, movimentando cerca de R$ 60 milhões.
Porém, as investigações indicaram ainda que grande parte das vítimas já havia aportado valores em investimentos capitaneados pelo líder do esquema – enquanto pessoa física, junto a outra empresa – nos anos de 2017 e 2018 com a compra de supostas cotas de investimentos atrelados ao dólar.
Em 2018 e 2019, as vítimas começaram a receber sondagens e propostas do líder e dos prepostos do esquema para alocação de recursos em outra operação que ele criou: o ‘Clube de Investimentos’, alvo da ação policial da DDCP.
Segundo o informado pelo grupo às vítimas na época do fato, o produto anterior seria descontinuado. Diante disso, as vítimas migraram seus investimentos para o ‘Clube de Investimentos’, ou adquiriram cédulas de crédito bancária, bem como novos clientes foram realizando suas contratações.
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