Justiça manda soltar suspeito de usar criptomoedas para lavar R$ 16 bilhões de garimpo ilegal

Segundo Folha de S. Paulo, dinheiro de comércio ilegal de ouro extraído de terras indígenas era lavado através de uma rede de padarias, imóveis e veículos, além de criptomoedas
Pessoa segura bateia com vários pedaços de ouro

Foto: Shutterstock

O juiz Pablo Zuniga Dourado, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), determinou na sexta-feira (29) a soltura do garimpeiro Márcio Macedo Sobrinho, suspeito de integrar um grupo que fazia comércio ilegal de ouro extraído de terras indígenas e posteriormente lavava o dinheiro através de empresas em nome de “laranjas” e aplicações no mercado de criptomoedas.

O​ dinheiro obtido com a venda do ouro era lavado em uma rede de padarias, investimento em criptomoedas, imóveis e veículos, diz a reportagem da Folha de S. Paulo publicada no domingo (31). As investigações, segundo o jornal, mostram que o valor estimado das movimentações é de cerca de R$ 16 bilhões entre 2019 e 2021, oriundos da exploração do do ouro na região de Itaituba, no Pará.

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De acordo com Dourado, a suspensão das atividades da mineradora determinada pela Justiça foi levada em conta em sua decisão, pois é uma circunstância que reforçaria a tese da impossibilidade do acusado voltar a praticar o crime. Portanto, ressalta a Folha, “desautoriza a manutenção da segregação cautelar”.

A soltura de Macedo, contudo, está condicionada à comprovação de residência e assinatura de um termo de compromisso que o obriga a comparecer a atos processuais quando intimado, explica a reportagem.

Operação Ganância

O acusado foi preso no início de julho pela Polícia Federal na “Operação Ganância”, que foi em busca de cumprir cinco mandados de prisão preventiva e 60 mandados de busca e apreensão, nos estados de Rondônia, Pará, Acre, Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro. 

Segundo a Folha, o grupo fazia parecer que o ouro extraído ilegalmente era de área autorizada, pagando inclusive impostos sobre a atividade.

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Informações preliminares mostraram que foi feito o bloqueio judicial de ativos financeiros em nome dos investigados, no limite total de R$ 2 bilhões, bem como a suspensão das atividades comerciais de algumas das empresas investigadas — Macedo é sócio da M.M.Gold, empresa que usou o nome “Gana Gold”, explica a Folha.

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