Imagem da matéria: Justiça bloqueia dinheiro da BlueBenx a pedido de investidor lesado: "Tudo indica ser fraude"
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O Tribunal de Justiça de São Paulo acatou na última sexta-feira (19) um pedido de bloqueio de valores feito por um investidor brasileiro contra a BlueBenx, empresa de investimentos em criptomoedas que bloqueou os saques dos clientes no dia 11 de agosto.

O cliente tinha investido cerca de R$ 10,5 mil na BlueBenx, e foi este o valor que ele conseguiu bloquear das contas da empresa, bem como do CEO e do vice-presidente, Roberto de Jesus Cardassi e William Tadeu Batista Silva, respectivamente.

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O juíz responsável pelo processo é Daniel Dabretti, da  5ª Vara Cível do Foro Regional de Itaquera (SP), que conferiu o pedido de bloqueio do investidor, apontando irregularidades na forma como a BlueBenx operava.

“O contrato celebrado entre o autor e a empresa requerida ostenta objeto ilícito, a princípio, por se caracterizar como de captação de poupança popular, sem que a requerida seja empresa autorizada a assim atuar, já que tais contratos de mútuos são, na realidade, contratos de investimentos com indícios de oferta pública irregular pela internet”, descreve o magistrado.

Ele aponta que esse entendimento já foi inclusive defendido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na investigação que abriu contra a BlueBenx no passado pela oferta irregular de investimentos em bitcoin.

Para juiz, BlueBenx é fraude

Novamente, o juiz afirma na sua decisão que as operações da BlueBenx se constituíam em fraude: “O autor, assim como outros clientes, iludidos com a promessa de retorno muito acima da média de qualquer investimento disponibilizados por empresas que legitimamente atuam no setor, aportou recursos junto à parte requerida e, como era de se esperar, ao que tudo indica se trata de uma fraude.”

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Dessa forma, o juiz determinou o arresto cautelar de bens da empresa requerida Bluebox Pagamentos Sociedade Anonima, Bluebenx Tecnologia Financeira Sociedade Anônima, Bbx Capital Intermediação e Tecnologia Ltda, e dos sócios William Tadeu Batista Silva e Roberto de Jesus Cardassi, por meio do sistema SISBAJUD e RENAJUD, até o limite de R$ 10.542,94.

No mesmo dia que saiu a decisão do juíz, ocorreu o bloqueio de circulação e transferência dos veículos registrados em nome dos sócios da BlueBenx, com exceção de um deles que supostamente foi roubado.

No dia também foi elaborada a minuta de bloqueio de contas dos réus através do sistema SISBAJUD, com a efetivação da transferência da quantia especificada caso seja encontrado o valor nas contas.

Dinheiro roubado da BlueBenx foi parar em carteira da Binance

A corretora Binance foi o destino de parte das criptomoedas que a BlueBenx alega ter perdido ao cair em um suposto golpe que a levou a bloquear saques dos clientes.

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Segundo apuração do Portal do Bitcoin, a exchange recebeu o equivalente a R$ 1,1 milhão em tokens da stablecoin USDT que a BlueBenx supostamente perdeu ao cair em um esquema de falsa listagem.

A empresa diz que foi vítima de um farsante que se disfarçou como funcionário de outra companhia, a corretora Bitrue.

Conforme rastreamento on-chain realizado pelo Portal do Bitcoin, a maior parte do dinheiro obtido pelo suposto golpista no esquema foi enviado para a Binance. A estimativa é que pelo menos  216.640 USDT (cerca de R$ 1,1 milhão) foram enviados para a corretora, a partir de múltiplos endereços.

Em e-mail aos clientes enviado na segunda-feira (15), a BlueBenx afirma que o golpista fez “milhares de transações de retiradas de liquidez nos pools onde tínhamos nosso token listado na DeFi, levando um escoamento em minutos de toda liquidez disponível, incluindo os fundos de reserva em USDT que faziam par com o nosso token”.

Suspeita de golpe na BlueBenx

O bloqueio de saques feito pela BlueBenx na semana passada tomou grandes proporções devido à falta de transparência da plataforma sobre o incidente, combinado com o sumiço dos líderes da empresa, como seu CEO Roberto Cardassi, e das demissões em massa de funcionários. Esse conjunto de fatores levantou muitas suspeitas nos clientes de que a empresa pode estar por trás do golpe — algo que ela nega veemente.

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A BlueBenx prometia, por exemplo, pagar um rendimento de até 66,2% ao ano em um produto chamado “DeFi 360”, no qual o cliente deveria manter seus fundos travados por 12 meses.

Em quais criptomoedas investia para sempre ser capaz de dar retornos positivos aos clientes, até mesmo em períodos em que todo o mercado cripto estava em baixa, foi algo que a BlueBenx nunca deixou claro.

No whitepaper que a empresa tirou do ar recentemente, as promessas de rendimentos são ainda mais altas. O documento diz que os clientes do BlueBenx Finance poderiam receber até 80% (APY) de juros capitalizados anualmente.  

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