JPMorgan prevê ‘teste de estresse’ para mineradores com o próximo halving do Bitcoin 

A entidade acredita que o preço do BTC e as taxas de transação precisarão aumentar significativamente para compensar a recompensa menor por bloco
Homem cavando uma placa de computador com uma picareta - -imagem ao fundo de moeda de bitcoin

Shutterstock

Os mineradores de Bitcoin (BTC) enfrentarão desafios à medida que a taxa de hash atinge novos recordes antes do próximo halving da rede, previsto para abril de 2024. Dentre as dificuldades, estão os custos voláteis de eletricidade e competição entre os mineradores, aumentando o custo de produção, de acordo com analistas do gigante financeiro global JP Morgan.

A taxa de hash refere-se ao poder computacional utilizado para minerar uma criptomoeda. O evento de halving, que ocorre aproximadamente a cada quatro anos, reduzirá pela metade as recompensas dos mineradores.

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“O próximo evento de halving do Bitcoin em abril/maio de 2024 pode ser um teste de estresse para os mineradores”, disse o analista do JP Morgan, Nikolaos Panigirtzoglou, juntamente com seus colegas, no mais recente relatório sobre Fluxos e Liquidez da empresa, compartilhado com a Decrypt.

“[Isso] reduziria as recompensas de emissão de 6,25 para 3,125 BTC, implicando uma redução na receita dos mineradores e, efetivamente, aumentando o custo de produção do Bitcoin ao mesmo tempo”, explica o relatório, que acrescenta:

“Como resultado, embora o halving do Bitcoin seja visto como tendo um efeito positivo no preço do BTC, uma vez que historicamente o custo de produção atuou como um limite mínimo, isso representa um desafio para os mineradores da criptomoeda.”

De acordo com a análise e com base em um custo médio global de eletricidade de US$ 0,05 por kWh, custa cerca de US$ 20 mil para minerar um Bitcoin, que atualmente vale cerca de US$ 30 mil, de acordo com a CoinGecko. No entanto, o JP Morgan afirmou que a volatilidade da taxa de hash indica o uso de uma variedade de fontes de energia, o que significa que os mineradores com acesso a energia mais barata saem na corrida com vantagem.

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Na verdade, a empresa afirmou que um aumento de um centavo no custo por quilowatt-hora se traduz em um aumento de US$ 4,3 mil no custo de produção do Bitcoin.

“Pós-halving, essa sensibilidade dobraria para US$ 8,6 mil, aumentando assim a vulnerabilidade dos produtores de maior custo”, observou a empresa.

Mas também tem algumas boas notícias para os mineradores.

“O interesse institucional na mineração de Bitcoin tem fornecido suporte aos mineradores em dificuldades, com investimentos em equipamentos de mineração de empresas como Galaxy Digital e Grayscale Investments”, observou o relatório.

A Galaxy Digital recentemente adquiriu a Argo Blockchain, e a Grayscale criou uma entidade focada em hardware para o setor. “O Tether, o maior emissor de stablecoins do mundo, também planeja investir em uma mineradora de Bitcoin em El Salvador“, acrescenta.

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No entanto, o preço do Bitcoin e as taxas de transação precisarão subir significativamente para compensar a redução na recompensa por bloco.

Desafio adicional aos mineradores de Bitcoin

O JP Morgan também observou que “a queda na empolgação em torno das criptomoedas representa um desafio adicional para as receitas dos mineradores”, incluindo “a queda na empolgação em torno dos Ordinals”.

Recentemente, o número de inscrições diárias de Ordinals atingiu um recorde, mas as taxas do Bitcoin não mantiveram os picos anteriores junto com eles.

“No futuro, parece improvável que a taxa de hash do Bitcoin continue a subir no mesmo ritmo após o evento de halving em abril/maio de 2024 sem um aumento sustentado no preço do Bitcoin acima de seu custo de produção ou um grande aumento nas taxas de transação que possa compensar a redução nas recompensas de emissão”, concluiu o JP Morgan.

*Traduzido com autorização do Decrypt.