O presidente da Argentina, Javier Milei, pode enfrentar um processo de impeachment após promover na rede social X uma memecoin chamada LIBRA. O ativo digital atingiu US$ 0,45 antes de despencar 90%, levantando suspeitas de manipulação. Segundo o La Gaceta, a Casa Rosada anunciou uma “investigação urgente” sobre o caso.
A Câmara Argentina Fintech, associação que representa parte do setor de startups do mercado financeiro no país, reconheceu que o caso poderia ser potencialmente um rug pull (puxão de tapete), informou a Reuters. Nesse tipo de golpe, os criadores do negócio lançam um token, atraem investidores para aumentar a capitalização do ativo, e depois somem com os fundos.
“Este escândalo, que nos envergonha em escala internacional, nos obriga a lançar um pedido de impeachment contra o presidente”, disse o deputado Leandro Santoro, membro da coalizão de oposição, segundo a publicação da rede de notícias no sábado (15).
No domingo (16), conforme apurou o La Nación, o deputado da base do governo, Diego Santilli, defendeu Milei, afirmando que não irão destituí-lo:
“O presidente reconheceu o que aconteceu, ele enfrentou, ele não se escondeu, ele explicou e tomou as medidas que tinham que ser tomadas: investigar a fundo. Ele abriu uma investigação, foi ao Gabinete Anticorrupção, fez tudo o que um Presidente que sempre se levanta e fala a verdade tem que fazer .
Javier Milei promove $LIBRA
A conta X do presidente argentino Javier Milei impulsionou, na noite de sexta-feira (14), o lançamento da memecoin LIBRA, cunhada na rede Solana. O hype inicial foi estrondoso: traders correram para comprar o ativo, elevando sua capitalização de mercado para um alto nível.
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No entanto, o entusiasmo rapidamente deu lugar à incerteza, e o preço da moeda despencou em meio a suspeitas de um possível esquema de pump and dump (bombar e despejar). Com medo de ter endossado um golpe, Milei apagou o post.
Desde o pico alcançado logo após o anúncio no X, a LIBRA já caiu cerca de 90%. Dados da DexScreener mostram que o token atingiu US$ 4,50 no lançamento, mas agora vale apenas US$ 0,40. Em poucas horas, o volume de negociação chegou a US$ 1,1 bilhão.
Quem está por trás da criptomoeda
Também no domingo, o empresário americano Hayden Mark Davis, da Kelsen Ventures e um dos promotores do token LIBRA, assumiu que é assessor do presidente argentino Javier Milei e culpou o governo pela queda abrupta da criptomoeda, afirmou o La Nacion.
Davis afirma que o governo retirou apoio ao projeto sem aviso, causando pânico entre investidores. Ele prometeu injetar até US$ 100 milhões para recuperar a moeda.
O caso envolveu também Julian Peh, fundador do KIP Protocol, e Mauricio Novelli, seu representante na Argentina. Ambos teriam apresentado Davis ao presidente.
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