Imagem da matéria: Israel apreende criptomoedas do grupo Hezbollah e da Guarda Revolucionária do Irã
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Israel apreendeu até 40 carteiras de criptomoedas no valor de US$ 1,7 milhão ligadas à força Quds da Guarda Revolucionária do Irã e à organização terrorista Hezbollah, segundo reportagem do jornal The Times of Israel publicada na terça-feira (27).

O movimento marca “a primeira ação desta magnitude” realizada por Israel, segundo o Ministro da Defesa, Yoav Gallant.

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“Foi finalizada uma operação extensa e sem precedentes para expor uma rota para o financiamento do terrorismo usando moedas digitais”, disse Gallant em uma conferência organizada pelo Departamento Nacional de  Contra o Financiamento de Terrorismo (NBCTF) do Ministério.

Todos os fundos apreendidos pela NBCTF nesta ação foram emitidos na stablecoin Tether (USDT) usando a rede Tron, de acordo com a empresa forense de blockchain, Chainalysis.

O Hezbollah é uma organização política e militar libanesa fundada no início dos anos 1980. Trata-se de um ator importante na política libanesa, operando tanto como partido político quanto como organização paramilitar, que ganhou popularidade por sua resistência contra as forças israelenses. Já a força Quds é o ramo do da Guarda Revolucionária – grupo militar iraniano – responsável pelas operações fora do Irã.

O ministro acrescentou que, desde o início do ano, membros do Hezbollah, da força Quds e de certos “elementos sírios” contam com as criptomoedas como meio de financiar suas operações. Os fundos, provenientes de terceiros, foram transferidos para os grupos terroristas.

Israel recorre à ferramentas analíticas de blockchain

Durante a conferência na terça-feira, Gallant também revelou que a operação foi realizada graças a novas ferramentas que a NBCTF desenvolveu em colaboração com a agência de espionagem Mossad, a Diretoria de Inteligência Militar da IDF, a polícia de Israel e outros órgãos. A Chainalysis confirmou que suas ferramentas analíticas “desempenharam um papel nessa conquista histórica de segurança nacional.”

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Como apontado pela Chainalysis, desde a sua criação, o Hezbollah tem recebido a maior parte de seu financiamento do Irã — muitas vezes através de intermediários sírios; no entanto, parte dessa atividade mudou recentemente para criptomoedas.

“Esta apreensão da NBCTF é importante por várias razões, além do fato de ser a primeira vez que qualquer agência apreendeu criptomoedas do Hezbollah e da força Quds”, disse a Chainalysis em uma publicação em seu blog.

“É um dos primeiros exemplos publicamente disponíveis de financiamento do terrorismo via criptomoedas, que vai além de simples campanhas de doação baseadas em mídias sociais — neste caso, atores estatais sofisticados estavam usando criptoativos com o objetivo de canalizar dinheiro através das fronteiras para uma organização terrorista perigosa.”

A empresa acrescentou que esse desenvolvimento ressalta o fato de que a batalha contra o financiamento do terrorismo por meio de criptomoedas está longe de terminar, mesmo à luz de sucessos recentes, como o grupo militante palestino Hamas, que é considerado um grupo terrorista pelos EUA, Reino Unido e outros países, interrompendo seu programa de doações de cripto em resposta à pressão da aplicação da lei.

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A ala militar do Hamas, Al-Qassam Brigades (AQB), que está em grande parte isolada do sistema financeiro global, até pouco tempo atrás usava doações de criptomoedas como uma das ferramentas para contornar as sanções internacionais, mas acabou encerrando o programa em abril deste ano.

Em várias ocasiões antes disso, o Ministério da defesa de Israel anunciou a apreensão de carteiras de criptomoedas ligadas ao Hamas.

Em fevereiro de 2022, as autoridades israelitas confiscaram “dezenas de milhares de Shekels” em criptomoedas supostamente destinadas a financiar o grupo, com outros US$ 7,7 milhões em USDT, Bitcoin e Dogecoin apreendidos em julho de 2021.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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