O investidor bilionário Mark Cuban voltou a protagonizar uma nova polêmica no mercado cripto, desta vez por fazer propaganda da falida credora de criptomoedas Voyager Digital.
Por essa relação com a empresa, ele deverá depor em tribunal dos Estados Unidos para se defender contra uma ação coletiva que tenta responsabilizá-lo por promover a empresa que acabou falindo. Segundo o Decrypt, esses clientes da Voyager argumentam no processo que Cuban “deturpou a verdade” sobre a empresa em materiais promocionais.
O bilionário, que também é apresentador do programa de TV Shark Tank nos EUA, terá que passar pelo interrogatório sob juramento no dia 2 de fevereiro. Essa data foi marcada após a defesa do empresário ter um pedido negado pela juíza norte-americana Lisette M. Reid, de dividir o depoimento em duas audiências, conforme noticiou o The Block.
Desse modo, o depoimento de Cuban será feito em um único dia e a audiência não se limitará a questões jurisdicionais.
Ação coletiva chama Voyager de “esquema Ponzi”
A ação coletiva contra Mark Cuban foi registrada em um tribunal distrital dos EUA no sul da Flórida em agosto, e descreve a Voyager como um grande “esquema Ponzi”. O documento denuncia a promoção agressiva da Voyager por Cuban entre novatos em criptomoedas e investidores de varejo inexperientes, que era o público que supostamente ele visava.
Dois funcionários do Dallas Mavericks, o time de basquete que Mark Cuban é dono, também vão depor antes de 23 de fevereiro e três demandantes entregarão seus depoimentos no final deste mês.
Cuban fez várias declarações que parecem ter enfurecido os investidores da Voyager, incluindo que o credor era “o mais próximo de isento de riscos possível no universo cripto”.
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Além disso, o processo alega que a Voyager se apresentou como uma “corretora de criptomoedas totalmente compatível e licenciada”, apesar de não estar registrada na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), na Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC) ou os reguladores federais ou estaduais necessários envolvidos na supervisão da venda de valores mobiliários.
O colapso da Voyager
Após o colapso do ecossistema Terra (LUNA), a Voyager foi uma das várias credores afetadas por problemas de liquidez subsequentes, precisando entrar com pedido de recuperação judicial em julho do ano passado.
Então, no final do terceiro trimestre de 2022, a FTX.US venceu a licitação para adquirir os ativos restantes da Voyager por US$ 1,4 bilhão. O negócio fracassou depois que a FTX entrou em colapso espetacular quinze dias depois.
A Voyager reabriu o processo de licitação em novembro. Desta vez, a Binance emergiu como “a melhor e mais alta oferta” com pouco mais de US$ 1 bilhão.
Na semana passada, o ex-fundo de hedge cripto Alameda Research, agora extinta empresa irmã da FTX, classificou a oferta de aquisição da Binance.US como “patentemente inconfirmável” e disse que o acordo “ignora os requisitos e proteções fundamentais do Código de Falências” em um processo legal.
A Voyager chamou a resposta da Alameda de “hipocrisia e atrevimento” e acusou a empresa de fraudar seus credores e “a maior parte do mundo”.
* Com informações do Decrypt.
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