O humorista Lucas Veloso, que possui 1,3 milhão de seguidores no Instagram e é filho do comediante Shaolin, resolveu usar sua arte para crititcar a Braiscompany e seu criador. Em um vídeo publicado na sexta-feira (20) em seu perfil no Instagram, o ator faz uma paródia de Antonio Neto Ais e provoca com comentários irônicos ao deixar claro que considera a empresa uma pirâmide financeira.
“Você vai comprar ingresso pro show do Lucas Veloso e não vai ganhar nem 7% e nem 8%, vai ganhar 100% de risada no seu ingresso”, afirma Lucas, fantasiado de Neto Ais e com um cenário típico de trade no fundo. A Braiscomoany promete retornos fixos de 6,5% aos seus clientes, prática muito comum em em negócios que depois se descobre serem pirâmides.
Outro ponto explorado pelo humorista no esquete é a natureza de pirâmides na qual os participantes tem como meta principal trazer outras pessoas. “Se você compra o ingresso com mais dois amigos, você vai rir o dobro. É a plateia compartilhada”, brinca Veloso.
No dia 5 de janeiro, o humorista publicou uma série de stories denunciando a empresa, afirmando que a companhia não cumpriu um acordo de patrocinar um longa-metragem que está produzindo. Veloso não cita diretamente o nome da companhia nem de seu dono, Antonio Neto Ais, mas fica claro de quem se trata.
Segundo o artista, sua relação com a Braiscompany teria começado no início da pandemia, quando a empresa o procurou para que fizesse publicidade patrocinada dos serviços da companhia. A firma promete pagamentos aos clientes provenientes dos rendimentos que diz obter com a “locação de criptoativos”.
“Peço perdão”, diz Veloso sobre ter feito propaganda da Braiscompany. Além disso, recomenda: “Sai da empresa, vai embora. Pessoas que trabalham lá dentro me disseram que tem comissão compartilhada para quem leva cliente ganha comissão…o nome disso é o que?”, afirma, indicando acreditar ser uma pirâmide financeira.
No caso do ator, o atrito também se dá por conta de um filme. Veloso diz que a Braiscompany entrou como sócia e patrocinadora de uma longa que ele tem planos de fazer. Mas o dinheiro de fato nunca apareceu.
“Ele [se referindo a Antonio Ais Neto] dizia que não tinha consistência jurídica [o projeto do filme]. Mas já tinha sido aprovado na Ancine. Fechamos um negócio que ele entraria como patrocinador e sócio. Nem [veio] o dinheiro do patrocínio, nem o dinheiro da sociedade”, reclama Veloso.
“A garantia sou eu”
Em seu vídeo, Lucas Veloso faz diversas alusões aos debate que estão ocorrendo sobre a Braiscompany. “Se você quiser ir embora, não tem 30% de multa”, disse. Recentemente, Neto Ais afirmou que não irá abrir mão da multa em casos de clientes que queiram romper o contrato por falta de pagamentos.
Em um momento do vídeo, solta um “a garantia sou eu”. A frase foi recentemente dita por Neto Ais em uma live respondendo como os clientes da Braiscompany podem ficar tranquilos.
Dentro da paródia, em um momento finge estar conversando com um funcionário e pede que bloqueie comentários nas redes sociais. A Braiscompany passou a apagar e impedir publicações em redes sociais logo após parar de pagar.
Braiscompany atrasa pagamentos
Parte dos clientes da Braiscompany chegou ao ano novo com o bolso vazio devido ao atraso — pelo segundo mês seguido — do pagamento dos rendimentos que a empresa diz obter com a “locação de criptoativos”, esquema acusado de ser pirâmide financeira por Tiago Reis, o CEO da Suno Research.
O último pagamento de 2022, programado para acontecer no dia 30 de dezembro, ainda não foi feito até esta quinta-feira (5) para parte dos clientes do grupo, chegando a uma semana de atraso.
Um investidor que tem R$ 15 mil presos na Braiscompany e que pediu para não ter seu nome divulgado, mostrou ao Portal do Bitcoin o e-mail em que a empresa justifica o atraso citando “inconsistências nos endereços de algumas carteiras”.
No e-mail, o cliente era obrigado a informar novamente seu endereço de Bitcoin (BTC) e Tether (USDT) de destino dos pagamentos, bem como enviar um vídeo de si mesmo confirmando as informações. Ele cumpriu todas essas solicitações na segunda-feira, mas até esta quinta não recebeu o pagamento prometido.
Atrasos em cascata
Foi o lançamento do Brais App, previsto para acontecer no dia 28 de dezembro, que causou o primeiro atraso dos pagamentos no dia 20 de dezembro, segundo a empresa.
O que chama atenção é o fato de que a Braiscompany não usa aplicativo ou um sistema interno para efetuar o pagamento dos clientes. Ao invés disso, envia os supostos lucros mensais diretamente para a carteira de bitcoin informada pelo usuário e mantida em corretoras de criptomoedas, como a Binance.
O aplicativo sequer foi lançado no dia previsto — embora a Braiscompany tenha feito uma grande festa para a ocasião, regada a champagne e atrações musicais — e segue fora do ar até hoje. Na confraternização, a empresa também anunciou a criação da sua própria criptomoeda, a Brais Token, cuja data de lançamento ainda não foi informada.
- Já pensou em inserir o seu negócio na nova economia digital? Se você tem um projeto, você pode tokenizar. Clique aqui, inscreva-se no programa Tokenize Sua Ideia e entre para o universo da Web 3.0!