O britânico Peter Teich perdeu cerca de R$ 1 milhão por ter informado um código errado referente à sua conta bancária ao advogado que distribuiu uma herança a sua família em abril deste ano.
O banco Barclays constatou o erro, mas disse que nada poderia fazer. O homem então assumiu a culpa, mas correu atrás do seu dinheiro em uma disputa judicial. A história foi contada pelo The Guardian, que também foi uma das peças principais para o desfecho.
Logo que Teich percebeu o erro, quando viu sua conta zerada mesmo após o advogado ter confirmado o depósito, ele procurou o advogado, que acionou o Barclays.
Ao banco, ele admitiu que o cliente teria lhe passado o código errado para o depósito de 193.000 libras esterlinas. O valor era referente à herança do pai que havia morrido.
Na ocasião, o banco disse que o dinheiro seria devolvido em uma semana, só que a resposta demorou a chegar. No mês seguinte, Teich recebeu uma carta bombástica do Barclays:
“Devido a um erro de sua parte, os fundos foram aplicados a outro cliente”.
E não foi só isso. A gerência do Barclays disse que ele havia sido mal informado sobre a devolução do dinheiro e que devido a isso, o banco o estava o beneficiando com 25 libras, cerca de R$ 140.
“Creditamos em sua conta um pequeno gesto simbólico”, dizia a carta.
Àquela altura, o homem que recebeu o dinheiro erroneamente também já havia realizado saques. De acordo com a reportagem, quando o Barclays o procurou ele se recusou a devolver o fundo.
Detalhe: os dois clientes têm o mesmo número de conta, o que difere na hora de uma transferência é um código, uma espécie de depósito identificado.
E mesmo que tivesse o nome do favorecido, de nada valeria. Isso porque no Reino Unido o que vale é o tal código.
“O nome de um destinatário poderia ser ‘Mickey Mouse’ e o banco ainda processaria o pagamento, usando apenas o código e o número da conta”, explicou o The Guardian.
Mudanças no setor bancário
De acordo com o jornal, o setor bancário do Reino Unido havia prometido que ainda este ano eles determinariam a verificação dos nomes nas transferências de dinheiro. O cronograma, porém, foi adiando e a norma só deve entrar em vigor em março de 2020.
O artigo do The Guardian diz que ninguém tem o direito legal de guardar dinheiro que tenha sido creditado indevidamente em sua conta. Mas obrigá-los a devolver, principalmente se for gasto, é outra questão.
O Barclays, assim como todos os outros bancos do Reino Unido, nem mesmo fornece o nome da pessoa que recebeu o dinheiro — a menos que a Justiça peça.
Gastou R$ 250 mil com advogados
O caso, contudo, teve desfecho em junho deste ano, após, sem apoio nenhum do banco, Teich ter gasto cerca de R$ 250 mil com o processo (46.000 libras). A Justiça então determinou a devolução do dinheiro ao verdadeiro dono.
“Reconheço 100% o meu erro, mas isso se torna quase insignificante quando considerado no contexto da conduta do Barclays”, disse Teich.
Ele ainda pediu ao banco que pagasse os honorários à Justiça, mas a instituição se recusou. Teich então apelou ao The Guardian, que cobrou uma posição da instituição.
Exposto, o banco então não só se comprometeu a pagar todos os gastos de Teich com o processo, como também lhe ofereceu um adicional de 750 libras (aproximadamente R$ 4 mil).
“O Barclays poderia ter salvado a mim e a todos os demais de todo esse estresse e ansiedade. Eles poderiam ter feito a coisa certa quando ainda havia tempo para fazer”, desabafou Teich.
O banco se desculpou:
“É evidente que nesta ocasião não mostramos a segurança que o Sr. Teich poderia esperar receber do Barclays e, por isso, oferecemos nossas sinceras desculpas”.
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