Halving do Bitcoin em 2024 é “diferente” por conta dos ETFs e Ordinals, diz Grayscale

Analistas da Grayscale destacaram o impacto no mercado dos influxos de ETFs de Bitcoin — mesmo com o GBTC ainda registrando fluxos de saída
moeda de bitcoin e logo da grayscale ao fundo

Shutterstock

A gestora de ativos digitais Grayscale prevê que o halving do Bitcoin em 2024 será diferente dos três últimos, em um novo relatório que destaca o impacto no mercado dos ETFs de Bitcoin à vista nos EUA.

Em um relatório intitulado “2024 Halving: This Time It’s Actually Different”, divulgado na sexta-feira (9), os analistas da Grayscale apontam para os ETFs de Bitcoin como uma “nova e constante fonte de demanda” que poderia contrabalançar a pressão de venda da emissão de mineração.

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Embora o relatório observe que o preço do Bitcoin tem aumentado historicamente após cada halving, ele também adverte que outras criptomoedas com mecanismos de halving, como o Litecoin, não tiveram uma valorização de preço semelhante após a redução. Os autores do relatório também destacam que os aumentos de preços do Bitcoin após o halving também coincidiram com “eventos macroeconômicos significativos”, como a crise da dívida europeia e a pandemia da COVID-19.

O relatório aponta para “evidências de que os mineradores vêm se preparando há muito tempo para as repercussões financeiras do halving”, como a captação de recursos e a venda de participações na rede no final de 2023. Isso, eles sugerem, significa que os mineradores estão “bem posicionados” antes do halving — e mesmo que alguns mineradores saiam do mercado, a redução da taxa de hash levará a um ajuste na dificuldade de mineração, garantindo que a rede permaneça estável.

Os autores do relatório também destacam o impacto das inscrições de Ordinals do Bitcoin e dos fluxos de ETFs na estrutura de mercado do Bitcoin. O primeiro, segundo eles, serve como um indicador de como os mineradores serão incentivados a proteger a blockchain à medida que as recompensas de bloco diminuem, com a atividade Ordinals representando “um novo caminho para sustentar a segurança da rede por meio do aumento das taxas de transação”.

Os ETFs de Bitcoin, por sua vez, registraram entradas de US$ 1,5 bilhão em apenas quinze dias após seu lançamento, “absorvendo quase o equivalente a três meses de pressão de venda potencial pós-halving”. Embora os analistas da Grayscale não esperem que esse nível de “demanda reprimida” seja sustentado, eles observam que um estado estável de entradas líquidas para ETFs poderia contrabalançar a pressão de venda da emissão de mineração, enquanto níveis mais altos de entradas em torno de US$ 10 milhões por dia poderiam até “espelhar os efeitos de outro halving”.

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Um ETF de Bitcoin que não teve entradas líquidas foi o GBTC da Grayscale, que, desde sua conversão em um ETF de Bitcoin à vista, viu bilhões de dólares em saídas, já que os detentores aproveitaram a oportunidade para sacar. Nas últimas semanas, esses fluxos de saída parecem ter diminuído, embora os fundos continuem a fluir do GBTC para ETFs de Bitcoin rivais.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.