Paige hacker Q13 News reprodução youtube
Foto: Reprodução/Youtube

O juiz Robert S. Lasnik, do Tribunal Distrital de Seattle (EUA), condenou na quarta-feira (4) por crime cibernético a hacker Paige Thompson, uma americana transgênero de 37 anos que roubou poder de computação de empresas e milhares de pessoas para minerar criptomoedas em nuvem.

De acordo com o Departamento de Justiça (DOJ), Paige passará os próximos cinco anos com tornozeleira eletrônica, uma condenação que foi refutada por parte da Procuradoria local.

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“Não é assim que se faz justiça”, disse o procurador Nick Brown, que achava que a sentença deveria ser mais rígida. Ele ressalta que ficou desapontado porque Paige roubou informações de 100 milhões de contas, o que causou “mais de US$ 250 milhões em danos a empresas e pessoas”.

A publicação do DOJ aponta que Paige baixou dados de mais de 30 entidades de forma ilícita, incluindo o banco Capital One, crime mais argumentado pelos procuradores que pediram sete anos de prisão para a ré.

“Os crimes foram totalmente intencionais”, diz um trecho da posição da Procuradoria. “Thompson foi motivada a ganhar dinheiro às custas de outras pessoas, para provar que era mais inteligente que outros e se gabar na comunidade de hackers.”

Hacker foi presa em 2019

A hacker havia sido considerada culpada em junho deste ano, após um julgamento de sete dias. Sua prisão, contudo, ocorreu em 2019 após denúncia de uma empresa. O FBI passou então a investigar o caso em chats e fóruns de internet onde Paige se gabava dos seus feitos.

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Ela relatava em bate-papos que tinha desenvolvido uma ferramenta que escaneia contas da Amazon Web Services e identifica contas “mal configuradas”. Conforme apurou os agentes, seu acesso ilegal às contas permitiu que ela implantasse um software de mineração de criptomoedas, recebendo as moedas extraídas diretamente em sua carteira.

O procurador ressaltou que Paige cometeu sete crimes federais com seu esquema de invadir contas de armazenamento de dados em nuvem para seu próprio benefício. “Seus crimes cibernéticos criaram ansiedade para milhões de pessoas que estão justificadamente preocupadas com suas informações privadas. Essa conduta merece uma sentença mais significativa”, ressaltou.

Por sua vez, o juiz do processo, Robert S. Lasnik, explicou a decisão sob o argumento de que Paige teria dias difíceis na prisão devido a seu status transgênero e problemas de saúde mental que sofre — segundo o DOJ, a americana também era conhecida por ser uma pessoa “instável”, desde que foi presa pelo FBI.

Mas o caso ainda não se encerrou. Paige ainda terá que arcar com o prejuízo que deu a empresas e pessoas. Para isso, o juiz Lasnik agendou uma audiência para 1º de dezembro a fim de determinar o valor da restituição que ela terá que pagar às vítimas.

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Um vídeo compartilhado no canal Q13 News no Youtube mostra detalhes sobre quando Paige foi presa:

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