O setor bancário brasileiro anunciou nesta segunda-feira (16) medidas que visam ao menos atenuar os efeitos da pandemia de coronavírus, que contagia também a economia global e nacional.
Os atos visam facilitar a renegociação de dívidas e a concessão de crédito. Dessa forma, liberam mais dinheiro para circular no mercado e aliviam a pressão sobre o orçamento de famílias e empresas.
As cinco maiores instituições bancárias do país — Bradesco, Itaú, Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal e Santander — disseram que “estão abertos e comprometidos em atender pedidos de prorrogação, por 60 dias, dos vencimentos de dívidas”.
A medida vale para pessoas físicas e jurídicas (micro e pequenas empresas) com empréstimos vigentes e que estejam em dia.
“Os bancos estão engajados em continuar colaborando com o País com medidas de estímulo à economia”, diz nota da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), que divulgou a medida.
Ainda na sexta-feira (13), a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil — ambos públicos — já haviam anunciado medidas para facilitar a concessão de crédito para empresas. Enquanto a Caixa disponibilizou linhas de crédito que totalizam R$ 75 bilhões para o setor produtivo, o BB anunciou abertura total para atendimento às demandas de clientes, especialmente pequenas e médias empresas.
Reforço do crédito
Também nesta segunda o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou duas medidas que incrementam o crédito e visam atenuar os efeitos da pandemia de coronavírus sobre a economia.
O CMN é formado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e pelo secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.
Uma dessas medidas reduz o Adicional de Conservação de Capital Principal (ACPConservação) de 2,5% para 1,25% por um ano. Essa taxa é uma espécie de “colchão de recursos” exigida dos bancos para assegurar liquidez.
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Esse corte permite que os bancos mantenham ou mesmo possam ampliar seus planos de concessão de crédito. De acordo com informativo divulgado pelo Banco Central (BC), a ação vai ampliar em R$ 56 bi a folga de capital no sistema financeiro. E que permite, ainda de acordo com o BC, “aumentar a capacidade de concessão de crédito em torno de R$ 637 bilhões”.
O CMN também anunciou a facilitação de renegociação de operações de créditos de empresas e de famílias reconhecidas como boas pagadoras.
A estimativa das autoridades monetárias nacionais é que aproximadamente R$ 3,2 trilhões de créditos sejam qualificáveis a se beneficiar dessa medida. A negociação, no entanto, dependerá do interesse e da conveniência das partes envolvidas.
“Ambas as medidas são proativas e facilitarão uma atuação contracíclica do Sistema Financeiro Nacional, que ajudará as empresas e as famílias a enfrentar os efeitos decorrentes do COVID-19. Estas são medidas que estão em linha com as demais ações do Governo Federal e de outros reguladores financeiros internacionais”, diz o informe do BC.
Nem ouro e bitcoin escapam
A crise global gerada pela disseminação do coronavírus tem derretido Bolsas de Valores mundo afora e afetado até ativos considerados “reservas de valor”, como o ouro e o próprio bitcoin.
Depois de atingir sua máxima histórica de US$ 1.700 na semana passada, em alta de 12% no ano, o ouro entregou metade dos ganhos e, na última quinta-feira (12), era negociado na faixa de US$ 1.600.
A mais conhecida das criptomoedas foi ainda mais afetada pelo solavanco do mercado na última quinta-feira. O ativo chegou a cair 50% em um dia e despertou uma série de questionamentos se ele seria de fato um “ouro digital”.
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