As duas principais agências regulatórias do mercado financeiro nos Estados Unidos estão investigando se a corretora FTX geriu de forma irresponsável os fundos dos clientes. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (9) pela agência de notícias Bloomberg.
As sondagens sobre as operações da FTX estão sendo feitas pela Securities and Exchange Commission (SEC, que faz nos EUA o mesmo papel da CVM no Brasil) e Commodity Futures Trading Commission (CFTC). Conforme aponta a reportagem, o escrutínio da SEC começou meses atrás, mas ganhou relevância com o derretimento da exchange durante esta semana. O foco está voltado para as atividades de empréstimo cripto pela FTX US (empresa do mesmo grupo, mas separada do braço mundial da FTX).
Não bastante isso para a empresa criada por Sam Bankman-Fried, a maioria dos funcionários da área jurídica e de complicance da empresa pediram demissão na terça-feira (8). A informação é do portal de notícias Semafor, que afirma ter fontes próximas do caso.
Nesta terça-feira (8), a corretora de criptomoedas Binance, a maior do mundo, havia anunciado um acordo inicial de intenção para comprar a segunda maior exchange, a rival FTX.
O anúncio foi feito em meio a uma série de dificuldades da FTX para sobreviver: durante a manhã da terça (8), a empresa travou os saques de clientes, após o token nativo FTT perder mais de 30% do valor de mercado – justamente após a Binance anunciar durante o final de semana que iria vender todos os tokens que estavam em poder da corretora.
Binance pode recuar
Mas os ares parecem ter mudado de um dia para o outro. Nesta quarta-feira (9), a Binance parece inclinada a recusar a proposta de compra da FTX após uma análise inicial nos números da encrencada empresa rival. A informação é de reportagem publicada pelo portal Coindesk, citando uma fonte inteirada da negociação.
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A intenção de compra anunciada na terça-feira pela empresa liderada por Changpeng “CZ” Zhao já condicionava o acordo a um processo de due diligence, que inclui a revisão do balanço da FTX. Menos de 24 horas após o anúncio do negócio, feito via Twitter, os números teriam deixado a maior corretora do mundo “fortemente inclinada” contra o prosseguimento da operação, segundo o Coindesk.
Queda livre no mercado
E os efeitos das revoluções por minuto que ocorrem no setor se refletem no preço dos ativos. Esta quarta-feira (09) está sendo mais um dia de banho de sangue para o mercado de criptomoedas. O Bitcoin registra queda de 15% nas últimas 24 horas e amarga o menor preço dos últimos dois anos.
Por volta das 16h, a principal criptomoeda é cotada um pouco abaixo dos US$ 17 mil no mercado global e de R$ 90 mil no Brasil — preços no nível de novembro de 2020. Os demais ativos também estão na pior: Ethereum (ETH), Binance Coin (BNB), Litecoin (LTC), XRP, entre outras amargam quedas de quase de 20%, segundo dados do comparador de preços Coingecko. A memecoin DOGE recua outros 15%.
Alguns usuários que estão com os saques travados na FTX correram para sacar ou liquidar o que tinham em outras corretoras com medo da contaminação do setor. Como resultado, o mercado seguiu em queda.
O bitcoin perdeu o patamar dos US$ 17 mil. Já o Ethereum ainda resiste acima dos US$ 1.000, mesmo com forte queda — provavelmente puxada pelas liquidações da FTX.
A própria BNB, moeda da blockchain criada pela Binance, vem sofrendo com uma descrença similar, mas não com a mesma intensidade. O ativo opera em queda de 15% e é cotado a US$ 287,65.
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