Os funcionários da Terraform Labs, empresa de Do Kwon que sustenta o ecossistema Terra (LUNA), foram intimados por promotores da Coreia do Sul a depor sobre as operações da empresa.
A informação, divulgada pela emissora local JTBC no sábado (28), afirma que as intimações fazem parte da investigação em andamento no país que apura a responsabilidade da empresa no colapso da stablecoin algorítmica TerraUSD (UST) e da Luna Classic (LUNC) — como agora é chamada a versão antiga da Luna.
De acordo com a JTBC, um funcionário que estava na empresa desde 2019, envolvido no desenvolvimento inicial da blockchain Terra, foi o primeiro a depor para a equipe de investigação de crimes financeiros e de valores mobiliários da Procuradoria do Distrito Sul de Seul.
O desenvolvedor, que não teve seu nome divulgado pelo veículo, disse aos promotores que desde o início havia preocupações de algumas pessoas dentro da empresa sobre a sustentabilidade do UST .
Apesar dos alertas da equipe, o lançamento da stablecoin seguiu adiante e, em maio deste ano, o UST entrou em um espiral da morte que fez o seu preço — que deveria sempre ser US$ 1 — ir a zero.
Dados do CoinGecko mostram que a cotação do UST nesta segunda-feira (30) não passa de US$ 0,02, enquanto o preço de LUNC fica em torno de US$ 0,00013.
O desempenho da nova versão da Luna, lançada no sábado, também é negativo. A moeda é negociada a US$ 6,58 nesta segunda, em queda de 65% em apenas dois dias em circulação.
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Na mira
Os promotores sul-coreanos estão analisando todas as operações da empresa para descobrir se Do Kwon e outros executivos da Terraform Labs negligenciaram as falhas de design do UST.
Do Kwon tenta se esquivar das autoridades do seu país natal ao afirmar que vive em Singapura desde dezembro do ano passado passado. Curiosamente, todas as operações da Terraform Labs na Coreia foram encerradas no início de maio, dias antes do derretimento dos tokens da rede.
Além dos funcionários e líderes da Terraform Labs, as autoridades da Coreia do Sul também investigam a responsabilidade das corretoras locais de criptomoedas. Por exemplo, eles apuram se essas empresas fizeram uma revisão adequada antes de listar UST e Luna.
Ao mesmo tempo, as empresas são pressionadas a colaborar com as investigações. Na semana passada, a polícia sul-coreana pediu que todas as corretoras do país congelassem as criptomoedas que a Luna Foundation Guard (LFG) mantinha em suas plataformas.
A intimação da polícia não se tratou de uma ordem judicial, e sim um pedido de cooperação que cada exchange poderia atender ou não. Muitas, no entanto, preferem evitar o confronto.
A UpBit, maior corretora de criptomoedas da Coreia do Sul, não se comprometeu em disponibilizar a negociação da nova versão da Luna na sua plataforma, embora tenha oferecido suporte ao airdrop deste final de semana.