A polícia de São Paulo está investigando a FX Trading, suposta pirâmide que usava o bitcoin como chamativo e que fez milhares de vítimas no Brasil. Segundo uma reportagem da Folha de S. Paulo, há três inquéritos distintos, ‘de vítimas de um suposto golpe que pode chegar a R$ 1 bilhão’.
“Nos primeiros meses, eles remuneram, para dar legitimidade, depois, somem”.
O comentário é do promotor de justiça Renato Davanso, que acompanha um dos inquéritos em andamento. Para ele, diz a reportagem, ‘trata-se de um exemplo típico de estelionato mais sofisticado’.
Segundo a reportagem, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) disse que são apuradas denúncias de crime contra a economia popular, estelionato e organização criminosa.
Procurado pela Folha, Philip Han, suposto líder do esquema, negou ligação com a empresa. No entanto, é sabido que o mesmo apareceu por diversas vezes nas redes sociais à frente da empresa, seja em foto ou vídeo.
À reportagem, ele disse que diz que era “tão somente investidor”. Em nota, sua defesa afirmou que Han dava palestras motivacionais àqueles queriam empreender no sistema.
“Um dia, sem aviso, a empresa saiu do ar e os investidores foram impedidos de sacarem os valores de suas contas virtuais”, diz o artigo.
Juiz perdeu R$ 900 mil
Segundo a reportagem, uma das vítimas, o juiz aposentado Messias Cocca, de 81 anos, perdeu, juntamente com o filho, mais de R$ 900 mil.
O magistrado assumiu que foi ludibriado por esta organização criminosa de nível mundial e que por pouco não investiu R$ 2 milhões, disse a reportagem, que teve acesso ao histórico de um boletim de ocorrência registrado no ano passado.
FX Trading no Brasil
No ano passado, a FX Trading Corporation foi proibida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de atuar no mercado brasileiro sob pena de multa diária no valor de R$ 1 mil.
De acordo com o Ato Declaratório CVM 17.142, a empresa vinha atuando de forma irregular, oferecendo serviços de intermediação de valores mobiliários bem como captando clientes brasileiros para o chamado mercado de Forex.
Em julho de 2018, a CVM emitiu uma cartilha falando que não há uma empresa sequer no Brasil autorizada a trabalhar nesse segmento.
No mês seguinte ao alerta da CVM, a FX Trading comunicou várias mudanças nas regras de seu modelo de negócio. Os saques, que eram diários, passaram a feitos uma vez por mês.
Houve, também, mudança nos ganhos de rentabilidade e no chamado plano binário.
No mês seguinte, a FX Trading encerrou as atividades no marketing multinível e deixou muita gente na dúvida sobre os saques atrasados, revoltando investidores.
A queda era eminente. Isso porque àquela altura a única certeza que se tinha era que a empresa não iria cumprir com a promessa de qualquer ganho sobre o investimento, conforme constou num comunicado enviado aos investidores.
Na nota, a empresa se limitou a afirmar que não seria devolvido os valores com percentual de ganhos e sim o valor que foi investido.
O início do fim no Brasil
Logo depois, Philipp Han, que se intitulava como Global Master da companhia, anunciou o fim da FX Trading por meio de um vídeo veiculado no Youtube, já retirado do ar.
Ele relatou sobre o problema dos saques atrasados e prometeu que todos receberiam de volta o valor injetado na empresa.
FX Trading em Dubai
Cerca de um mês depois do ‘fim das operações’ no Brasil, a já extinta FX Trading mudou o nome para ‘F2 Trading Corp’ e se relançou em Dubai, nos Emirados Árabes.
Conforme apurou o site Behind MLM na época, a mudança foi só no nome, pois a companhia continuava sob comando de Phillip Han e seus conhecidos colaboradores, bem como mantinha a maioria dos planos e ofertas de seu marketing multinível.
Àquela altura, a vida de luxo do paranaense Philip Han já tinha sido exposta e, segundo investigadores da Polícia Federal e representantes da Procuradoria da Fazenda, seu patrimônio tinha sido erguido graças às suas empreitadas de sucesso no marketing multinível.
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