Movimentando R$ 3,2 bilhões, a gestora brasileira de private equity Pátria fez seu IPO nesta última sexta-feira, 22, na bolsa norte-americana Nasdaq. Dessa forma, a empresa foi listada com um valuation de mais de R$ 15 bilhões e ainda subiu 17% logo no primeiro dia.
Além disso, o sócio da gestora, o gigante norte-americano Blackstone vendeu parte de sua posição na oferta secundária do IPO. Assim sendo, colocou R$ 1,4 bilhão no bolso, diminuindo sua participação na Pátria de 40% para 14,4%.
De acordo com Alexandre Saigh, presidente e cofundador do Pátria, a escolha pela bolsa dos Estados Unidos se deve ao alto desenvolvimento da indústria de investimentos alternativos no país. A listagem no exterior também se justifica pela meta de internacionalização da gestora.
“Essa indústria dos Estados Unidos cresceu muito com o juro muito baixo e nós imaginamos que a penetração dos investimentos alternativos na América Latina vai ser muito grande.”, disse o cofundador e presidente do Conselho do Pátria, Olimpio Matarazzo.
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Perdas gigantes
Entre a imagem sofisticada que o Pátria criou no mercado financeiro de São Paulo, há também perdas enormes.
Isto porque há clientes furiosos devido a parte de 99,7% do seu capital em um fundo da gestora e 89% em outro. Dessa forma, um grupo com mais de 20 investidores se organizam para entrar com uma arbitragem contra a gestora. A informação é do Brazil Journal.
Tal lista inclui famílias ricas tanto de São Paulo quanto do Rio de Janeiro. Além disso, soma-se aos clientes insatisfeitos três fundos de pensão que já fizeram reclamação junto a CVM. A acusação? Descumprimento de deveres fiduciários. Em um dos fundos – o primeiro citado – a cota que chegou a bater R$ 1,5 mil, marcava R$ 4 já no meio da pandemia. Para piorar a imagem, de acordo com reclamação dos fundos de pensão à CVM, houve uma call falando para os cotistas aportaram mais R$ 250 milhões, com estimativa de retorno de 48% ao ano até 2024.