Imagem da matéria: Fundador Credminer que deu calote com criação da LQX diz gerenciar fortunas
Fundador da Credminer, Antônio Silva. Foto: Reprodução/Arquivo

O empresário Cláudio Di Lucca, dono da Revista Sucesso e ex-presidente da Abranetwork (Associação Brasileira de Network Marketing), publicou no mês passado uma matéria sobre o empresário Antônio Silva, fundador da Credminer – empresa que supostamente fazia mineração de criptomoedas que deixou milhares de brasileiros no prejuízo. No texto, ele disse que Silva gerencia fortunas por meio de sua nova empresa de custódia de ativos digitais, a “We”.

De acordo com a revista, a nova companhia, supostamente sediada em Berlim, na Alemanha, gerencia milhões de euros, mesmo que as vítimas da Credminer não tenham sido ressarcidas.

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Vale lembrar que tanto a Sucesso quanto a Abranetwork, que fazem parte do mesmo conglomerado do segmento de marketing multinível, são conhecidas por fazer propagandas de supostas pirâmides financeiras, a exemplo da 18K Ronaldinho, da DD Corporation e da própria Credminer. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Ministério Público do Estado da Bahia abriram neste ano processos para investigar as duas.

Vítimas da Credminer

A reportagem da revista descreveu Antônio Silva como um empresário de sucesso que montou uma companhia na área de mineração de ativos digitais — a Credminer —, mas não teve apoio das autoridades brasileiras. O texto mencionou, por exemplo, que Silva teve que parar com as atividades e partir para outra empreitada fora do país.

Em nenhum momento foi citado, no entanto, que Silva deixou milhares de brasileiros no prejuízo no final do ano passado, quando parou de honrar com os pagamentos e obrigou os clientes a aceitar uma criptomoeda sem valor chamada LQX.

Por causa disso, o Ministério Público do Ceará está atrás do empresário. Vítimas da Credminer também moveram ações individuais contra ele e já estão conseguindo liminares na Justiça. Em julho, por exemplo, a juíza Lucimeire Godeiro Costa, da 21ª Vara Cível de Fortaleza (CE), determinou bloqueio de R$ 200 mil da Credminer em favor de dois investidores enganados.

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A matéria informou que a “We” seria o “primeiro cryptobank do mundo com sistema de afiliados”. Disse também que a nova empresa de Silva estaria regulamentada na Alemanha e nos Estados Unidos e supostamente teria parceria com bancos em vários lugares do mundo.

A informação, no entanto, não condiz totalmente com a realidade. A empresa de Silva não consta na Securities and Exchange Comission (SEC, a CVM dos Estados Unidos) nem na Federal Financial Supervisory Authority (Bafin, a CVM da Alemanha).

We informa que não deve nada

A reportagem do Portal do Bitcoin entrou em contato a “We” e perguntou sobre a veracidade das informações publicadas pela revista, como a autorização dos órgãos dos Estados Unidos e da Alemanha.

Em nota, a empresa respondeu que seu modelo “foi desenhado para poder operar com pontos de fidelidade e custódia de criptomoedas, pois nesses países isso não depende de autorização do Bafin nem mesmo da SEC”.

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O Portal do Bitcoin também questionou se o valor em custódia informado pela revista é verdadeiro e quando a empresa vai pagar os milhares de consumidores lesados. A empresa disse que na verdade tem “aproximadamente R$ 200 milhões, na cotação atual de LQX, BTC, ETH e DASH”.

Sobre a devolução do dinheiro, a “We” informou que “NÃO (em caixa alta mesmo) deve nada a ninguém”. Disse também que a empresa é “totalmente diferente da Credminer, apesar de fazer parte do mesmo grupo empresarial, o MDX”.

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