O fazendeiro inglês Philip Hughes e sua família cultivam a terra há gerações, mas agora ele está se voltando para a mineração de ethereum motivada por um custo-benefício um tanto incomum no mercado de criptomoedas, que é usar o esterco de vaca para alimentar as mineradoras. É o que conta a BBC em uma reportagem publicada na quarta-feira (09).
“É cocô de vaca”, diz Hughes ao se referir ao que move suas mineradoras. Segundo a reportagem, o fazendeiro nem usa toda a eletricidade gerada no processo com o esterco, chamado ‘digestão anaeróbia’ — cerca de dois terços alimentam toda a fazenda e a outra parte vai para as máquinas.
Outro empresário que também está se dando bem com a transformação do ‘coco de vaca’ é o inglês Josh Riddett. Ele está minimizando os custos de sua empresa de mineração de criptomoedas Easy Crypto Hunter através do mesmo processo de digestão anaeróbia, diz a reportagem do Market Watch desta quinta-feira (10).
Mas como funciona esta transformação? De acordo com informações no site da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a digestão anaeróbia é um processo fermentativo que ocorre através da ação de microorganismos que interagem simultaneamente até a formação dos produtos finais, como metano e gás carbônico.
Riddett, que mantém sua empresa Easy Crypto Hunter desde 2017 em uma área industrial de Manchester, conquistou um nicho de vendas de equipamentos para agricultores movidos a energia renovável, como a digestão anaeróbica.
Em resumo, além de economizar, agricultores e empresários com fontes de energia renováveis, como a de digestão anaeróbica, podem gerar uma receita passiva ao vender de volta o excesso de eletricidade para as empresas de energia. No caso de Riddett, ele ganha até 10 vezes mais operando uma máquina de mineração de criptomoedas, diz a reportagem.
Mineração de ethereum
As máquinas de mineração de Riddett, contudo, são configuradas para minerar ethereum (ETH) e ravencoin (RVN), dentre outras criptomoedas, com exceção ao bitcoin, pois segundo ele, as outras criptomoedas usam muito menos energia. “E embora o consumo de energia da mineração de Ethereum seja alto, é significativamente menor do que a mineração de Bitcoin”, comentou a BBC.