Imagem da matéria: Estamos no bear market do Bitcoin (BTC)? Como investir na visão destes três especialistas brasileiros
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Estamos no bear market do O Bitcoin (BTC)? Parece que sim. O ativo é cotado a menos da metade do topo do preço atingido, de US$ 69.100 em novembro de 2021. Alguns analistas consultados pela reportagem acreditam que chegamos nesse momento — mas também explicam como se proteger.

“Bear market” ou a patada do urso que derruba o mercado é, em geral, diagnosticado quando os principais índices acumulam queda de 20% da sua última máxima. É um período longo e perigoso.

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Lucas Passarini, trader do Mercado Bitcoin, afirma que no mercado dos criptoativos o momento configurado como um período de baixa confiança e no qual os principais projetos sofrem grandes desvalorizações:

“É o cenário que estamos vivenciando hoje. Ainda existem alguns pontos de defesa, o BTC pode ter interesse comprador na região próxima aos US$ 30 mil, porém quedas maiores não podem ser descartadas em nenhuma hipótese. Vale ressaltar que a perda desta faixa pode pressionar ainda mais as altcoins”.

Para Paulo Boghosian, head de cripto do TC, seguro dizer que estamos no bear market: “Olhando para gráficos, vemos as médias móveis mais longas cruzarem acima das médias móveis mais curtas. Também na análise visual, nas últimas seis semanas os gráficos de velas do Bitcoin foram negativas, sem nenhum respiro”.

Como se proteger e aproveitar

Boghosian ressalta que o momento pede dois passos de cada investidor: entender o perfil de risco e nível de convicção na tese. “Quando o preço está subindo é muito fácil falar que a gente gosta de tomar risco. Mas quando o mercado está caindo que entendemos de fato o quanto aguentamos de queda”.

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O analista do TC lembra que a tese do Bitcoin é de ser reserva de valor e ativo não correlacionado. “Se eu estudei o Bitcoin, estudei economia, entendi a tese de investimento macro, não tenho tanto problema em segurar. Se não tiver convicção na tese, acaba entrando em pânico e vendendo na baixa”.

Passarini afirma que o investidor deve evitar se expor a altcoins e projetos que tenham pouco tempo de existência:

“A melhor estratégia para aproveitar as oportunidades desse mercado é separar um capital para aportar ao longo de um período maior, realizando compras recorrentes de ativos que possuam maiores fundamentos e que já tenham sobrevivido a bearmarkets passados”.

Segundo o especialista do Mercado Bitcoin, é um momento de separar capital que não precisará ser usado nos próximos três anos.

“Existe uma máxima no mercado ‘Bull markets can make you money, Bear markets will make you rich’ [bull markets te fazem ganhar algum dinheiro, bear markets te fazem rico]. Embora os preços possam trabalhar descontados por um período mais prolongado de tempo, é nesse período que acumular bons ativos pode entregar grandes ganhos de capital no futuro”, afirma.

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“Não é bear market, é fim de euforia”

Mas nem todos acham que o bear market chegou. João Paulo Oliveira, fundador da Nox Bitcoin, acredita que esse estágio poderá ser cravado se o preço cair até US$ 25 mil.

Comparando com os últimos anos, vê uma flutuação normal dentro do volátil mundo do Bitcoin.

“O preço do Bitcoin está aproximadamente o que estava um ano atrás. Na minha opinião estamos vivendo uma volatilidade dentro do aceitável, do normal para o ativo. Claro que estamos saindo de um sentimento de euforia de uma supervalorização. Estamos com o mercado normal, lateral, sem euforia.

Oliveira aponta que havia uma expectativa de o BTC bater US$ 100 mil e a falha em chegar lá deixou o investidor frustrado:

“O Bitcoin passou muito tempo: 2018, 2019, boa parte de 2020, sem se mexer. É como o mercado fica na maior parte do tempo, A maior parte do tempo ele é lateral, chato, sem grandes explosões de preço”, lembra.

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