Empresa que garantia pagamentos da Unick Forex tenta se desvincular da fraude bilionária

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Fernando Lusvarghi, à direita, era diretor jurídico da Unick e dono da SA Capital (Foto: Youtube/Reprodução)

A SA Capital, que dava o aval para as operações da Unick Forex, emitiu comunicado afirmando que nada teria a ver com a empresa que é investigada por fraudes com criptomoedas. Essa afirmação, no entanto, não condiz com a realidade exposta pela Receita Federal durante a Operação Lamanai.

Segundo o comunicado da empresa pertencente a Fernando Lusvarghi, diretor jurídico da Unick Forex, a relação da SA Capital com a Unick era meramente contratual devido a garantia imobiliária.

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Essa relação comercial, porém, conforme consta no informativo veiculado em seu site no último dia 20, teria sido encerrada, em outubro de 2019, “não permanecendo nenhuma inadimplência entre as partes”. 

No mesmo comunicado, no entanto, a SA Capital mencionou que o encerramento do contrato teria se dado pelo fato de as operações da Unick Forex se tornarem alvo de uma operação da Polícia Federal.

“Ocorre que em 17 de outubro de 2019, a Polícia Federal deflagrou a Operação Lamanai, suspendendo todas as atividades do Grupo Unick Academy. Em virtude desta suspensão, a S.A. Capital notificou o encerramento dos contratos de prestação de serviços e na mesma oportunidade disponibilizou o patrimônio imobiliário contratado pelo Grupo Unick Academy, não havendo assim mais nenhuma relação entre a S.A. Capital e o Grupo Unick Academy.”

O que faltou mencionar no comunicado, porém, é que Lusvarghi foi um dos diretores da Unick que teve prisão temporária na época decretada e vinha sendo procurado pela Justiça. Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar desde novembro de 2019 e precisa usar tornozeleira eletrônica.

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Peça importante na Unick Forex

Segundo a Operação Lamanai, portanto, demonstrou a empresa de Fernando Lusvarghi era parte importante na engrenagem da Unick Forex. A empresa ia além de garantidora das operações, como era propagado para os clientes.

“A Receita Federal verificou que entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018 foram movimentados R$ 10.453.491,27 a crédito e R$ 10.535.159,18 a débito nas contas da S.A. Capital Ltda. A maior parcela dessa movimentação ocorreu no mês de outubro de 2018, quando foram movimentados R$ 9.328.080,94 a crédito e R$ 9.175.498,00 a débito, o que indicaria a utilização da empresa para recebimento de valores de investidores”.

A SA Capital, porém, mesmo após tudo isso segue sustentando que vinha apenas prestação de serviços na “intermediação de negócios, consultoria empresarial e disponibilização de patrimônio imobiliário localizado no município de Cristalina GO”.

Esse bem, contudo, era aquele tão anunciado pela Unick Forex que garantiria as operações da empresa, mas que valia bem menos do que se propagava. Numa mudança de argumentação, o que seria para cumprir integralmente o valor aportado pelas pessoas na Unick se tornou no comunicado garantia ao “cumprimento de suas obrigações, até o limite do patrimônio imobiliário em questão”. 

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A investigação da Polícia Federal apontou indícios de que a SA Capital fazia parte da suposta organização criminosa liderada por Leidimar Lopes. A empresa de Lusvarghi, contudo, afirmou ser “independente, que atua na área de backoffice, serviços de intermediação de negócios e garantias imobiliárias”.


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