“Por que o Bitcoin é tão ruim para o planeta?”. Esse é o título de um vídeo publicado pelo britânico The Guardian nesta quinta-feira (25). Nele, o jornalista Alex Hern critica o gasto energético provocado pela mineração da criptomoeda. Isso acontece porque o consumo anual da mineração de Bitcoin é comparável ao gasto de países como a Argentina e a Noruega, de acordo com uma pesquisa recente da Universidade de Cambridge.
“Há uma grande motivação, se você é um minerador de BTC, de queimar uma quantidade absurda de energia. Esse é o problema. Você queima uma ‘Noruega’ de energia e está longe de ter uma pegada de carbono zerada”, afirma Hern, que é editor de Tecnologia. Ele continua, explicando que o Bitcoin é uma “tentativa” de construir uma moeda digital descentralizada para substituir o dinheiro tradicional.
Em seguida, o vídeo compara o mecanismo de consenso do Bitcoin a uma loteria. “A cada dez minutos, a blockchain faz uma loteria. Você participa utilizando um computador para fazer cálculos difíceis e inúteis. A única razão para fazer isso é provar que você gastou energia nesse processo”, alega o especialista. Segundo ele, esse gasto equivale a 2,5 vezes o da Microsoft, Google, Amazon e Facebook juntas, no período de um ano.
“Os mineradores tentam diminuir os custos se juntando em áreas nas quais a eletricidade é barata, ou onde o clima é frio, para não gastar muito com a refrigeração dos computadores. Eles esquentam bastante, ao fazer esses cálculos inúteis”, explica o jornalista. Ele considera que os £ 29 milhões (R$ 224 milhões) gastos com energia pela blockchain, diariamente, correspondem a uma despesa astronômica.
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Gasto inútil com bitcoin
Alex Hern afirma que a utilização de energia renovável é principal argumento dos mineradores em favor desse sistema, ao citar o estudo de Cambridge. A Universidade alega, na sua tese, que 39% da energia utilizada pelos mineradores provém de fontes renováveis. “Porém, 61% da energia gasta pela mineração provém dos combustíveis fosseis”, argumenta o crítico.
O vídeo faz referência à utilização de hidroelétricas da China. Essas plantas de energia não estavam sendo usadas para outros fins, antes da mineração de Bitcoin. “Contudo, nós queremos que a rede de energia esteja conectada à rede das cidades, para ser utilizada pela sociedade”, diz.
Hern finaliza o vídeo comparando as transações do ativo às de uma rede de cartões de crédito. “O Bitcoin processa sete transações por segundo. Enquanto isso, a Visa processa milhares de vezes essa quantidade em um segundo.” Em nenhum momento, o jornalista explica que o consumo de energia do Bitcoin serve para proteger a rede contra as fraudes.
Veja o vídeo abaixo: