O criador do blockchain Ethereum, Vitalik Buterin doou US$ 5 milhões para o governo da Ucrânia e para uma entidade que promove ações humanitárias no país, que há mais de um mês enfrenta uma guerra após ser invadido pela Rússia. O desenvolvedor nasceu na própria Rússia, mas se mudou para o Canadá ainda adolescente.
Buterin doou metade da quantia para a organização Aid For Ukraine e outro metade para o Unchain Fund. Foi a primeira que anunciou a doação, que foi feita em token do Ethereum.
O desenvolvedor não se manifestou sobre essas doações específica. Mas logo no início da guerra, manifestou-se claramente contra a guerra deflagrada pelo país onde nasceu. “Ethereum é neutro, mas eu não“, disse.
“Muito chateado com a decisão de Putin de abandonar a possibilidade de uma solução pacífica para a disputa com a Ucrânia e ir para a guerra. Este é um crime contra o povo ucraniano e russo. Quero desejar segurança a todos, embora saiba que não haverá segurança. Glória à Ucrânia”, disse Buterin por meio de seu Twitter.
Ucrânia e as criptomoedas na guerra
Unchain é projeto de caridade criado por ativistas de blockchain com o objetivo de prover ajuda humanitária para a Ucrânia.
Já o perfil Aid For Ukraine (“ajuda para a Ucrânia”, na tradução do inglês) foi feito pelo governo ucraniano para que pessoas do mundo todo ajudem o país com doações por meio de criptomoedas. O perfil afirma já ter arrecadado US$ 60 milhões.
O projeto é liderado Mykhailo Fedorov, o ministro de Transformação Digital, que vem se destacando nas articulações com o mundo cripto.
Dois dias depois do início da guerra, o perfil oficial do governo ucraniano anunciou no Twitter que estava recebendo doações em BTC, ETH e USDT. A partir daí, Fedorov assumiu as rédeas e se tornou o porta-voz do governo em todos os assuntos relacionados ao meio cripto.
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Ele atendeu aos pedidos da comunidade e expandiu o leque de criptomoedas aceitas — recebendo até mesmo Dogecoin — e assim, foi capaz de arrecadar mais de R$ 300 milhões para seu país.
Fedorov também firmou parcerias com empresas da área, como a corretora FTX, para criar um site de doações cripto, e anunciou que o governo lançaria uma coleção de NFTs para montar um “museu da guerra russo-ucraniana”.
Por suas habilidades de comunicação, Fedorov passou a exercer um papel fundamental na guerra da Ucrânia, sem timidez na hora de pressionar grandes empresas e bilionários a ajudar seu país.
Foi isso que ele fez com Elon Musk, um dos homens mais ricos do mundo, quando pediu através de um tuíte que ele enviasse para a Ucrânia o sistema de internet via satélite da Starlink, fabricado pela SpaceX. Cerca de 48 horas depois, um caminhão cheio de equipamentos chegava à Ucrânia.
Guerra entre Rússia e Ucrânia
A guerra entre Rússia e Ucrânia entrou na sétima semana. O exército de Vladimir Putin não conseguiu tomar a capital Kiev e os combates mais intensos se dão na cidade de Mariupol, que está em ruínas após bombardeios constantes dos russos.
Após encontrar forte resistência na tentativa de tomar a capital da Ucrânia, as forças russas agora se concentram em combates no leste do país, região chamada Donbas.
Dados da ONU de 23 de março apontavam que 977 civis haviam morrido na guerra até aquela altura.
No dia 12 de março, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, disse que 1.300 soldados do seu país haviam morrido.
O jornal The New York Times conversou com membros da inteligência militar dos Estados Unidos que afirmaram que nas três semanas iniciais do conflito mais de 7 mil soldados russos morreram.