El Salvador rebate alertas do FMI por uso do bitcoin como moeda oficial

El Salvador respondeu à recente crítica do FMI: “Nenhuma organização internacional nos obrigará a fazer qualquer coisa”
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Foto: Shutterstock

O governo de El Salvador respondeu à recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI) de abandonar o uso do bitcoin (BTC) como moeda de curso legal, segundo o Associated Press.

“Nenhuma organização internacional nos obrigará a fazer qualquer coisa, seja o que for”, disse Alejandro Zelaya, ministro da Fazenda durante uma entrevista a uma emissora de televisão local. Ele defendeu que o bitcoin como moeda corrente é uma questão de soberania para El Salvador.

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A resposta de Zelaya é a mais recente em uma série de brigas entre o governo salvadorenho, liderado pelo presidente e defensor do bitocin Nayib Bukele, e o FMI.

El Salvador e o FMI

A tensa relação entre El Salvador e o FMI começou em junho de 2021, quando a organização internacional disse que a adesão do bitcoin pelo país levantava “inúmeros problemas macroeconômicos, financeiros e jurídicos”.

“Criptoativos podem apresentar riscos significativos e medidas regulatórias efetivas são muito importantes ao lidar com eles”, disse na época Gerry Rice, porta-voz do FMI.

Apesar da opinião da organização, Bukele avançou com o plano de adotar o bitcoin como moeda legal em setembro de 2021.

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Naquele mês, o Congresso do país aprovou um fundo de US$ 150 milhões, criado para ajudar a facilitar transações entre a criptomoeda e o dólar americano (a outra moeda oficial de El Salvador).

Novamente, o FMI não se deixou impressionar. “Criptoativos emitidos de forma privada, como o bitcoin, têm riscos significativos. Torná-los equivalentes a uma moeda nacional é um atalho imprudente”, tuitou o FMI ao reiterar sua opinião original compartilhada anteriormente.

Na semana passada, o FMI alertou El Salvador pela terceira vez, argumentando que a adesão do bitcoin como moeda oficial “envolve grandes riscos à integridade financeira e de mercado, à estabilidade financeira e à proteção de consumidores. Também pode criar obrigações contingenciais”.

Esse terceiro alerta veio em meio a receios de que as aquisições de bitcoin por El Salvador acrescentam um risco indesejado ao panorama de crédito soberano já preocupante do país.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.