El Salvador comprou 8 bitcoins adicionais na terça-feira (27), apesar de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter reiterado seu pedido para que o país congele as aquisições governamentais de criptomoedas como parte do acordo de um empréstimo de US$ 1,4 bilhão.
A nova aquisição de Bitcoin, anunciada pelo Escritório de Bitcoin de El Salvador, ocorreu logo após autoridades salvadorenhas e a equipe técnica do FMI chegarem a um acordo preliminar sobre a primeira revisão do Acordo de Facilidade de Financiamento Ampliada (EFF) de 40 meses.
A revisão, vinculada a reformas econômicas, elogiou El Salvador por cumprir a maioria das metas e por melhorar a estabilidade macroeconômica.
O FMI observou avanços nos marcos estruturais, reformas fiscais e controle da inflação. No entanto, também alertou que continuará empenhado em garantir que o total de Bitcoin mantido nas carteiras do governo permaneça inalterado. Reafirmou ainda o prazo de julho para encerrar a participação do setor público na carteira estatal Chivo.
O FMI já fez declarações semelhantes diversas vezes. Mas tem tido pouco sucesso. O país agora detém quase 6.200 BTC, avaliados em mais de US$ 674 milhões, segundo a Arkham Intelligence.
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FMI vs Bukele
Apesar de compromissos anteriores para limitar o envolvimento estatal em atividades com criptomoedas, o Escritório de Bitcoin tem continuado a expandir as reservas nacionais com compras regulares.
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Isso estabelece um impasse silencioso entre o FMI e o governo do presidente Nayib Bukele. Embora o governo tenha pausado formalmente as compras diretas de Bitcoin para cumprir o acordo de empréstimo, o Escritório de Bitcoin opera fora do setor fiscal definido.
Essa distinção legal permite continuar com pequenas aquisições diárias sem violar os critérios de desempenho.
“Em relação a El Salvador, posso confirmar que eles continuam a cumprir o compromisso de não acumular Bitcoin pelo setor fiscal como um todo, que é o critério de desempenho que estabelecemos”, disse Rodrigo Valdes, diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, durante uma coletiva de imprensa em abril sobre a Perspectiva Econômica Regional.
O presidente Bukele, que fez do Bitcoin um pilar de sua imagem internacional, ironizou as sugestões de que a política chegaria ao fim.
Reformas legais recentes retiraram do Bitcoin o status de moeda de curso forçado obrigatório, mas o mantiveram como moeda opcional — atendendo às exigências do FMI e, ao mesmo tempo, preservando a narrativa de Bukele.
Além do pacote de US$ 1,4 bilhão do FMI, o acordo mais amplo deve liberar outros US$ 2 bilhões em financiamentos de bancos de desenvolvimento e apoiar os esforços de El Salvador para administrar uma dívida pública que alcançou 85% do PIB do país no ano passado.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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