A recente alta do Bitcoin elevou o valor das reservas de El Salvador, consolidando o ativo como um investimento estratégico para a menor nação da América Central.
No domingo (18), o presidente Nayib Bukele compartilhou uma captura de tela mostrando que as reservas de Bitcoin do país ultrapassaram US$ 644 milhões (cerca de R$ 3,6 bilhões) após a adição de 30 BTC no último mês.
Embora o valor total tenha recuado levemente desde então, para cerca de US$ 637 milhões, o Escritório Nacional do Bitcoin de El Salvador afirma que o montante aumentou em mais de US$ 137 milhões nos últimos 30 dias.
Esse crescimento ocorre enquanto o Bitcoin começou a flertar com sua máxima histórica no domingo, chegando brevemente a US$ 106.500 antes de estabilizar em US$ 103.172, segundo dados do CoinGecko.
Bitcoin está em alta devido a uma combinação de alívio macroeconômico, fortes entradas de ETFs e expectativas crescentes de que o Fed manterá uma política flexível diante de dados econômicos mais fracos.
El Salvador tem continuado a acumular Bitcoin discretamente, apesar de ter assegurado um empréstimo de US$ 1,4 bilhão com o FMI em dezembro — acordo que exigia a redução do envolvimento do setor público com criptomoedas e sugeria a remoção do status de curso legal do Bitcoin.
O Escritório do Bitcoin do país, tecnicamente fora da definição do setor fiscal, manteve sua política de aquisição de “um Bitcoin por dia”.
“No que diz respeito a El Salvador, posso dizer que eles continuam a cumprir o compromisso de não acumulação de Bitcoin por parte do setor fiscal como um todo”, afirmou no mês passado Rodrigo Valdés, diretor do Hemisfério Ocidental do FMI.
Veio para ficar
Bukele, por sua vez, continua firme em sua política.
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“‘Tudo isso para em abril.’ ‘Tudo isso para em junho.’ ‘Tudo isso para em dezembro.’ Não, não vai parar”, escreveu ele no X, em março.
Vedang Vatsa, fundador da Hashtag Web3, disse ao Decrypt que os lucros mostram o potencial dos ativos digitais para aumentar a riqueza nacional, mas alertou que a adoção em larga escala ainda é limitada.
“Ideias econômicas tão ambiciosas funcionam melhor quando combinadas com maior engajamento público e um plano para estabilidade de longo prazo”, afirmou ele.
Vatsa destacou que, embora os retornos sejam notáveis, “os ganhos financeiros são apenas uma parte da história”, e que o alinhamento do país com os termos do FMI aponta para “uma abordagem mais equilibrada”.
El Salvador agora ocupa a sexta posição entre os maiores detentores soberanos de Bitcoin, com 6.181 BTC, atrás de EUA, China, Reino Unido, Ucrânia e Butão, segundo dados da Bitcoin Treasuries. Outros países observam atentamente, e alguns já estão agindo.
Changpeng “CZ” Zhao, ex-CEO da Binance, afirmou no mês passado que tem aconselhado governos ao redor do mundo, de forma gratuita, sobre como construir reservas nacionais de criptoativos.
“Estamos conversando com muitos países”, disse Zhao, recomendando soluções de carteira e estruturas de armazenamento a frio para ativos estatais.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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