DREX: Banco Central revela nome oficial do Real Digital

Para coordenador do Real Digital, o nome DREX representa os elementos de inovação da futura moeda digital do Brasil
Imagem da matéria: DREX: Banco Central revela nome oficial do Real Digital

Novo logo do DREX (Foto: Banco Central)

O Banco Central anunciou na tarde desta segunda-feira (7) que DREX será o nome oficial da nova moeda digital do Brasil (CBDC), até então conhecida como Real Digital.

O nome foi revelado durante uma transmissão ao vivo no canal de YouTube da entidade que contou com a presença de Fábio Araújo, coordenador do Real Digital, e Aristides Cavalcante, chefe-adjunto do departamento de tecnologia e informação do BC. 

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“DREX junta vários elementos de inovação: o D de digital, R de real, E de eletrônico e o X de transação, dando um passo a mais nessa família do PIX que a gente criou e foi um sucesso”, comentou Araújo.

O Banco Central também divulgou hoje o novo conceito visual do Drex: “Fazendo alusão a uma transação, as duas setas que se incluem no “d” têm relação com a evolução do Real para o ambiente digital, reforçando o atributo da agilidade, e o uso das cores, numa transição de azul para verde claro, passa a mensagem de “transação concluída”, explicou a entidade.

O novo logo do DREX (Fonte: Banco Central)

O projeto do Real Digital prevê que entidades autorizadas criem a CBDC, que será registrada em uma Distributed Ledger Technology (tecnologia da qual a blockchain faz parte) e, a partir disso, comecem a permitir operações como compra e venda de títulos do tesouro público entre pessoas físicas de forma rápida e direta na superfície — por trás, haverá toda a infraestrutura web3 de queima, criação e registro de tokens. 

Nesse processo, os cidadãos poderão usar o Real Tokenizado, que será uma representação do Real Digital, que é de fato a CBDC do Banco Central e será manuseada apenas pelas autoridades financeiras autorizadas. 

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Apesar disso, o coordenador do projeto explicou que o Drex terá um impacto prático na vida dos brasileiros, principalmente no aumento dos serviços financeiros que será possível oferecer para a população.

“Hoje as pessoas fazem o pagamento com facilidade usando o Pix. O que queremos é que com o Real Digital, as pessoas possam fazer um empréstimo com mais facilidade ou ter uma opção de investimento mais acessível ou um seguro mais fácil. Ou seja, queremos trazer esses produtos financeiros para a mão das pessoas e aumentar a bancarização no Brasil”, explicou Araújo.

Aplicações práticas do DREX

Reportagem do Portal do Bitcoin detalhou os três casos de uso que o Banco Central está testando no Piloto do Real Digital, que já está em andamento e irá ser concluído em março do ano que vem.

Outra amostra veio no final de junho, quando a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, disse que benefícios sociais e trabalhistas como o Bolsa Família poderão ser pagos no futuro por meio do real digital.

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“Dá para pensar em pagar benefícios sociais e trabalhistas com moeda tokenizada [moeda convertida em ativos digitais] no futuro”, afirmou Serrano. Segundo ela, o banco pretende aproveitar o real digital para mesclar digitalização financeira e inclusão social. “A Caixa está em 99% dos municípios brasileiros e tem 155 milhões de clientes. É um grande celeiro para testar soluções”, acrescentou a presidente.

No início do mês, o senador Carlos Portinho (PL) já havia defendido a ideia de que o real digital poderia abrir as portas para que entes estatais – como prefeituras e estados – mantenham carteiras de criptomoedas, algo que não é previsto pela legislação atual.

“O Real Digital será uma realidade e vai lastrear o mercado de criptomoedas. Vai permitir que municípios, estados e poder públicos possam ter suas carteiras digitais, que vão ganhar escala e atrair investidores”, afirma o senador.

Na visão do político, a própria tecnologia blockchain vai a mudar a transparência e a fiscalização do poder público. “Permitirá acompanharmos o destino real do dinheiro. Por exemplo, se uma emenda que destinamos para a construção de uma hospital foi efetivamente usada para isso ou ficou perdida dentro de um fundo de saúde”, explica.

BC poderá congelar contas e mexer em saldos

No começo de julho, o Banco Central publicou o projeto piloto do Real Digital no portal GitHub. Isso permitiu o início de uma auditoria pública sobre o código do sistema e os desenvolvedores descobriram a existência de uma série de funções presentes dentro do contrato inteligente dessa versão de testes.

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Entre as ferramentas que o BC tem com o código estão congelar contas de usuários, diminuir saldos de endereços-alvo, confiscar e cunhar novas unidades da moeda digital.

“Segundo a legislação brasileira, a justiça, na devida condução de processos judiciais, tem a prerrogativa de congelar ou arrestar valores mantidos no SFN. Essas funcionalidades, portanto, existem atualmente no SFN e deverão ser reproduzidas na plataforma do Real Digital de modo a garantir sua compatibilidade com a legislação em vigor”, disse o BC em resposta ao Portal do Bitcoin após ser questionado sobre os “super poderes” da entidade.

* A reportagem está em andamento e será atualizada. Volte em instantes para mais informações