Dono da fintech cripto 2GO Bank é preso por lavar dinheiro para o PCC

2GO Bank é famosa no setor de criptomoedas do Brasil, tendo sido patrocinadora de diversos eventos do mercado ao longo dos anos
Cyllas Elia, CEO do 2GO Bank

Cyllas Elia, CEO do 2GO Bank (Foto: Divulgação)

O dono do 2GO Bank e ex-policial civil (afastado em 2022), Cyllas Elia, foi novamente preso nesta terça-feira (25) em uma operação conjunta entre Ministério Público de São Paulo e Polícia Federal.

O empresário já havia sido detido em novembro do ano passado e solto em dezembro, quando vieram à tona as acusações de que atuava em conjunto com a facção criminosa PCC. As informações são do jornal Folha de S. Paulo e da assessoria de imprensa da PF.

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Além de prender Elia, a operação de hoje cumpre dez mandados de busca e apreensão e determina a suspensão da atividade econômica de duas empresas: a 2GO Bank e a Invbank. As companhias são suspeitas de fazerem lavagem de dinheiro para o PCC usando complexos sistemas de pagamentos a que tinham acesso como instituições de pagamento. 

O 2GO Bank é famoso no setor de criptomoedas do Brasil, tendo sido patrocinador de diversos eventos do mercado ao longo dos anos. A empresa afirma ser um neobank especializado em liquidação de ativos digitais. 

Além da prisão, dos mandados e da suspensão da atividade econômica, a Justiça autorizou o congelamento de oito contas bancárias das empresas, que tinham um total de R$ 27,9 milhões.

A atual investigação teve como ponto de partida a delação de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, criminoso que operava no mercado de imóveis e criptomoedas para o PCC e que foi assassinado no Aeroporto de Guarulhos.

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As informações da delação são de que a 2GO Bank e a Invbank recebiam dinheiro para lavar de Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, e Rafael Maeda, o Japa, ambos membros de alto escalão do PCC e que foram assassinados.

Conforme aponta reportagem da Folha de S. Paulo, o relatório de inteligência financeira dos investigadores mostra que o 2GO Bank atuaria como banco para casas de apostas, corretoras de criptomoedas, estrangeiros e investidores em jogadores de futebol.

O Invbank teria sido criado com o objetivo específico de fazer contratos com construtoras para lavar dinheiro, tendo Cara Preta como um sócio oculto.