O Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários da Argentina aproveitaram o feriado de 9 de julho em que se comemorou a independência do país vizinho, para publicar mais medidas restritivas ao acesso da população ao dólar.
O dólar blue — como é chamado o dólar “informal” vendido nas ruas do país sem autorização do governo — disparou na segunda-feira (12) e atingiu 178 pesos, a cotação mais alta desde o início do ano, segundo o Clarín.
Como o governo impõe uma série de restrições para frear a fuga para o dólar pelos argentinos que tentam contornar a desvalorização da moeda nacional, existe um mercado paralelo do qual todos falam e negociam.
A alta do dólar no país foi uma reação à nova resolução da Comissão Nacional de Valores Mobiliários (CNV) que reduziu para 48 horas o prazo mínimo de posse de títulos utilizados em operações de câmbio que permite a captação de dólares no mercado financeiro.
Ao mesmo tempo, o Banco Central passou a obrigar as entidades financeiras a exigir uma declaração juramentada das empresas que operam no mercado de câmbio que, durante 90 dias antes e 90 dias depois da aquisição do dólar oficial, não tenham realizado vendas no país de títulos com liquidação em moeda estrangeira.
A declaração dessas empresas também deverá incluir as informações sobre as operações financeiras de pessoas físicas ou jurídicas ligadas à empresa. De acordo com analistas ouvidos pelo Clarín, as medidas aumentam o controle e o monitoramento do Banco Central.
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De forma geral, o aumento das restrições para o acesso da população ao dólar oficial, aumenta a demanda no mercado informal e faz o preço da moeda estrangeira atingir os maiores níveis do ano.
Bitcoin na Argentina
O endurecimento do governo argentino dificulta as formas legais de acesso ao dólar no país onda a inflação do peso derruba o poder de compra da população.
No final de semana viralizou nas redes sociais um vídeo de um cidadão que vendeu suas moedas a quilo — o metal propriamente dito — e obteve mais que o dobro do valor oficial da moeda no comércio.
Da mesma forma que os argentinos recorrem ao dólar para proteger seu patrimônio, as criptomoedas também se tornaram uma opção, tanto para cumprir o papel de reserva de valor quanto para facilitar a entrada e saída de dinheiro no país.
Na última quarta (7), um deputado apresentou à Câmara um projeto de lei que quer permitir que a população argentina tenha o direito de receber o salário em bitcoin ou outras criptomoedas se assim o desejar.