Imagem da matéria: CVM suspende ofertas da BlueBenx, empresa que já desapareceu com R$ 160 milhões dos clientes
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A BlueBenx, empresa brasileira de investimentos em criptomoedas que parou de pagar os clientes em agosto após desaparecer com R$ 160 milhões, voltou à mira da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Foi só nesta quinta-feira (1º) que a autarquia suspendeu a oferta pública de contratos de investimentos coletivos pela Blubenx Tecnologia Financeira S.A., bem como dos líderes da empresa, Roberto de Jesus Cardassi e William Tadeu Batista Silva.

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Leia também: Roberto Cardassi teve outra empresa com problemas e mentiu sobre Harvard. Quem é o CEO da BlueBenx

“A área técnica identificou a realização de potencial oferta irregular de CIC (oportunidades de investimentos denominadas BENX, Defi 90 dias, Defi 180 dias, Defi 360 dias e CriptoSavings) por meio do site https://bluebenx.com/pt-br/, sem prévia autorização da CVM, além de indícios de operação fraudulenta no mercado de valores mobiliários”, diz a nota da CVM.

Os reguladores exigem a imediata suspensão de qualquer oferta de títulos ou contratos de investimento coletivo pela BlueBenx. Caso contrário, a empresa e os sócios deverão arcar com uma multa diária de R$ 100 mil.

A CVM, no entanto, parece ter chegado tarde demais, já que os produtos que está suspendendo já não estão mais em operação desde agosto, quando a BlueBenx suspendeu todos os saques dos clientes, alegando ter sido vítima de um golpe de falsa listagem.

Na realidade, a CVM já havia aberto um processo para investigar as operações da BlueBenx em 2019, o que não impediu a empresa e seus sócios de continuar atuando no mercado até lesar milhares de brasileiros três anos depois.

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Em janeiro deste ano, antes da BlueBenx colapsar, a CVM rejeitou um acordo de R$ 150 mil proposto pela empresa para encerrar o processo na autarquia que investiga a oferta irregular de investimentos em bitcoin pela BlueBenx. 

Enquanto o processo da CVM não avançava, a BlueBenx continuou operando normalmente no mercado. A empresa prometia, por exemplo, pagar um rendimento de até 66,2% ao ano em um produto chamado “DeFi 360”, no qual o cliente deveria manter seus fundos travados por 12 meses.

Em quais criptomoedas investia para sempre ser capaz de dar retornos positivos aos clientes, até mesmo em períodos em que todo o mercado cripto estava em baixa, foi algo que a BlueBenx nunca deixou claro. 

A ruína da BlueBenx

Clientes da BlueBenx foram surpreendidos no dia 11 de agosto ao descobrirem que não poderiam mais tirar o dinheiro depositado na plataforma que prometia entregar altos rendimentos investindo em criptomoedas.

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A BlueBenx bloqueou os saques dos clientes alegando ter sido vítima de um ataque hacker “extremamente agressivo”, mas depois mudou a narrativa alegando ter sido vítima de um golpe de falsa listagem.  

O advogado da companhia, Assuramaya Kuthumi, afirmou na época que a empresa havia perdido R$ 160 milhões no incidente. Evidências on-chain, no entanto, localizaram uma perda de apenas R$ 1,1 milhão em tokens que a BlueBenx supostamente perdeu ao cair em um esquema de falsa listagem, transferidos posteriormente para a corretora Binance, segundo apuração do Portal do Bitcoin.

Para tentar recuperar o dinheiro “perdido” de forma misteriosa pela empresa, as vítimas começaram a recorrer à Justiça.

O Tribunal de Justiça de São Paulo viu indícios de fraude na BlueBenx e chegou a acatar pedidos de bloqueio de bens e valores dos líderes da empresa, mas as contas já haviam sido esvaziadas.

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